O que é o Star Wars Day?
São poucas as franquias que nos permitem ter dois dias no ano para festejar. Uma delas, na minha humilde opinião, é a referência máxima desta forma de entretenimento: STAR WARS. Algo que seu pai ou avô (ou você mesmo, se já não é mais um padawan) conhecia simplesmente como “Guerra nas Estrelas”. E, certamente, é algo que seus filhos e netos também irão conhecer. Após 7 filmes e uma infinidade de derivados, é uma das franquias mais sólidas mundialmente, que movimenta bilhões de dólares. Afinal, já são mais de 40 anos de história de sucesso (e lucro) absoluto. O seu mais recente filme, Star War – Episódio VII: O Despertar da Força, arrecadou mais de US$ 2 bilhões no mundo todo. E ainda tem gente que diz que é modinha…
Uma das coisas boas de ser nerd é saber aproveitar a cultura pop. Nunca vai nos faltar assunto em rodadas de discussões com amigos e sempre vamos ter motivos para celebrar alguma coisa. A nossa primeira data de comemoração é hoje, dia 4 de Maio. Motivo? Um simples trocadilho com uma das frases mais famosas do filme (e do cinema): May the force be with you / Que a força esteja com você. May = Maio, Force = Forth (travando a língua) = 4º. Traduzindo: Que o 4 de maio esteja com você. Simples assim? Claro! O que você queria? Que fosse a data de nascimento do Darth Vader? A data do primeiro encontro do Han Solo com o Chewbacca? Ou a data exata que o Jar Jar Binks desapareceu? (se bem que isso seria um outro bom motivo para comemorar…).
Esse trocadilho, embora não faça o menor sentido em português, fez com que o dia 4 de Maio fosse referência mundial para os fãs da franquia. O trocadilho apareceu uma das primeiras vezes de forma “oficial” na Inglaterra, por ocasião da posse da primeira ministra Margaret Tatcher, conhecida como a “Dama de ferro”, em 1979 (dois anos depois da estreia do primeiro filme). Seus aliados colocaram no jornal britânico, estampada em uma página completa, a seguinte frase de apoio: “May the Fourth Be With You, Maggie. Congratulations.”
Em 2011, no Canadá, alguns fãs se reuniram e decidiram organizar o primeiro Star Wars Day, obviamente, no dia 4. E a data “pegou”. E em tempos de globalização e marketing, nos últimos anos essa data foi se firmando no nosso calendário e na nossa cultura. Basta ver a quantidade de referências a esse dia em qualquer site de cinema ou mesmo em qualquer loja que venda produtos baseados nos filmes ou nos personagens (o BB-8 hoje está em promoção. Alguém compra um pra mim?)
A nossa segunda comemoração é no dia 25 deste mesmo mês. Já essa celebração é mais genérica. Conhecida por alguns como Dia do orgulho nerd e por outros como Dia da toalha (prefiro chamar assim), apesar do tema se referir a outro símbolo nerd proveniente da sequência de livros de Douglas Adams “O guia do mochileiro das galáxias” (afinal, a toalha possui mil e uma utilidades), a data é referência ao dia 25 de maio de 1977, onde em um cinema de Los Angeles estreou o primeiro filme da saga, dando início à chamada Era dos Blockbusters. Na época, foi a maior bilheteria de todos os tempos. Essa é a data “oficial” de Star Wars, definida por um comitê em Los Angeles. Não faz mal, a gente celebra as duas datas.
Mas, apesar de todo o sucesso dessa “ópera espacial”, que nem era tão original assim (misturava um faroeste com Flash Gordon e outros elementos de ficção científica da época), ninguém apostava no filme quando de seu lançamento. Nem o estúdio Fox. E, dizem, nem mesmo seu criador George Lucas, tanto que ele resolveu tirar férias no Hawaii bem na semana da estréia do filme para não estar perto pra acompanhar o suposto fracasso de bilheteria. E esse pouco entusiasmo fez com que a Fox concordasse em ceder todos os direitos de merchandising do filme para Lucas. Aqui está o real surgimento de um império, fazendo com que qualquer Palpatine morresse de inveja.
Desde a bem-sucedida estréia, o boca-a-boca fez com que as pessoas falassem entusiasmados do filme para os amigos, que chamaram outros, e assim milhares de pessoas foram ao cinema assistir à obra. Uma, duas, três vezes, ou até mais. Star Wars ficou um ano em cartaz! Desde então, surgiram mais filmes, livros, revistas, séries, desenhos, brinquedos, jogos, sanduíches, entre outros mil produtos. Uma saga, uma paixão. Para alguns, é quase como uma religião (batizado de jediismo). Aliás, a própria história da Força traz várias passagens e elementos “doutrinários”, embora por estar inserido em um contexto futurista espacial de ficção científica, foi algo que nunca foi usado explicitamente como conotação religiosa. Quando se fala da idolatria que muitos fãs possuem pela saga, os aspectos religiosos quase nunca são lembrados. E, se vier, vem depois de uma lista extensa composta por termos como Darth Vader, Mestre Yoda, Luke, Leia, Solo, Obi-Wan, Chewbacca, Jedi, Sith, Millenium Falcon, Stormtroopers, Lado Negro, Anakin, Skywalker, Amidala, C3PO, R2-D2, Jabba, Bobba Fett, Rey, BB-8, e mais centenas de planetas, naves e personagens inesquecíveis.
De onde vem então essa loucura dos fãs por Star Wars, que faz com que cada notícia sobre um novo filme o mundo praticamente pausa para que só se fale nesse assunto? O que motiva fãs a praticamente acamparem na entrada do cinema a cada lançamento, e se possível, ir fantasiado sem nem se preocupar com o que as outras pessoas vão falar de você? O que move uma legião de fãs a comprar tudo o que veem pela frente que possua qualquer referência a saga, desde camisetas até band-aids? Se você for perguntar a 10 pessoas, talvez ouça 10 motivos diferentes. As respostas irão variar, desde a empatia com personagens, sejam heróis, droides ou vilões (Darth Vader é provavelmente o vilão mais famoso no cinema de todos os tempos), o interesse pelo universo em que as histórias se passam (a segunda franquia com maior número de fãs é Star Trek, que também se ambienta no espaço), ou mesmo pela história em si, por mais simples e batida que seja, a velha luta do bem contra o mal, mas que ainda cativa as pessoas. Ah, não posso esquecer dos sabres de luz! Me apresente um único fã da saga que nunca quis usar um.
Ter visto o Zico jogar foi suficiente para legiões de brasileiros se tornarem flamenguistas. Zico se aposentou, mas a paixão pelo Flamengo continuou. Crianças praticamente já nascem torcendo por um clube. Quem não gosta de futebol não entende como as pessoas se envolvem tanto com seu time de coração, a ponto de ir a um estádio ou assistir aos jogos pela televisão todo domingo, mas pergunte ao torcedor se ele não enjoa de acompanhar seu time. Se algo vale para o esporte, por que não pode valer também para o cinema? Portanto, por mais motivos que os verdadeiros fãs possam te dar para explicar a starwarsmania, pode não ser suficiente pra você entender. Mas é porque tem coisas que não dá pra explicar mesmo, e nem precisa entender. Podem vir mais 60 filmes, um por ano, que não vou deixar de assistir nenhum, e vibrar como se fosse o primeiro filme. Faz parte da nossa vida, e somos muito felizes em sermos fãs de Star Wars.