Os sonhos de uma criança escondem verdades por meio de alegorias, conflitos internos que podem não ser percebidos facilmente. O desenho “O Pergaminho Vermelho” explora isso de forma lúdica e divertida.
O desenho tem direção de Nelson Botter Jr., que também assina o roteiro, ao lado de Fernando Alonso, Keka Reis e Leo Lousada. Eles também se dividem entre a produção e a criação. O elenco de vozes é formado por:Nelson Machado, Any Gabrielly, Isaac Bardavid, Wendel Bezerra, Marina Sirabello, Viny Takahashi, Marcello Palermo, Alex Morales, Thayná Cavalcanti e Alex Minei.
Este é o primeiro desenho brasileiro a fazer parte do catálogo da Disney+ … Vamos conhecer melhor essa história?
Nina é uma menina de 13 anos com energia típica da idade, ela enfrenta conflitos, alguns são naturais, outros são oriundos do ambiente familiar, que nem sempre é comum acontecer. Seus pais discutem constantemente, especialmente sobre a educação e a criação da menina. A mãe defende que Nina precisa sair mais, criar suas próprias experiências, descobrir seus caminhos, mas o pai é mais conservador, ele acredita que Nina deveria ficar mais em casa, preservar-se mais.
Essas discussões acabam afetando o psicológico de Nina, que vem tendo pesadelos assustadores. Um dia foi marcante, depois de não só ouvir uma discussão, mas também participar dela, Nina decide fugir de casa, pelo menos por algumas horas. Ela coloca a mochila nas costas e o skate no pé e segue até um parquinho próximo. Chegando lá ela vê algo diferente e, ao seguir isso, ela cai em um buraco. Ali ela vê outra coisa estranha, um objeto que nunca tinha visto, um pergaminho vermelho. De alguma forma esse pergaminho transporta Nina para outro mundo, que, depois de algum tempo, ela descobre ser Telurian.
Esse mundo é análogo à Terra, é como se ali refletisse o que acontecia no “mundo real”. Costumava ser um mundo lindo, colorido e alegre, mas o Lord Dark dominou o lugar e a mente da boa rainha que ali reinava. Nina era a concretização de uma profecia antiga, ela era a resposta para a derrota do Lord Dark e a volta da alegria em Telurian. A jornada parece ser assustadora, mas Nina encontra amigos para dividir o peso dessa missão, que também ajuda a esclarecer seus conflitos do “mundo real”. Ela queria fugir dos problemas, mas os problemas não nos abandonam assim, no fim Telurian é, basicamente, um mundo encantado sonhado por Nina, os seus pesadelos aconteciam porque era a forma de seu inconsciente (Telurian) de a alertar sobre aquilo que sentia.
O desenho consegue fazer essas analogias com destreza, usando também elementos chamativos das narrativas infantis e folclóricas brasileiras e estrangeiras, como Curupira, Saci e os bardos. O desfecho é que falha um pouco, pelo menos na visão de uma adulta, que é completamente diferente de uma criança.
Outra falha (na visão dessa adulta aqui) é a atitude do pai de Nina e a “solução” feita em relação a ele. Ele é, claramente, conservador e abusivo (psicologicamente falando) tanto com a esposa quanto com a filha, ele termina sendo apenas um pai “preocupado” no final das contas, o que até pode ser uma das razões, mas é uma solução rasa para o comportamento inicial.
No mais, visualmente é um desenho muito lindo e chamativo, perfeito para o público alvo.
Até Mais.
