O Poder do Clássico – “Johnny English 3.0″

O maior espião da Inglaterra é retirado de sua aposentadoria para salvar o mundo novamente… Pelo menos a maior paródia de um espião inglês teve essa missão espinhosa.

Depois de sete anos, foi lançado em 2018 “Johnny English 3.0” (“Johnny English Strikes Again”). Johnny agora é um professor de geografia numa daquela escolas particulares bem tradicionais, mas o que ele menos ensina é a localização e a política dos países, ele prefere preparar possíveis futuros espiões, ensinando técnicas exclusivas que adquiriu nos muitos anos de espionagens.

Daquele jeitinho que só ele sabe fazer… Ou não sabe!

A Inglaterra é atacada por um vilão cibernético, ele, aos poucos, está expondo o país às maiores ameaças do planeta. Por causa disso o MI7 resgata alguns espiões das suas aposentadorias, incluindo English, que ganha o caso porque consegue eliminar (sem querer) a concorrência.

E lá vai English e seu fiel escudeiro, Bough, para a França, armados por equipamentos nada recomendáveis pelos especialistas técnicos. Ele não acredita em tecnologias avançadas, prefere os clássicos, especialmente quando o vilão pode rastrear todo tipo de equipamento eletrónico e ligado à rede de internet (mas isso é Bough que diz).

A missão é buscar por um suspeito em um elegante restaurante francês… Bom, não dá muito certo, mas eles localizam uma possível aliada do vilão, Ophelia Bhuletova. English vai tentar atacar pelo jeito mais clássico, sedução.

Ele não consegue muitas informações, mas dá tempo pra Bough ver o quarto dela, encontrando algumas provas de espionagem. Lógico que a grande percepção de English afirma que ela é totalmente inocente… Errado.

Enquanto eles dois tentam encontrar o tal vilão a Primeira Ministra busca outras formas de proteção, tudo resumido no intelecto de Jason Volta, prodígio da internet, responsável por desenhar o maior sistema de segurança virtual do mundo, além de ser lindo. Ela tenta o convencer a trabalhar para a Coroa britânica, corrigindo todos os prejuízos que os vazamentos andam causando.

O ponto chave para esse acordo é a reunião do G8, que será realizado em um castelo antigo na Escóssia. Os líderes dos principais países do mundo estarão todos lá para traçar medidas de segurança para os próximos anos, ela precisa ter respostas e soluções imediatas para tudo que está acontecendo.

Na parte externa do palácio estão Johnny e Bough, com seus equipamentos super modernos (para os anos de 1980, talvez), tentando resgatar a confiança da Primeira Ministra neles (ela havia dispensado os dois depois de fracassadas tentativas de resolução), finalmente encontrando o vilão e os resgatando.

Na reunião a Primeira Ministra apresenta Jason Volta e, para sua surpresa, ele se apresenta como o responsável por todos os ataques cibernéticos. Na verdade ele traçou uma inteligente estratégia, atacava os dados oficiais ingleses clandestinamente enquanto conquistava a confiança do governo, mostrando o quanto ele poderia ajudar nessa “ameaça” terrorista.

Se Johnny sabia? Ah, ele descobriu sim, apesar de todo seu jeito atrapalhado, ele sempre sabe o que está fazendo. Tinha invadido a casa do suspeito, viu de longe que era Volta e se aliou a Ophelia, conseguiram provas, mas as perderam. Quando Volta se apresenta na reunião eles já estão com um plano em desenvolvimento.

No momento em que o vilão autoriza o lançamento de um míssel, ele conseguem (sem querer, mas querendo) que o submarino do MI7 contra-atacasse, acabando com o plano de Volta e o levando diretamente para a prisão. Johnny retorna ao seu posto como professor e para seus pupilos, futuros espiões do primeiro escalão inglês.

Esse é o terceiro filme de Johnny English, uma paródia das grandes histórias de espiões, tendo como referência James Bond e companhia, só que com um cara todo atrapalhado no lugar dos conhecidos galãs de Hollywood. Johnny é o completo oposto, mas tem dedicação, sorte (demais) e boa intenção em tudo que faz, o que pode salvar suas missões e te dar aquela impressão de que está fazendo tudo corretamente.

Não assisti os outros filmes desse espião, mas conheço um pouco da história e gosto da intenção. É uma sátira de todo aquele ar sério, onde os bonitões sabem de tudo, sabem sair das piores situações (lembrei de Tristan Drake, de “Questão de Honra”) e ainda têm o dom natural de atrair belas mulheres, mas, ao mesmo tempo, uma bonita homenagem a essas histórias que tornam o serviço secreto da Coroa inglesa um mito, no melhor dos sentidos.

A homenagem, ao meu ver, vem quando ele dispensa qualquer equipamento moderno demais, valorizando o “old school”, um carro elegante no lugar de um elétrico, uma arma clássica invés de uma parafernália tecnológica, entre outras coisas. Ele ver no passado as verdadeiras soluções para as questões do presente, o que não deve ser tão errado, já que é se conhecendo a história que podemos combater erros do presente.

Mas acredito que ele mudou a visão sobre o quão antigo os equipamentos que usam depois de ter ficado preso numa armadura medieval, passando uma vergonha gigante quando seria a sua hora de glória, a coletiva de imprensa pós prisão de Volta e exaltação da Primeira Ministra por seu brilhante trabalho.

Ah, sim, ele chamou atenção de uma bela mulher, Ophelia, mas não do jeito que ele pensou que seria.

Sobre a visão das mulheres, Johnny me deixou triste quando não entendeu que uma mulher poderia comandar uma equipe da Marinha. Bough, o fiel escudeiro de Johnny, falou que havia casado e que sua esposa trabalhava na Marinha, o espião pensou em todos os cargos e limpeza antes de aceitar que ela era a Comandante!

É um bom filme, com um bom elenco, uma comédia daquelas que te fazem sentir uma vergonha alheia, mas não consegue desviar o olhar. Tudo que Johnny faz tem um obstáculo, porque ele é muito desastrado, daí vem as situações muito engraçadas e vergonhosas. A melhor é quando ele vai se passar de “bonzão” para Ophelia em um bar, ela experimenta um petisco bem apimentada e ele vai lá e experimenta também, só que ele não é acostumado, passa uns 15 minutos morrendo, mas tentando ser discreto (o que ele não é).

Falando de elenco, esse é um filme digno do humor de Rowan Atkinson. Não sabe quem é Rowan Atkinson? Ah, agora vai saber: o Mr. Bean!!! Ele pode fazer qualquer outra coisa na vida, pode receber o nome que for, tentar ser sério como for, será sempre lembrado como o atrapalhado Bean e com carinho. Será que o próprio ator é tão atrapalhado assim? Ou só é um bom ator e sabe nos fazer rir daquelas situações hilárias?

Sabe quem se destaca também: Emma Thompson. Essa é conhecida por vários estilos de papeis, já fez muito drama e tem aparecido cada vez mais em comédias. Lembro muito dela como a “Nanny McPhee”, que é um meio termo, tem drama e tem comédia. Mas nesse filme ela se supera na comédia, nunca imaginei essa mulher, super elegante, representado um país tão tradicional, falar algumas coisas, como os “elogios” que fazia a Jason Volta!

E tem mais: ver essa mulher como Primeira Ministra fez tão bem.

E aí, quer James Bond ou prefere Johnny English? Um é clássico e outro te fará rir (e as coisas ficarão bem ruins antes de melhorarem).

Beijinhos e até mais.

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