O relatório de Brodeck: Uma obra-prima em todos os quesitos.
A editora Pipoca & Nanquim tem pouco tempo de estrada, principalmente se levarmos em conta outras editoras que estão há décadas no mercado. Ano passado ela recebeu o prêmio HQMix de melhor editora do ano, além de premiação pela publicação de Moby Dick. Esse ano, novamente, sagrou-se como a melhor editora na premiação da HQMix.
Mas nem só de prêmios vive uma editora. Os três editores do Pipoca (Alexandre Callari, Bruno Zago e Daniel Lopes) são caras com uma visão completa sobre quadrinhos. Talvez por isso eles consigam sempre brindar o público leitor com obras cada vez mais pertinentes no mercado, além de inéditas ou fora de catálogo no Brasil. E, claro, não poderia ser diferente com uma obra que marcou o fechamento de 2018 e encantou antigos e novos leitores da editora. Estamos falando sobre O Relatório de Brodeck, HQ baseada no romance de Philippe Claudel e ilustrada pelo genial Manu Larcenet.
A inspiração.
Claro que o texto integral não foi lançado na graphic novel. Apesar de suas 332 páginas e mais de um quilo de livro, Brodeck não contém o texto completo da obra de Claudel. Ainda assim, certamente essa é uma das melhores adaptações de um livro para os quadrinhos que já li, fato explicado pelas belíssimas e detalhadas ilustrações de Larcenet, além do ótimo texto adaptado.
A trama é de uma simplicidade que assusta, porém seu desenvolvimento mostra que há muito, muito mais do que seríamos capazes de imaginar. Entre uma e outra cena, passamos a perceber que há uma malignidade típica do ser humano, mas incomum pelo grau de frieza.
Basicamente estamos diante do relato de um homem a sua aldeia, um povoado simples e assolado pelo temor da guerra. É para este lugar que Brodeck, um ex-combatente, retorna. Ele deixou seus amigos, família e a própria aldeia para combater, fato que foi extremamente criticado na ocasião, pois o soldado estava ao lado