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Poeira ao vento – “As Primeiras Histórias de Amor”

Poeira ao vento – “As Primeiras Histórias de Amor”
  • Publicado em: setembro 23, 2021

O quão esquecidas estão as aventuras da adolescência, os primeiros amores e desamores? O que destrava essas memórias?

Na trama do longa “As Primeiras Histórias de Amor” o que destrava a memória do sério e cético DJ de rádio Beom-sil é a música “Dust in the Wind” (poeira ao vento, em tradução livre), da banda Kansas.

O filme é dirigido por Eun-Hee Lee, que também assina o roteiro, ao lado de Chang-Hoon Han, tendo sido lançado originalmente em 2016, mas, com distribuição da A2 Filmes, o filme chega essa semana no Brasil, com cópias dublada e legendada (com áudio original), e pode ser adquirido no NOW, Looke, Vivo Play, Google Play, Microsoft e iTunes..

No elenco estão: Kyung-soo Do, Kim So-Hyun, Joon-seok Yeon, Lee Da-wit, Da-Yeong Ju.

Beom-sil recebe uma surpresa em um dia que ele não estava muito animado para trabalhar, trata-se de uma fita e o diário de uma antiga amiga, seu primeiro amor, Soo-ok. Na fita estava uma seleção de músicas que ela amava e ouvia junto com ele e um grupo de amigos.

Enquanto ele ouvia e colocava os ouvintes para ouvir, vieram à tona as memórias do verão de 1991.

Beom-sil e seus amigos eram de uma ilha praticamente remota no litoral da Coreia do Sul, eles só tinham acesso à educação até certo nível, quando chegava ao Ensino Fundamental/Médio, era preciso ir morar e estudar no continente. Todos fizeram isso, menos Soo-ok.

Soo-ok era uma menina muito meiga e pura, que perderá a mãe há alguns anos e estava vivendo só com o pai, que a privava da vida. A morte da mãe ainda era um mistério, ela simplesmente sumiu no oceano, supondo-se que ela se afogou, mas seu corpo nunca foi encontrado, o marido (pai de Soo-ok) nunca superou.

Além disso, Soo-ok sofria de uma lesão na perna direita, sem muitas esperanças de ser revertida. Isso e a rigidez do pai a fizeram ficar isolada do mundo e se sentir inválida quando se comparava com os amigos.

Mas ela estava enganada, Beom-sil e os amigos eram apaixonados por Soo-ok, ao ponto de fazerem tudo por ela. Mas era inegável a ligação entre Soo-ok e Beom-sil, incluindo o gosto musical.

Nesse verão de 1991 eles dois e mais três amigos viveram tudo que poderiam viver, desde bebedeira escondida, roubo do barco de pesca da família até a memória mais traumática da vida deles, algo que os fez se separarem.

O drama da vida de Soo-ok, que ela não deixava transparecer para que ninguém se preocupasse com ela, mais do que já se preocupavam, foi se tornando mais pesado quando ela percebeu que nunca iria conhecer o continente, que, provavelmente, nunca se tornaria uma DJ de rádio (o sonho era dela antes de ser dele), que não iria conseguir andar “normal”.

Spoiler alert -> a lembrança traumática foi a morte de Soo-ok, sucumbida por sua tristeza pessoal.

No dia que Beom-sil recebeu a tal fita e a transmitiu na rádio seus ouvintes foram especiais, foram os outros 03 amigos que viveram a memória traumática. O diário havia sido enviado por um deles e, depois de todos ouvirem, outro desses amigos foi entregar outra fita a ele, neste continha um depoimento positivo de Soo-ok e uma singela declaração de amor dela para Beom-sil.

Pela primeira vez em anos, os 04 amigos se reúnem e voltam à ilha da juventude, para celebrar a memória de Soo-ok e todos os sentimentos bons que ela ainda transmitia para eles.

Coloquei o spoiler porque esse “plot twist” foi marcante para mim, comecei a assistir achando que seria um filme lindinho, que Beom-sil e Soo-ok iriam se reencontrar depois de ele ter transmitido a fita dela e tal, mas se tornou um filme dramático, igualmente lindo, mas bem dramático.

O lado positivo é que nos faz lembrar do poder das amizades antigas, aqueles que estiveram lá nas primeiras experiências e compartilharam memórias, boas ou ruins. Dá aquele lembrete de “manda mensagem para aquele amigo de infância e que ainda vale a pena manter a amizade”.

Até mais!

 

Confira o trailer:

Written By
Nivia Xaxa

Advogada, focada no Direito da Moda (Fashion Law), bailarina amadora (clássico e jazz) e apaixonada por cultura pop. Amo escrever, ainda mais quando se trata de livros, filmes e séries.