PARIS PODE ESPERAR é o trabalho de estreia de Eleanor Coppola na direção e roteiro de ficção. Estrelado pela indicada ao Oscar Diane Lane, como uma esposa de um produtor de Hollywood que inesperadamente faz uma viagem pela França, o que reaviva sua autoestima e sua alegria de viver. Anne (Lane) está em uma encruzilhada em sua vida.
Crítica: Em um certo ponto de Paris Pode Esperar, eu vi em Diane Lane uma personagem já conhecida, como se eu já soubesse quem ela é, os problemas que tinha e quais decisões ela tomaria. O que foi uma pena, já que minutos atrás, eu havia identificado a mesma coisa em Alec Baldwin.
Paris Pode Esperar é um travelogue. O filme de Eleanor Coppola nos oferece uma sequência de viagens não planejadas depois que o marido de Anne (Diane Lane) precisa ir ao Marrocos à trabalho. Ela então se encontra com Jacques que irá leva-la (de carro) até Paris. Durante essa viagem, Anne e Jacques desviam o caminho para fazer alguns passeios.
É durante essas side-trips, se me permitem o termo em inglês, que algo começa a acontecer entre Anne e Jacques.
Paris Pode Esperar tem bons momentos. As paisagens são lindas, Diane Lane é convencível e nenhum detalhe técnico de produção atrapalha o filme. Mas o filme de Eleanor Coppola parece um reinterpretação de Sob o Sol da Toscana. Afinal, é um travelogue. Com Diane Lane. De novo. E assim, o filme não se desprende em momento algum da previsibilidade e da monotonia de seus diálogos.
Lane tem um certo talento para interpretar mulheres com problemas conjugais. Ou seria esse talento apenas a repetição de uma série de papeis onde ela retrata a mesma mulher? Saí da sessão com essa dúvida e a única certeza que eu tenho é de que provavelmente Diane Lane me fará passar por isso tudo de novo.
Escrito, dirigido e produzido por Eleanor Coppola, é sua primeira produção e também sua primeira narrativa. Uma engraçada comédia contemporânea, o filme é estrelado por Diane Lane e Alec Baldwin como o casal da ficção Anne e Michael Lockwood. O escritor-diretor-ator francês Arnaud Viard interpreta o irrepreensível Jacques. O filme, que levou seis anos para ser escrito, o filme reflete tanto os prazeres quando os dissabores que brotam de horas de contato íntimo entre uma mulher americana em um momento complicado em sua vida e um charmoso francês que utiliza charme e erudição para camuflar seus próprios problemas.
Trazer a história para as telas não foi fácil. Duas semanas após o início das filmagens, o ator originalmente escalado para interpretar Michael desistiu, pois não conseguiu conciliar a filmagem com outro projeto. “Estava desesperada”, lembra Eleanor, que não conseguiu encontrar um substituto em tão pouco tempo. Aí o telefone tocou. Alec Baldwin estava ligando para pedir um favor para Francis. Aproveitando o momento, o diretor pediu a Baldwin um favor. Então, um dos atores mais populares do mundo chegou na França – a tempo – para interpretar um produtor de cinema dedicado, tipo de pessoa que Alec conhece bem.
Então outra crise apareceu. A permissão para filmar no Hotel Majestic em Cannes de repente foi cancelada. Um príncipe saudita resolveu tirar férias na Riviera – com 1000 convidados. Todos os quartos estavam reservados. A segurança foi reforçada em toda a cidade. A designer de produção Anne Seibel lembrou de um hotel a cerca de vinte minutos de distância, onde ela trabalhou com Woody Allen. O dono do hotel permitiu as filmagens, mas somente entre 11 da manhã e 5 da tarde, depois dos hóspedes tomarem seu café da manhã e antes de que retornassem da praia!
Embora Eleanor Coppola é muito conhecida em parte da comunidade artística, o mundo do cinema tende a associá-la como esposa de um renomado diretor e mãe de dois brilhantes filhos, Sofia e Roman.
Até mesmo Diane Lane, atriz principal em PARIS PODE ESPERAR ficou impressionada ao perceber a profundidade e complexidade dos feitos fora do cinema de Eleanor. “Artistas são catalisadores ou curadores ou guerreiros”, comenta Lane. Como diretora, Ellie mostrou um “excepcional senso de confiança – confiança em si mesmo antes de tudo, e então confiança nos outros para interpretar e expressar sua visão. Fiquei encantada de ser parte desse projeto cinematográfico”.
Casada há muito tempo com um bem-sucedido, porém ausente produtor de cinema (Alec Baldwin), ela se vê em uma viagem de carro entre Cannes e Paris com um sócio de seu marido (Arnaud Viard). O que deveria ser uma viagem de sete horas se torna em uma jornada de descoberta, incluindo vistas pitorescas, ótima gastronomia e vinhos, humor, sabedoria e muito mais.
Em 2009, Eleanor Coppola se viu com um uma gripe forte que a impediu de voar. Ela acompanhava seu marido, Francis, para o festival de cinema de Cannes, de onde seguiria para o Leste Europeu, onde tinha negócios. E agora? “Sempre senti que estamos no seu caminho pessoal e quando queremos nos encontrar, precisamos ser abertos e observadores, e utilizar o que está em volta de você” – diz a diretora, Eleanor Coppola.
O dilema foi rapidamente resolvido pelo sócio de longa data, um francês, que estava dirigindo de volta a Paris na hora. Ele sugeriu que ela fosse com ele, e ela aceitou. De noite já poderia dormir no apartamento dos Coppola em Paris. E, quando os negócios deles estivessem resolvidos, Francis iria se juntar a ela em um pour de courtes vacances (para curtas férias)
Semanas depois, após voltar de sua casa no norte da Califórnia, Eleanor presenteou um amigo com divertidas anedotas sobre sua jornada entre Cannes e Paris com um francês obcecado por culinária que a levou em mais de um tipo de “viagem”. Uma viagem de sete horas se esticou por quarenta antes de seu velho Peugeot deu seu último suspiro e foi trocado por um carro alugado. “Esse é um filme que gostaria de ver”, seu amigo disse, rindo.
FICHA TÉCNICA
Sinopse: Uma negligenciada mulher de um produtor de cinema tem sua vida alterada para sempre depois de dois dias pela França. Agora ela é seguida por um misterioso homem.
Direção: Eleanor Coppola
Elenco: Diane Lane, Alec Baldwin, Arnaud Viard
Gênero: Romance
País: EUA
Ano: 2016
Duração: 92 min