A Origem do Dragão (2017) – Somos Sifu e Túdì

Qualquer lutador de artes marciais ou fã desse gênero cinematográfico, já assistiu os filmes protagonizado por Bruce Lee. Mas o principal tema dessa co-produção EUA, Canadá e China dirigida por George Nolfi com roteiro de Stephen J. Rivele e Christopher Wilkinson foi inspirado no artigo “Bruce Lee’s Toughest Fight” de Michael Dorgan, cuja a tradução seria A Luta Mais Difícil de Bruce Lee.
Bruce Lee, (Philip Nig) enquanto atuava em filmes B americanos, era Sifu, mestre em chinês, da recém fundada escola de artes marciais Jeet Kune Do (derivada do Kung Fu) na Chinatown, em San Francisco. Não ensinava somente golpes de ataque e defesa, também dava lições de moral e conduta aos seus Túdi, (os discípulos na língua chinêsa). Dentre esses, ganha destaque Steve McKee (Billy Magnussen), alusão ao ator Steve McQueen, por sua paixão pela imigrante chinesa Xiulan Quan (Jingjing Qu), prisioneira da máfia chinesa comandada no bairro pela Tia Blossom (Xing Jin) e também por ajuda ao monge shaolin Wong Jack Man (Yu Xia).

Os eventos são nove anos antes do seu último filme: Operação Dragão (Enter the Dragon, 1973). E trata do embate entre Bruce Lee e Wong Jack Man ocorrido em Dezembro de 1964.
Por ser um filme de homenagem aos filmes de ação de Hong Kong, o público não irá ver uma câmera trêmula junto aos cortes de edição repentinos durante as cenas de luta tanto usados em filmes americanos para esconder atuações péssimas. Haverá total visibilidade com câmera continua com poucas mudanças de ângulo e lentidão de movimento, dubles coreógrafos de luta e técnicas especiais de ação e efeito dos golpes com cordas.
O ator principal Philip Ng é lutador de Tae Kwon Do, Jiujitsu, Eskrima e de dois estilos de Kung Fu: Ving Tsun e Hung Gar. Além de ser filho de um discípulo do Sifu Choy Li Fut. Trabalhou em muitos filmes da indústria chinesa como dublê, ator e assistente de diretor, o que o torna perfeito para a representar o personagem. E representa um Bruce Lee bastante humanizado e imaturo em seus 24 anos, cujo principal objetivo é a fama e o reconhecimento mundial pessoal e de seu estilo de luta.


Yu Xia, seu adversário, representa um tradicionalismo chinês, com seu temperamento calmo e habilidades em luta, cujo objetivo é ensinar lições de humildade em sua penitência pessoal devido a um erro no passado. Billy Magnussen entrega um típico jovem americano em busca da sua sobrevivência pessoal e do amor, cujo aprendizado acontecerá observando o mestre. Apesar de ser um coadjuvante, é o que mais aparece nas cenas.
O roteiro explora muito dos clichês de filmes de ação de Hong Kong visto por americanos. Máfia, capangas sem armas de fogo, tecidos longos de roupa em meio à luta, treinamento intensivo de artes marciais e personagens em conflitos com o passado que perseguem a redenção através de lutas. O fluxo da narrativa avança com a interligação das sequências mesmo à falta de verossimilhança.
Apesar das liberdades artísticas misturadas a fatos da vida da personalidade, o filme é um bom entretenimento para os fãs do Dragão.

 

Dados técnicos:

Direção:George Nolfi

Roteiro: Stephen J. Rivele e Christopher Wilkinson. Inspirado no artigo “Bruce Lee’s Toughest Fight” de Michael Dorgan

Elenco: Philip Nig, Billy Magnussen, Jingjing Qu, Xing Jin, Yu Xia.

Sinopse: Embora seja conhecido como o maior mestre de artes marciais, Bruce Lee precisa enfrentar um adversário tão poderoso quanto ele, o monge Shaolin Wong Jack Man. Além disso, precisa lidar com as ações da mafiosa Tia Blossom na Chinatown, San Francisco como manter uma escrava chinesa por quem Steve Mckee (discípulo de Lee e Wong Jack Man) é apaixonado.

 

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