Introdução
Scott Pilgrim Contra o Mundo lançado em 2010 é a adaptação da HQ independente de mesmo nome, dirigido por Edgar Wright. A obra conta a história de Scott Pilgrim, personagem que dá nome a mesma, pouco tempo depois dele sofrer uma desilusão amorosa, mas que acaba conhecendo uma garota pela qual ele tem um repentino interesse. Logo descobre que para ficar com ela ele terá que enfrentar e derrotar todos os sete ex-namorados da mesma. Toda a projeção se mantém focada nesse núcleo aproveitando da bizarrice intencional da história para aplicar altas doses de humor durante toda a mesma.
É bom, mas por que?
Scott Pilgrim tem como um dos seus principais trunfos a direção de Edgar Wright que consegue extrair tudo que o material original possuía e adaptá-lo para o cinema. Ao usar onomatopeias e efeitos cartunescos, ele consegue fazer com que a história avance com leveza, principalmente quando não adapta certos pontos da HQ para que o tempo de projeção fique aceitável, mas sem excluir partes importantes. A calma e a frieza que ele demonstra em saber como manter o público interessado na obra também devem ser ressaltadas, já que Edgar não sustenta o espectador preso com cortes rápidos, mas sutis, ao mesmo tempo em que consegue fazer com que o espectador perca a noção do tempo decorrido no filme, o que prova sua maestria e capacidade em reter a atenção.
O roteiro do filme se mostra eficiente desde o início do primeiro ato, onde rapidamente somos apresentados aos personagens chaves da história e à motivação do protagonista. Também fica claro que estamos diante de comédia que não deve ser levada a sério. O jeito como a história é divida entre os três atos também tem o seu valor, já que o roteiro consegue completar a difícil missão de apresentar cada um dos sete ex-namorados da protagonista feminina e dar rumo à história de maneira ágil e sem atropelar nenhum deles.
A fidelidade da obra, apesar de diminuir consideravelmente a partir da metade do segundo ato, é surpreendente em todos os sentidos já que apesar de excluir algumas partes e acelerar um pouco a história, os acontecimentos chaves, assim dizendo, se mantêm os mesmos. O fim e o início dos combates (exceto o primeiro) são extremamente próximos à HQ. Mesmo ao entrarmos no terceiro ato – onde na época da produção do filme a hq ainda não estava finalizada – a fidelidade ao material original ainda está ali, só que em menor escala, mostrando o comprometimento de toda a equipe envolvida.
O elenco do filme pode-se dizer que é no minimo estável e no máximo bom, visto que as atuações de personagens secundários que as vezes passam do ponto em questão, do tom do humor ou de alguns antagonistas que não conseguem encontrar o equilíbrio entre o cômico e o sério; ao mesmo tempo temos atuações esplêndidas, como a da dupla principal e a de Chris Evans que surge como o segundo oponente de Scott.
Conclusão
Scott Pilgrim Contra o Mundo deve ser visto e revisto quantas vezes forem necessárias, não só pelos fãs da obra original, mas por qualquer um que queira um filme que, além de ser divertido, tenha um nível de qualidade aceitável… ou queira conhecer mais um pouco sobre a carreira de Edgar Wright que mantém o seu padrão de qualidade em mais esse filme ao aplicar um ritmo dinâmico na narrativa e com o auxilio de um bom roteiro.