Ragnarok – 1a temporada na Netflix (2020)
Salve Nosetmaníacos, eu sou o Marcelo Moura e hoje vamos falar da nova série da Netflix, baseado nos deuses Nórdicos, que agradou alguns, mas teve muita cara virada por prometer mais do que cumpriu.
Escrito por Adam Price, direção Mogens Hagedorn, produtor Adam Price, Meta Louise Foldager Sørensen e Stine Meldgaard Madsen, empresa produtora SAM Productions e exibição Netflix. Lançamento original em 31 de janeiro de 2020. No elenco David Stakston como Magne, Ylva Bjørkaas Thedin como Isolde, Jonas Strand Gravli como Laurits, Theresa Frostad Eggesbø como Saxa, Herman Tømmeraas como Fjor, Emma Bones como Gry, Bjørn Sundquist como Wotan, Gísli Örn Garðarsson como Vidar, Henriette Steenstrup como Turid, Odd-Magnus Williamson como Erik e Synnøve Macody Lund como Ran.
Sinopse: A cidade fictícia norueguesa de Edda, no oeste da Noruega, é atormentada pelas mudanças climáticas e pela poluição industrial. Um adolescente descobre possuir os poderes de Thor e começa a luta contra aqueles que estão destruindo o planeta, mais conhecidos como os descendentes diretos de jötunns da mitologia nórdica .
Crítica: Já tivemos de tudo que possa se imaginar em séries, filmes e animações de deuses, bruxos e seres mágicos, alguns com sucesso e outras nem tanto desde os anos 50 até a data de hoje. Com o aquecimento do mercado adolescente neste século, tivemos as adaptações literárias de Percy Jackson e Harry Potter, com aquelas lamúrias adolescentes que precisam salvar o mundo ou mesmo seu estilo de vida, sendo orientados por seres mágicas, para que esses jovens heróis despertem e salvem todos. Bem, vocês entenderam a fórmula cinematográfica de mais da metade dos filmes. Dessa origem até os dias de hoje se vai uma lista infindável de adaptações baseado nos heróis da mitologia como Sibah, Aladdin, Perseu, Hercules, Teseu, Aquiles, entre tantos outros e que agora finalmente chegamos a mitologia nórdica. Não que seja uma novidade se pensarmos no sucesso de Thor da Marvel de Stan Lee, desde os anos 70 a atualmente nas série de TV, livros e Hqs de Neil Gaiman, mas aparentemente Thor, Loki e sua trupe nunca foram levados a sério em live actions, talvez até culpa da adaptação da Marvel Comics, que distorceu os Deuses Nórdicos, mas olha que agora, em 2020, finalmente os representantes dos Nórdicos chegaram a Netflix. Só que não é bem assim…
Apesar de inúmeras referencias a Mitologia Nórdica e suas Eddas no trabalho de Adam Price e Mogens Hagedorn, Ragnarok é uma serie que perde rapidamente o ritmo desde seu episódio piloto, ficando num looping de belas paisagens por seis capítulos intermináveis, sem apresentar um roteiro coeso, com a evolução dos personagens, subtramas interessantes, deixando um final aberto e sem expectativas. Magne, interpretado por David Stakston, parece realmente não levar acreditar em suas mudanças físicas, de tão dependente que fica para contar a alguém de seus dons extraordinários, mas não demonstrando fisicamente para ninguém, não entorta uma barra sequer, e caindo em depressão ao ninguém acreditar em suas palavras, vê se pode!!! Tudo para manter o roteiro nos trilhos da divisão de poder entre humanos e gigantes e ao Mito do Herói de Cambell.. Desde o começo é demonstrado quem são os vilões, os que destroem a natureza com o progresso, e quem são os mocinhos, os que só reclamam, mas dependem da fábrica para sobreviver.
É uma pena que atriz, possivelmente mais talentosa da história, Ylva Bjørkaas Thedin como Isolde, amiga ativista de Magne, foi descartada tão prematuramente e de maneira aleatória. Então sobrou para Jonas Strand Gravli, como Laurits, irmão de Magne e referencia a Loki, ser a escada de talento em uma serie com pouca interpretações de credibilidade. Dos vilões posso dizer que Gísli Örn Garðarsson, como Vidar, magnata local e pai de Saxa e Fjor, deixa muito a desejar como personagem principal. Parece um vilão da Disney que adora tirar a camisa nas cenas de luta e ação, para parecer viril. Não fez o menor sentido quando ele bateu no filho, Fjor, ficar semi nu apenas para não sujar suas roupas. E isso se repete a cada momento de ação ou luta. A presença inútil de Odin e da Volla (Profetisa ou a própria Frigga), esta a maluca do pedaço, provam, que não há a menor intenção dos verdadeiros deuses de participar da luta. A série não se define nem explica porque tantas profecias que não se cumprem e levam a um beco sem saída. Tudo realmente em aberto para, talvez em uma segunda temporada, se explicar. Posso lhe dizer que se não tivesse a mitologia envolvida, diria que a serie se baseia na menina sueca Greta Thumberg e sua luta para salvar o planeta.
Curiosidades: A série tem uma classificação de 7,6 na IMDb. A Wired disse que Ragnarok era “angustiado, excêntrico”, “ficção sobre mudanças climáticas” e o comparou com Twilight. O AV Club também o comparou com Twilight. A série não foi bem recebida por alguns meios de comunicação noruegueses. VG chamou de absurdo e que os personagens, enredos e diálogo foram um fracasso, observando que, embora fosse em norueguês, parecia mais uma série dinamarquesa e que apesar de serem ambientados no oeste da Noruega, os caracteres não falam no dialeto ocidental. Dagbladet chamou de uma mistura de mitologia nórdica e seriados adolescentes, “tão ruim quanto parece”.
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