Resenha: Histórias que eu gosto de contar, da Cléo Busatto

Lançado em 2018, “Histórias que eu gosto de contar” da Autora Cléo Busatto, com ilustrações de Fê, é uma coletânea de recontos de narrativas da tradição oral, de vários países. Infanto-juvenil mas também muito interessante para os adultos, pais, professores e contadores de histórias, pois podem conhecer mais sobre as crenças e tradições de cada um dos países que estão inseridos nesse livro.


Contar histórias é um ato que acompanha a humanidade ao longo dos tempos, dos espaços e das culturas. Contar histórias tem a ver com o desejo de comunicação, de encontro, de expressão de pensamentos, emoções, questionamentos e vivências. As comunidades mais primitivas, mesmo as ágrafas, cultivavam e respeitavam as narrativas, danças e rituais que lhes permitiam expressar o seu entendimento do mundo. Assim nasceram os mitos e as fábulas, narrativas primordiais, algumas das quais herdamos e reproduzimos mesmo em tempo de globalização e de alta tecnologia”.

Marta Morais da Costa, no prefácio do livro.

Em capa dura, com folhas coloridas, brilhantes, com ilustrações belíssimas, o livro é composto de sete contos, cada um pertencente a um país diferente, como mostra a listagem abaixo:

  • Flor da Lua – Japão
  • As oito fadas – Coreia
  • Elal, o criador dos Tehuelche – Argentina
  • Kintu e Nambi – Uganda
  • Os sete corvos – Alemanha
  • Paulino, o destemido – Itália
  • A vida escondida no ovo – Brasil

Flor da Lua fala de um casal que não pode ter filhos e que não consegue adotar, pois tem sempre seu pedido recusado. Então a Lua vê o sofrimento do casal e decide dar a eles uma filha, a Flor da Lua. Mas, ela ficaria por apenas 18 anos com o casal. Eles aceitam as condições e a partir disso se desenvolve toda a narrativa.

As oito fadas conta a história de uma viúva e seu filho adolescente. Um dia, em seu trabalho no campo, ele ajuda um animal, e o mesmo lhe dá uma dica de como conseguir que uma das oito fadas se torne sua esposa.

Em Elal, o criador dos Tehuelche, Kóoch, o criador, vivia sozinho e triste, cercado por nevoas densas e trevas intensas. De seu choro e tristeza, foram se criando o mar e as diversas formas da natureza. Mar, ventos, sol. Mas haviam vários gigantes, filhos da escuridão que não permitiam um vida tranquila e sequestraram Teo, a Nuvem. Isso provocou a ira da natureza que entrou em conflito com os gigantes. O que vem depois? Só lendo para descobrir.

Kintu e Nambi conta a história do primeiro homem que surgiu no mundo. Vivia tranquilamente na Terra com seus animais. Um dia, a filha de Gulu, Nambi, desceu à Terra e conheceu Kintu. Se apaixonaram, mas Gulu não gostou da filha casar com um homem da Terra, e submeteu Kintu a várias provas.

Em Os sete corvos, havia um casal que tinha sete filhos e nenhuma filha, ainda que esse fosse o maior desejo do pai. Então, depois de muitas preces, sua esposa deu à luz uma menina, fraquinha e magra. O pai pediu ao filho mais velho que fosse buscar água para batizar a menina. E os outros foram junto. Chegando lá deixaram cair a jarra e não sabiam o que fazer, então demoraram a voltar para casa. O pai, com raiva deles não voltarem, desejou que se tornassem corvos. E foi o que ocorreu. E a continuação, precisa ler para conhecer.

Em Paulino, o destemido, um casal de camponeses, numa noite de tempestade, encontra um recém-nascido abandonado no pasto. Levaram para casa e cuidaram como se fosse seu filho. O batizaram de Paulino. Quando já era maiorzinho, todos na vila ficavam caçoando dele, dizendo que era um bastardo. Irritado com os pais que nunca tinham lhe contado isso, resolveu sair pelo mundo a procurar seus pais biológicos. E nesse caminho, aconteceram fatos muito interessantes…

No conto A vida escondida no ovo, um casal vivia numa terra distante com quatro filhos. Um dia, a filha mais velha estava na roça e um leão a carregou. Depois disso desapareceram as outras duas irmãs, restando apenas o menino. Dias depois o filho achou alguns objetos que indicavam que as irmãs estavam vivas e bem. Deciciu então sair em busca delas e é aí que a aventura realmente começa.

As histórias são todas baseadas na tradição oral dos povos de cada país e agradarão muito à crianças, jovens e adultos, com toda sua magia e simbologia. Por trás de cada conto há também a famosa “moral da história”, já que eram passadas de pai para filho, para ensinar algo essencial para aquele povo.

A autora

Cléo Busatto começou a escrever aos três anos e meio e não parou mais. Escreve livros e conta histórias ao vivo nas mídias digitais que produz. já escreveu e dirigiu peças de teatro para crianças. É autora de mais de 20 obras, algumas premiadas e selecionadas para programas de leitura e catálogos internacionais, como o da Feira do Livro Infantil de Bolonha, Itália. Seu livro A fofa do terceiro andar foi finalista do Prêmio Jabuti 2016, na categoria juvenil.

Para saber mais, acesse o site: www.cleobusatto.com.br

O ilustrador

Fê é ilustrador e escritor de livros infantis. Também é ilustrador no jornal Folha de São Paulo, na coluna do José Simão, no Caderno Ilustrada. É formado em Arquitetura e Comunicação Visual.

Para saber mais, acesse o site: www.feilustrador.com

Ficha Técnica

Curitiba, 2018

CLB Produções

96 páginas

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