O Último Americano Virgem (1982): Um Besteirol das Antigas!

Se eu disser para vocês que hoje falarei de um filme que aborda sexo e drogas em forma de humor tenho certeza que milhares de títulos virão a sua mente, mas acredito que vocês não iriam pensar no “O Último Americano Virgem” (“The Las American Virgin”).

Esse filme de 1982 tinha tudo para ser daqueles besteiróis americanos, que não fala sobre sobre nada nem passa mensagem de nada e para ninguém. Sinceramente, se fosse esse tipo de filme eu nem estaria comentando, só se fosse para não assistir!

Eu tenho um pouco de nojinho de filmes besteirois de 2000 para cá, só passa adolescente bebendo, usando drogas e passando muuuuito mal, cenas extremamente nojentas, mas tudo com o intuito de fazer graça, o que não funciona comigo. Talvez por isso eu tenha demorado um pouco para assistir “O Último Americano Virgem”.

Mas logo no começo do filme já dá para sentir a diferença do que era um “besteirol” na década de 80. A forma de abordar o mundo sexual adolescente naquela época era mais natural e menos bobo do que se mostra atualmente. Até as cenas de nudez (que não são poucas) são diferentes, há um tom diferente, menos apelativo do que vemos atualmente.

A trama do filme é simples, três amigos estão no ensino médio, naquela fase de pegação, momento em que ou você é muito romântico e se apaixona por uma pessoa ou você quer pegar todo mundo. Pelo menos é assim que os filmes americanos (desculpa a generalização) sempre nos mostram.

Eles representam três estereótipos. Davi é o gordinho engraçado, parece ser o mais rico de todos e, por isso, sempre está bancando as noitadas dos amigos, mas é medroso, só vai nas aventuras depois de muita insistência. Rick é o gostosão, loirinho, com cara de galã de cinema, atlético, safado, o sujeito que todas as garotas se apaixonam (e depois se ferram, lógico) e ele consegue praticamente tudo (e todas) que quer.

Gary, Rick e David

Gary é o amigão de todos, sempre faz o que os amigos querem, seja para agradar ou para não passar vergonha, mas é ele sempre que fica nas piores situações. O foco do filme é ele. Logo no início a gente o ver se apaixonando por Karen, nova na cidade, mas que não deu muita atenção a ele.

Entre uma tentativa e outra de se darem bem com alguém, inclusive uma cubana, mais velha, que dar em cima de Gary, mas quem se dar bem são os amigos, Gary fica sabendo que Karen está saindo com Rick. Gary não fala para Rick que estava apaixonado por Karen e sofre calado.

Achando que Rick queria algo sério com Karen, Gary deixa rolar, sem falar nada. Resultado? Rick acaba conseguindo exatamente o que quer com Karen e, semanas depois, termina o relacionamento, literalmente, do nada, mesmo depois de saber que ela está grávida.

Gary ver a cena deles brigando, fala com Karen, descobre o que está acontecendo, tenta mediar a situação, mas num dar certo. Ele aproveita que começaram as férias do final do ano, momento em que a turma iria viajar para esquiar, leva Karen para fazer um aborto, paga por todo o procedimento e dá todo o apoio.

No final acaba se declarando, porém, poucos dias depois, percebe que fazer tudo que ele fez não muda muito a realidade. Resumindo: infelizmente nosso herói aqui fez papel de trouxa, mesmo tendo o melhor coração possível.

É interessante assistir em 2017 um filme lançado há 35 anos. Primeiro tem essa análise que fiz no começo, o que fica bem exposto a diferença dos valores. Em segundo lugar dá para perceber que a adolescência não mudou muito, pode ter ganho uns brinquedinhos novos com a tecnologia, mas a cabeça é quase igual: sexo, álcool e drogas.

Por favor, não me entendam mal, conheço inúmeros adolescentes extremamente responsáveis, que pensam no futuro, são responsáveis e não caem nessas “tentações”, ou, pelo menos, sabem aproveitar os prazeres sem esquecerem do amanhã. Mas, convenhamos, ainda existem muitos que só têm isso na cabeça!

Por fim tenho uma análise fashionista, porque um dia ainda consigo ser uma fashionista e amo prestar atenção nesses detalhes. A gente menospreza muito alguns estilos antigos, mas ao ver filmes dessa época é possível perceber que a moda é reciclável, há peças que são atemporais e outras que estão voltando a fazer sucesso.

“Venha para Carmelita!”

Prestei bem atenção a um “look” que Gary usou, uma calça jeans básica, com uma regata, não muito cavada, cinza e uma bandana azul no pescoço. Quando vi eu já achei bem atual, mas confirmei essa versatilidade da moda algumas horas depois, quando comecei a assistir outro filme, “O Assassino de Mojave” (vai ter resenha, fiquem ligados).

O personagem principal principal estava usando uma roupa muito parecida, uma calça jeans básica, uma camisa, só que a dele era branca com mangas e gola “V”, e uma bandana, dessa vez vermelha, com as estampas bem parecidas com a de Gary. E esse filme é de 2016, ou seja, uma diferença de 34 anos, mas estilos muito próximos!

Não dá para não falar no elenco desse filme, não que tenha nomes super conhecidos de Hollywood. Na verdade boa parte do elenco praticamente deixou de trabalhar na mídia, pelo menos como atores, mas fizeram um trabalho muito bom na época. O que me deixa pensar que eles foram simplesmente eles mesmos, por isso que o filme é tão natural.

O ponto alto do elenco, pelo menos para mim, foi saber o que Steve Antin, que deu vida ao Rick, fez depois. Descobri que ele escreveu e dirigiu o filme “Buslesque”! Sim, senhoras e senhores, aquele filme MA-RA-VI-LHO-SO com Cher, Cristina Aguilera, Stanley Tucci e grande elenco, com muitas cenas de dança e música que inspira quem ama bater cabelo.

Ah, só para aumentar os créditos dele comigo, descobri que ele foi produtor executivo de sete episódios do reality das Pussycat Dolls de 2008 (“Pussycat Dolls Present: Girlicious). Bem estilo “Buslesque” esse moço, já gosto!

Vou deixar vocês fazerem essa viagem no tempo, conhecer esses meninos louquinhos, ri com as ideias desse povo e analisar esses pontos que disse aí. Qualquer coisa, pode comentar!

Beijinhos e até mais.

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