Chegou a hora de ver o mundo ideal na vida real, quer dizer, no live-action!
O novo live-action da Disney é “Aladdin”, expectativas foram criadas e adianto, algumas foram atendidas. Vamos primeiro relembrar essa história mágica.
Nas ruas de Agrabah vive o jovem Aladdin, um ladrão que rouba para comer, e seu macaquinho, Apu. No castelo vive Jasmine, uma princesa presa por seu pai, o Sultão, que tem medo de a perder. Ao lado do Sultão está seu braço direito, o vizier Jafar.
Em uma tentativa de ver o mundo, Jasmine vai ao mercado, onde é salva por Aladdin, mas ela não conta que é a princesa. Enquanto isso Jafar, que já domina alguns truques de magia negra, deseja pegar a lâmpada mágica na caverna dos tesouros, mas não pode entrar lá, somente alguém de coração puro, um diamante, pode entrar.
Jafar prende Aladdin e o faz pegar a lâmpada na caverna, só que ele fica soterrado lá. Ele não sabe nada sobre a lâmpada e o Gênio, por isso fica confuso quando aparece aquele ser estranho todo azul sair daquela pequena lâmpada. Assim que entende as regras ele faz seu primeiro desejo, se tornar um príncipe, para poder ficar com Jasmine (a essa altura ele descobre que ela era a princesa).
Aladdin volta a cidade como o Príncipe Ali, com toda a pompa e cerimônia, muito bem recebido. Não demora para Jafar e Jasmine o reconhecerem, mas isso só faz com que Aladdin ter oportunidades para se beneficiar. Para Jasmine ele disse que na verdade é um príncipe, o ladrãozinho era um disfarce.
Ao fim Jafar é derrotado, o Gênio torna-se humano (com o último pedido de Aladdin) e Jasmin e Aladdin ficam juntos, mesmo ele não sendo um príncipe de verdade.
O núcleo do clássico de 1992 (oh ano bom, dia 17 de julho eu estava fazendo estreia também kkkk), mas tem algumas mudanças bem interessantes. A melhor mudança é de Jasmine, na animação ela é uma princesa com personalidade, mas um tanto quanto simples, ela tinha pouca força, a nova Jasmine estuda história e política, vê-se como sucesso do pai sem necessariamente estar casada e, aos poucos, não se deixa ser calada.
Inclusive uma das músicas criadas é “Speechless” (“Ninguém Me Cala” em português), é dela. Na animação não há música cantada só por ela, em momentos que Jafar a mandava calar a boca. Aliás, terríveis momentos, ele dizia coisas como “mulheres não deveriam falar”, “princesas deveriam saber seu lugar”… Já sabem, né, agarrei ranço!
São três cenas embaladas por “Speechless”, mas a que ela é cantada na íntegra é quando Jafar se torna Sultão (por pedido) e a expulsa. A cena ficou bem parecida com aqueles vídeos clipes dos anos 90, bem dramática, mas a mensagem é passada.
Jasmine também ganhou uma amiga (além de Rajah), Dalila. Ela é a criada, mas, como a princesa nunca sai, sempre é quem está com ela. Serviu perfeitamente como um alívio cômico, a junção dela com o Gênio (falo já desse maravilhoso) fez o filme ficar leve.
Gente, Dalila é fofa, mas é lesada, me identifiquei tanto! Melhor cena dela é quando o Gênio a chama para a caminhada (enquanto isso Aladdin pega Jasmine para dar o rolê no tapete).
A introdução não feita pelo mercador, que tem aquele longa fala famosa (para mim, adoro a participação dele), é na verdade o próprio Gênio, em um barco, vivendo com Dalila (sim, eles são um par romântico), e fala a história para os filhos deles. Aí gente, tão bom quanto!
No fim o Sultão não rasga a lei que proibia o casamento da princesa com um plebeu, na verdade ele torna Jasmine a Sultanesa, como ela mostrou que estava e ela mesma refez a lei, indo atrás de Aladdin no mercado.
O filme termina com uma grande cena de musical, que é mais um bônus. Will Smith mistura o Gênio com o Fresh Prince From Bel-Air, canta um rap com DJ Khalid e todos dançam.
Até porque no início ele diz: já mencionei que todos cantam e dançam?!
Falando de cantar e dançar… Essa expectativa foi atendida com perfeição. A cena do “Friend Like Me” (“Nunca Teve Um Amigo Assim”) é um show de jazz, esse Aladdin sabe dançar MUITO, “Correr Para Viver” (“One Jump Ahead”) conta com uma Agrabah perfeitamente reproduzida e com a ideia original muito respeitada, tem até as odaliscas tentando proteger Aladdin.
Eu assisti a versão dublada, já ouvi as músicas em inglês pelo Spotify (tem o álbum completo em inglês e em português… Imaginam como está minha playlist, né), e posso dizer que, pelo menos as músicas, não sofreram prejuízos. Os dubladores estão de parabéns, vozes muito similares aos dos atores.
Minha maior preocupação era reproduzir a voz de Will Smith, mas Márcio Simões deu conta do recado perfeitamente. A voz dele casou muito bem com as expressões de Will Smith.
Uma curiosidade muito linda é a assinatura de Alan Menken no departamento de música. Ele é compositor original das canções da animação de 1992, bem como de vários outros clássicos da Disney, no live-action ele está a frente do departamento e assina as músicas instrumentais. Menken é o primeiro a participar da produção clássica e do respectivo live-action!
Essas músicas instrumentais te fazem querer dançar ali no cinema mesmo, mesmo que você não saiba dançar a dança do ventre.
Chegou aquela hora boa de falar sobre o elenco. Vou começar por Will Smith? Não, porque ele é a cereja do bolo, deixarei por último!
Minha representante no filme, Dalila, é viva por Nasim Pedrad, famosa por suas participações no cômico “Saturday Night Live”. O príncipe Anders, pretendente de Jasmine, é Billy Magnussen, cujo trabalho mais conhecido é “Caminhos da Floresta”, que ele faz o príncipe de Rapunzel e faz uma cena musical bem clichê com Chris Pine (assistam, muito engraçada).
O Sultão, pai de Jasmine, que não tão abobalhado como na animação, é vivido pelo iraniano Navid Negahban. A atriz inglesa, em plena ascensão de carreira, Naomi Scott dá a vida a essa nova Jasmine, ela não é a concretização perfeita da Jasmine de animação, mas atua muito bem.
Agora vamos para as polêmicas.
Aladdin é vivido pelo egípcio Mena Massoud. Ele atua bem? Atua. Ele canta bem? Canta. Ele dança bem? DEMAIS. Mas ele não tem a fisionomia do Aladdin que eu esperava, cheguei até a o chamar de feio. A atuação dele é muito boa, ele tem aquele ar de esperteza típico do personagem, convenceu em todos os momentos, mas a aparência dele realmente me incomodou e eu não sabia a razão disso, jurava que era feiura.
Desculpa aí Mena, entendi errado minha aversão. Na verdade, é porque o cabelo dele foi esticado a força, logo as feições dele ficaram estranhas, o cabelo real dele é bem cacheadinho (lindo). Bom, alisaram para chegar mais próximo ao visual da animação, mas isso me fez refletir sobre isso.
Pensem comigo: o filme é baseado em uma cidade que, provavelmente, está ali nos países arábicos (tem uma músicas chamada “Noites Arábicas”), como todo aquele ar do Oriente Médio; as características dos nativos desses países não são exatamente o que está na animação; provavelmente adaptação o desenho da animações a traços mas ocidentais (estadunidenses, talvez). Então a aparência natural de Mena Massoud chegaria mais perto do povo desses países e ele não ficaria estranho.
Só para esclarecer: agora que vi fotos dele com o cabelo ao natural a aversão passou, é bonito ele.
Segunda polêmica: Jafar! Esse vizer muito ganancioso é vivido por Marwan Kenzari, de 36 anos, mas parece mais novo. Lembrei da idade porque é essa a minha crítica sobre ele, a atuação dele é boa, ele tem o ar de mistério, mas ele é muito novo para ser um Jafar. Eu esperava alguém mais velho, com uma imponência maior, algo mais assustador, em alguns momentos ele parecia ser um rapaz que queria poder demais e Jafar não é isso (no meu ponto de vista).
Fiquei pensando em quem poderia ser esse Jafar, mas ainda não consegui pensar em ninguém. Já para Aladdin pensei em Deniz Akdeniz, que fez o landrãozinho na série “Once Upon a Time” e parece muito com a animação (à propósito, Karen David foi a Jasmine na série e também parece muito com a animação).
Agora vem ele, seja ele azul ou não, com ou sem trancinha estranha no meio da cabeça, um gênio antes de ser o Gênio. Estou falando, lógico, de Will Smith! Admiro este ser humano desde “MIB – Homem de Preto” e sabia que ele daria conta, mesmo com toda a discussão sobre a cor do gênio, para mim ele poderia estar vestido como o Fresh Prince de Bel-Air que ele ainda seria esse Gênio.
O carisma do Gênio foi o fator que fez o ator se destacar, afinal ele é assim, ele é carismático em todo e qualquer personagem. O senso de humor e a sensibilidade com transições de humor para drama foram essenciais para ser ele o principal personagem. E a cena final, um presente para o público.
Para mim, superou o original fácil!!!
Para finalizar não posso de deixar de falar dos personagens animais: Apu, Iago e Rajah. Apu tem o mesmo peso que na animação, talvez até mais atrevido. Iago e Rajah tiveram a presença diminuída, o papagaio falou pouco (ele realmente falava, mas não foi como na animação) e o tigre foi aquele detector de pessoas ruins… Mas não atacou o príncipe Anders, uma pena.
Ah, o tapete está impecável como sempre, a cena de “Um Mundo Ideal” é incrível.
Um Gênio e um tapete voador resolveria 50% da minha vida hoje =D
Beijinhos e até mais.