O necessário twist! “Once Upon a Time” – Sétima Temporada

Quando uma série está há muito tempo no ar é preciso fazer com que o interesse se mantenha, senão a fórmula acaba se desgastando e vai perdendo público até que não se tenha mais interesse para continuar a produção e a cancelam.

O tal “twist” na trama é um tiro no escuro, afinal pode representar a saída de vários personagens que o público se apegou durante os anos de exibição. Os exemplos são inúmeros, em “CSI” trocaram duas vezes o chefe da equipe, em “Grey’s Anatomy” só sobrevivem uns três do elenco original, dentre outros.

A série que tenta fazer isso agora é “Once Upon a Time”, que já ganhou uma resenha por aqui. Concordo que, apesar desta colunista ser viciada nela, essa série não é a mais aclamada, mais famosa, com elenco mais conhecido e pode ter uma fórmula estranha para a maioria, por isso mesmo pouco se discute sobre ela.

Por isso estou aqui, para defender minha série do coração, sei que ainda vale a pena investir nela.

Os fãs de “Once Upon a Time” já estão bem acostumados a perder personagens que se apegam, porque desde o começo têm personagens sazonais, ou seja, eles aparecem, contam a história e saem no meio ou no final da temporada.

Geralmente um ou dois personagens de cada conto são incluídos no elenco principal, como aconteceu com o Capitão Gancho, que foi remanescente da temporada que teve a história de Peter Pan (na verdade ele apareceu um pouco antes).

Porém agora a mudança foi geral, demos tchau à Branca de Neve, ao Príncipe Encantado, à Bella, à Emma e à Storybrook.

Ficamos sabendo que haveria mudanças quando Jennifer Morrinson, que interpretava Emma, a salvadora, anunciou que não iria voltar para a sétima temporada. Como ela era um dos focos da série, tiveram que pensar numa forma dela sair sem ficar estranho.

Não encontrei nenhuma explicação pessoal para saída dos demais, acredito que tenha sido uma escolha da equipe criativa na hora de escreverem essa nova fase.

A nova temporada conta apenas com quatro atores veteranos, Lana Parilla (a poderosa Regina Mills/Madrasta Má), Robert Carlyle (o misterioso e melhor vilão ever Mr. Gold/Rumplestiltskin), Colin O’Donoghue (melhor versão do Capitão Gancho/Killian Jones) e Rebeca Mader (versão mais divertida e malvada da Bruxa Má do Oeste/Zelena).

O que aconteceu na trama?

O primeiro episódio começa com Henry se despedindo de Regina, aparentemente ele terminou o ensino médio e não quer ir para a faculdade, prefere se aventurar entre os reinos e escrever sua própria história.

Depois há outro salto de tempo, Henry agora mora em Seatle, é escritor (e motorista de Uber) de um livro só, “Once Upon a Time”, que conta a sua história em Storybrook, porém ele não se lembra que aquela é a sua história. Ele é visitado por Lucy, uma menina que afirma ser sua filha e que ele precisa quebrar uma maldição.

Logicamente a ideia é mostrar que um ciclo se encerrou e outro se inicia, de uma forma muito semelhante, mas com suas peculiaridades, por exemplo, os personagens amaldiçoados vivem em Hyperion Heights, um bairro dentro de Seatlle, e vemos rostos conhecidos em posições diferentes.

Particularmente, achei muito inteligente essa estratégia, fez uma linda homenagem a tudo que aconteceu nas seis temporadas anteriores, mas conseguiu direcionar para uma história um tanto quanto diferente.

Outras mudanças: Regina passa a ser Roni, dona de um bar, bem diferente do posto de prefeita; Rumple (ou Mr. Gold) é o detetive Weaver que usa métodos de tortura, não muito diferente dos métodos do “Senhor das Trevas”; Killian é o oficial Rodgers, que, na verdade, é uma outra versão do pirata, não é o mesmo que casou com Emma no final da sexta temporada; Zelena será Zara, que só aparecerá lá pelo episódio 9 ou 10 e não se tem muita notícia sobre sua nova fase.

Somos apresentados a uma outra versão de Cinderella, da Madrasta Má e da filha, que rivaliza com Cinderella, e de Alice, a do País das Maravilhas (e outros lugares), além de conheceremos Tiana, da história da “Princesa e do Sapo”.

Como uma apegada às personagens e histórias, sempre sofri com as saídas das personagens de cada temporada, como Ruby (a Chapeuzinho Vermelho), as irmãs de Arendelle, Elsa e Ana, a fada Sininho e Robin Hood (saiu na metade da sexta já), mas dessa vez estou sofrendo mais, porque eu amo a dinâmica entre Branca de Neve e do Príncipe Encantado e do ator que fazia Henry novinho.

As mudanças são bem vindas, apesar das perdas que doem no coração. É muito bom ver que Regina (ou Roni) pode ser poderosa de outra forma, não só como autoridade, que Rumple sempre consegue se reinventar, assim como a própria série, que sabe trazer personagens diferentes, mesmo aparentando ser igual.

Confesso que estava com preconceito sobre a nova Cinderella, porque esta história já havia sido explorada (pouco), mas, ao ver como se desenvolveu, achei bem construído e que vale a pena acompanhar essa história.

Também estava com receio em ver que Killian ainda estava na trama, mesmo Emma tendo saído, porque é um casal que lutou muito para se entender, terminaram a temporada anterior casados, então não queria pensar que eles tinha se separado, mas também não queria dizer adeus ao ator, Colin O’Donoghue.

Por isso gostei quando fiquei sabendo que é uma outra versão, logo, ficaremos felizes por ver esse casal lindo dando certo, mas não perdemos o Capitão Gancho mais charmoso da vida (agora sem delineador, infelizmente).

Uma polêmica que eu vi foi sobre a Roni, que era Regina. Um crítico discordou completamente do novo visual dela, sendo até preconceituoso ao falar que o cabelo cacheado era um ninho.

Sim, é estranho ver essa personagem desfilando com roupas mais justas, mais sexy, afinal, estamos acostumados a vê-la com os famosos terninhos super formais de Regina ou um vestidos luxuosos da Rainha Má, porém concordo com essa mudança. Não tem como pensar que as mudanças de “profissão” e de identidade dela não acompanhassem essa mudança de visual, e que foi acertada, combinou com a personagem.

Para finalizar, eu nunca achei que Emma foi realmente o foco de toda a série. Obviamente a história dela foi bem explorada, mas sempre esquecemos que quem começou com tudo foi Henry, ele é o incentivo para a maioria dos heróis e vilões. Exatamente por isso, não fiquei tão abalada com a saída dela, mas sim com os efeitos que isso teria para a própria trama, que tem me convencido ainda ser muito boa.

Estou chorando a perda de Jared Gilmore, Henry novinho, foi muito bom o ver crescendo junto com a série, mas também é bom conhecer Andrew J. West, apesar de achar esse novo Henry mais parecido com o padrasto (Killian, o Capitão Gancho) do que com o pai biológico (Neal ou Bealfire).

Infelizmente esses novos episódios só estão disponíveis na TV gringa, por aqui talvez só próximo ano. Na Netflix é certeza ser só próximo ano mesmo, eles só liberam a temporada completa quando a nova está para estrear (para meu desgosto), e a gente aqui exposto aos spoilers =D.

 

Beijinhos e até mais.

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1 Comment

  • Amoooo! Estou ansiosa pela sétima temporada. Pena que demore tanto! Chega logo no Brasil!

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