Ah, os clichês e as comédias românticas, para alguns repetitivo, para outros a receita do sucesso, mas sempre excelentes opções para celebrar o Dia dos Namorados, acompanhada ou não!
Dessa vez a recomendação é diferente, uma comédia romântica alemã … Confia, vai dá certo.
O longa “Um Dia para Sempre” está chegando aos cinemas brasileiros e catálogos nacionais dos streamings essa semana. A direção e o roteiro são de Maggie Peren e o elenco conta com o seguintes nomes: Alicia von Rittberg, Edin Hasanovic, Sebastian Rudolph, Tim Oliver Schultz, Emilia Schüle, Samuel Schneider, Nina Gummich, Vilmar Bieri.
A trama une duas premissas, ou clichês, a ideia de ficar presa em um dia específico, bem ficção científica ou fantasia (depende da perspectiva), e a relação de amigos que se tornam amantes, no sentido romântico (friends to lovers).
Zazie é traumatizada com o amor, ela cresceu assistindo as infinitas brigas dos pais dela, sem qualquer apoio da irmã mais velha, que normalizou a situação. Ao lado dela só havia um amigo, alguém que ela contava para tudo, eles cultivaram essa amizade por muito tempo, até que um dia ficaram e ela desapareceu.
A verdade era que Zazie não acreditava em relações amorosas, ela valorizava a amizade porque acreditava que seria mais segura assim, mas por esse receio ela acabou perdendo contato com o melhor amigo. Na faculdade ela fez amizade com dois outros moços, Patrick e Anton, que também não conseguiam manter relações, eles três criaram uma casa compartilhada, um lugar seguro para eles.
A vida seguia normalmente, até que Zazie recebe o convite de casamento do tal amigo de infância, e a noiva era uma antiga inimizade dela. De alguma forma, Zazie achava que precisaria salvar o amigo, mesmo depois de anos sem ter contato com ele, então ela planeja ir impedir o casamento, pede a Anton para ir com ela, dar apoio moral.
Ela não consegue impedir o casamento, mas faz um escândalo em um dado momento, envolvendo até Anton na confusão. O dia seguinte, que seria o dia da ressaca, na verdade é a repetição do dia do casamento, ou seja, a confusão que ela arrumou foi um gatilho “mágico” para começar o ciclo de repetição daquele dia.
Como todo filme que usa essa alegoria, Zazie precisava encontrar a chave do problema para quebrar o ciclo, mas para isso ela teve que reviver aquele dia, com diferentes resultados, dependendo das ações dela e da reação dos outros a estas ações.
Algumas vezes ela achava que precisaria mesmo salvar tal amigo de infância, em alguns momentos ela viu a necessidade de restaurar a relação com os pais e a irmã (que continuavam amigos da família do tal amigo, estavam no casamento) e em outros ela achou que precisava mudar a relação dentro da sua casa compartilhada, especialmente com Anton.
Mas, aparentemente, esse ciclo de repetição do dia representava o ciclo de negação que Zazie criou para si, nunca se entregando ao amor por medo de perder algo ou por medo de ter uma relação estranha, como a dos pais. E esse era um contraponto a situação de Anton, que não sabia dizer “não”, também por traumas familiares, que resultaram em outros traumas pessoais.
Essa é a base filosófica dessa alegoria, o elemento de comédia romântica, amigos a amantes, agrega ao filme o fator fofo, sem ser meloso, afinal é um filme alemão. O tom de humor/comédia fica nas entrelinhas, o tom romântico cresce de acordo com as descobertas pessoais da protagonista, a união disso tudo resulta em um filme muito gostoso de assistir, sem exageros nem eventos extraordinários.
É um filme lindo, que arranca suspiros e risadas, tudo na medida certa, deixando um sentimento bom ao final.
Até Mais!