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MÚSICA

Ozzy Osbourne morre aos 76 anos e deixa legado eterno no rock e na cultura pop

Ozzy Osbourne morre aos 76 anos e deixa legado eterno no rock e na cultura pop
  • Publishedjulho 22, 2025

O mundo do rock está em luto com a morte de Ozzy Osbourne, aos 76 anos. Considerado um dos fundadores do heavy metal britânico e ícone cultural das últimas décadas, o artista faleceu nesta terça-feira. A informação foi confirmada pela BBC e pela família de Ozzy, que comunicou: “É com mais tristeza do que as palavras podem expressar que informamos que nosso amado Ozzy Osbourne faleceu esta manhã, cercado pela família e por amor”.

Mesmo enfrentando sérias complicações de saúde, Ozzy manteve-se próximo aos fãs até o fim. Duas semanas antes de sua morte, ele se apresentou no festival “Back to the Beginning”, em Birmingham, cidade onde o Black Sabbath nasceu. O evento foi anunciado como a última reunião da lendária banda e contou com homenagens de artistas que foram diretamente influenciados por Ozzy e seus companheiros, como Metallica, Pantera, Slayer, Guns N’ Roses, Tool e Alice in Chains.

Nascido John Michael Osbourne em 3 de dezembro de 1948, Ozzy cresceu em uma família operária e teve uma juventude difícil. Após abandonar os estudos, envolveu-se em pequenos crimes e chegou a ser preso por roubo. Aos 19 anos, formou a primeira versão do que viria a ser o Black Sabbath, com Geezer Butler, Tony Iommi e Bill Ward. O grupo criou uma sonoridade densa e sombria, marcada por riffs pesados e letras sobre guerra, morte e ocultismo — características que definiriam o heavy metal dali em diante. Lançamentos como Paranoid (1970), Master of Reality (1971) e Sabbath Bloody Sabbath (1973) se tornaram clássicos e moldaram o gênero.

Apesar do sucesso, os anos 70 foram marcados por excessos. O abuso de drogas e álcool levou Ozzy a ser demitido da banda em 1979. No entanto, isso não freou sua trajetória: ele iniciou uma carreira solo meteórica com o álbum Blizzard of Ozz (1980), que apresentou hits como Crazy Train e revelou o talento de Randy Rhoads, um dos guitarristas mais virtuosos da época. Mesmo após a morte trágica de Rhoads em 1982, Ozzy continuou lançando discos de sucesso e virou referência no metal.

Nos anos 90, com o apoio da esposa e empresária Sharon Osbourne, criou o festival Ozzfest, que virou vitrine para novas bandas e reforçou sua importância no cenário musical. Já nos anos 2000, o reality show The Osbournes, exibido pela MTV, mostrou o lado doméstico de Ozzy, apresentando-o a uma nova geração como uma figura excêntrica, mas carismática.

Ainda assim, sua vida pessoal continuava repleta de altos e baixos. Ozzy enfrentou recaídas no vício, polêmicas públicas e problemas de saúde recorrentes. Em 2018, sofreu uma queda que agravou lesões na coluna, levando-o a cancelar turnês e, em 2023, anunciar oficialmente sua aposentadoria dos palcos: “Nunca imaginei que meus dias de turnê acabariam assim. Dói mais do que vocês podem imaginar”, declarou à época.

Mesmo assim, Ozzy lançou dois álbuns de estúdio nos últimos anos: Ordinary Man (2020) e Patient Number 9 (2022), ambos bem recebidos pela crítica e pelo público. Também foi anunciada uma nova série documental pela BBC, Home to Roost, que acompanharia o retorno da família Osbourne ao Reino Unido após 25 anos vivendo nos Estados Unidos.

O legado de Ozzy é imensurável. Ele foi mais que um vocalista de voz inconfundível e presença marcante no palco. Foi um símbolo de resistência artística, reinvenção e paixão pela música. Sua contribuição vai além do metal: ajudou a transformar a cultura pop, cruzando gerações com autenticidade, irreverência e vulnerabilidade.

Ozzy Osbourne se despede dos palcos, mas permanece eterno nas guitarras distorcidas, nos refrões imortais e nos corações de milhões de fãs ao redor do mundo.

Descanse em paz, Príncipe das Trevas. O rock jamais esquecerá seu nome.

Written By
Redação