Pura amizade – “Juntos Para Sempre”

Gosto de todo tipo de filme, até daqueles considerados ruins pelo público e pela crítica, exceto por dois tipos: terror e filmes com bicho (qualquer um)!

Até assisto, mas não são meus preferidos. Os com bicho como protagonista tendem a ser chatos para mim (sim, assistir todos os Bethovens da Sessão da Tarde, nenhum ganhou me coração), mas alguns, como “Juntos Para Sempre”, podem chamar atenção por outras razões.

“Juntos Para Sempre” é continuação de “As Quatro Vidas de um Câo”, de 2017. A trama tem como plano de fundo a teoria de que a fidelidade do cachorro é além da vida, por isso ao reencarnar ele sempre procurará seu dono.

Bailey sempre foi o cachorro fiel de Ethan, uniu-o com sua amada Hannah e os fez superar a morte do filho. No início do filme é mostrado que a nora e neta deles, Glória e CJ, estavam morando na fazenda da família, mas acabam indo embora por um briga sem razão: Hannah viu que Glória queria voltar à carreira de cantora e falou que ela poderia deixar CJ na fazendo e viver a vida dela, mas Glória achou que ela estava tentando tirar a filha dela por causa da herança do pai da menina.

Pouco depois disso Bailey faleceu e o pedido de Ethan era de que, se ele voltasse novamente, procurasse por CJ e cuidasse dela. E sim, a alma do cachorro reencarnou pensando na sua nova missão, cuidar de CJ, mas a encontrar não foi muito fácil.

Bailey agora é Molly, uma cadelinha para adoção. Em um dia ela (ele) sente um cheiro conhecido e sabe que CJ está por perto, e estava certa/o. CJ havia ido ao abrigo junto com seu melhor amigo, Trent, e os pais dele, para escolher um cachorrinho para eles, ela acaba levando Molly e a escondendo da mãe.

Essa relação se desenvolve exatamente como Ethan pediu, Bailey, agora Molly, cuida de CJ para tudo, somente a cadelinha e o melhor amigo, Trent, dão algum conforto na vida dela. Mas Molly não resiste a um acidente de trânsito em que ela e CJ se envolvem, depois de uma briga com Glória, momento em que confessa ter usado o dinheiro da herança de CJ para seus caprichos.

Bailey reencarna novamente, mas bem longe de CJ, ele agora é Amigão, cachorro de uma conveniência de um posto de estrada. O único momento que se encontram é quando CJ está indo para Nova Iorque e, logicamente, não reconhece sua fiel escudeira.

Amigão morre de velhice (ou de tristeza) e Bailey volta a vida como o pequeno Max, um cachorro de pequeno porte. Ele deixa de ser amigável para poder agradar apenas aqueles que ama, ele encontra CJ e a faz encontrar Trent, mesmo na gigante Nova Iorque.

Quando CJ encontra Trent ela está numa situação difícil, saiu do apartamento do namorado e não tinha nenhuma perspectiva de vida, nem canto para morar ela tinha. O amigo cedeu o quarto de hóspedes para ela recomeçar a vida, o que a namorada dele não gostou não gostou nada.

Graças a uma habilidade que Bailey havia aprendido na época que era Molly, descobrir câncer só pelo olfato, Max sente o tal cheiro em Trent, o que faz com ele tenha um diagnóstico rápido e um tratamento igualmente rápido, mas difícil. A namorada o abandonou, mas CJ estava ali em todos os momentos.

O grande amor da via de CJ era a música, algo que ela nunca teve coragem de seguir, mas que Trent e, surpreendentemente, Glória dão força. Nesse momento CJ recebe cartas que o pai escreveu para a mãe enquanto namoravam, cartas que citavam a fazenda, Ethan e Hannah. Com aquela pontinha de saudades e curiosidade, Trent leva CJ até a fazenda.

Ethan e Hannah não só falam do pai de CJ e dos momentos em que ela viveu por lá, conta também da crença de que Max é na verdade Bailey, cumprindo a missão que Ethan havia lhe pedido.

Ah, isso tudo narrado pelo próprio Bailey, mostrando sua visão pura das coisas. Ele nunca ver total maldade, a não ser que aquilo de fato faça mal a Ethan, CJ e àqueles que ele ama. Ele não é apegado a coisas materiais, em todas as suas vidas ele mostra que ama coisas simples, é quando Ethan o chama de Chefão, é quando CJ canta para ele (ou faz barulho bom) ou quando o dono do Amigão dava lanchinho para ele.

E é por isso que esse filme é exceção para mim, não é um filme que me faça querer assistir novamente, mas é um filme que mostra a simplicidade e a pureza da amizade, sem nada em troca, apenas mais amizade. O mundo hoje precisa desse tipo de mensagem, onde em nada encontramos esse tipo de pureza.

Não posso falar com propriedade sobre o filme como continuação, porque não assisti o primeiro, mas me pareceu ter sido uma boa ligação entre um e outro. O elenco também merece elogios, Dennis Quaid volta como Ethan e Josh Gad continua como a voz de Bailey (assisti dublado, mas depois fiquei imaginando a voz dele como a de Olaf, de “Frozen”, que ele também dubla). Além deles temos (em destaque):

Marg Helgenberguer como Hannah. Foi um prazer ver essa atriz fora de “CSI”, gostava tanto dela na série, mas nunca havia visto em outros trabalhos (ela está em “Erin Brockovich”, mas não assisti).

Kathryn Prescott dar a vida a CJ a partir dos 16 anos até a vida adulta. Kathryn é conhecida por séries como “Skins”, “The Son” e “Reign” e foi uma bela escolha para o papel. Ao lado de CJ tem Trent, ele é vivido por Henry Lau, ator ainda com poucos trabalhos conhecidos, mas que já vem se mostrando bem no mercado.

São muitos momentos lindinhos, especialmente para quem gosta de cachorro e tem um amiguinho desses em casa, são várias gracinhas que eles fazem e caras e bocas involuntárias. A cena mais fofa, embora tensa depois que você entendi, é quando Max sente o cheiro do câncer em Trent, CJ logo percebe (lembra do treinamento de Molly), mas na cabeça de Max ele estava merecendo sua recompensa, então ele late vira a cabeça e “fala” (os humanos não escutam, mas ele fala):

“Com licença, acho que você está me devendo um lanchinho”!

Olha a pureza novamente… Ele nem sabia que o que ele havia descoberto algo ruim, mas que salvaria a vida de Trent, ele só sabia que tinha sido um bom garoto e merecia sua recompensa.

Cenas lindas são as do “céu”. Na verdade, nem sei se representaria o céu, mas é onde cada vida de Bailey passa quando termina e deve reencarnar. É um campo de trigo, eu acho, com muito espeço para correr em um dia ensolarado. No final, quando Max e Ethan morrem, ele volta a ser Bailey e vai brincar com seu dono, deixando as dores físicas de lado.

Não sei se realmente existe isso de reencarnação de alma canina, mas é bom saber que essa amizade é real e nunca falha. Nem tenho cachorro, mas serviu de alento para mim também.

Você aí, tem cachorro? Acredita nessa reencarnação? Conta sua experiência!

Beijinhos e até mais.

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