Quais as referências que Westworld usou com base em Ghost in the Shell?

Terminei com muito prazer de assistir a primeira temporada da série Westworld (análise completa de cada episódio em breve). A trama envolve um enorme local que imita à perfeição o Velho Oeste norte-americano. O diferencial está na utilização de avançados ciborgues que são quase impossíveis de distinguir dos humanos. Seus comportamentos e atitudes, até seus erros, são exatamente como nós, mas com um diferencial que é a impossibilidade de, teoricamente, machucarem seres humanos.

A série bebe de fontes como Blade Runner, Isaac Asimov, Matrix e, obviamente, Ghost in the Shell. Vi também recentemente a animação dirigida por Mamoru Oshii e baseada nos mangás de Shirow Masamune, assim como a versão live action A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell. Por isso, optei por apontar aqui as similaridades e analisá-las uma a uma.

As similaridades são muitas e merecem ser analisadas uma a uma.

Texto: Franz Lima. Curta nossa fanpage: NoSet.

Linha de produção:

Há um laboratório de porte gigante para a construção dos ciborgues. O uso de redes neurais, aplicação de grupos musculares e até pele sintética deixam ambos impossíveis de distinguir dos humanos. Entretanto, em Ghost in the Shell há conectores (tais como os vistos em Matrix) que servem como portas USB ou similares destinados à transferência de dados. Isso não é visto em Westworld, mas as partes informatizadas e bio-mecânicas existem.

                                                                    Ghost in the Shell

                                                                       Westworld

Nudez:

A nudez é outro ponto igual. Westworld, entretanto, não tem pudores em mostrar nus frontais e cenas de sexo. Isso, contudo, não é o ponto principal sobre a nudez que quero abordar. Nas duas produções não há conotações sexuais nessas cenas, principalmente nos laboratórios e linhas de produção. O motivo mais óbvio é que são apenas máquinas, porém é preciso observar que a maioria dos empregados age como um técnico em necropsia ou um médico: a nudez é algo que está intrínseco em sua profissão e não causa mais espanto.

                                                                    Ghost in the Shell

                                                                       Westworld

O despertar:

Maeve e Dolores sempre despertam da mesma forma. Elas aparentam estar saindo de um sono profundo e aptas a um novo dia. Isso também acontece com Major e há uma mistura entre acordar e “iniciar o sistema” muito interessante. O olhar distante, vidrado e que denota o retorno à “realidade” são pontos em comum entre essas personagens e Major. O diferencial está na passividade das ciborgues de Westworld, mas há um “controle” sobre todas que serve para lembrar que por mais que aparentem ser humanas, elas são, essencialmente, máquinas.

                                                                      Ghost in the Shell

                                                                      Westworld

Realidades conflitantes:

Nada é o que parece ser. Assim como em Westworld, Ghost in the Shell tem um enredo cuja premissa é a manipulação de memórias. Essa manipulação atinge homens e máquinas, enquanto em Westworld as vítimas são os ciborgues. Essas realidades distópicas servem para ilustrar o quanto nós às vezes estamos imersos em mundos fictícios e alheios ao que nos cerca.

Ao contrário das máquinas, muitos de nós não querem sair dessa realidade “alternativa”, assim como ocorre na trilogia Matrix.

Discursos filosóficos:

Conflitos e filosofia são constantes em ambas as produções. Os conflitos não se resumem aos embates entre duas partes, mas também aos internos, aqueles que levam alguém a refletir sobre a situação vivida e a própria existência. Um tema interessante de Ghost é a individualidade, algo bem explorado em Westworld.

Westworld é uma série atual e tem muitas outras referências que serão também analisadas e expostas aqui com o devido tempo. De qualquer modo, espero que tenham gostado desse post.

Até breve…

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