“O que você quer depois de conseguir o que você queria?” Bem impactante e filosófica essa pergunta, não é? É com uma frase semelhante que começa o filme “O Assassino de Mojave” (“Mojave” – 2015).
Esse filme me surpreendeu, porque pelo nome eu achei que fosse algum filme de guerra, bem no estilo atirador, muito tiro, explosão e sangue para tudo quanto era lado. Nunca imaginei que teria alguma coisa tão psicológica.
A trama é bem interessante. Um diretor de cinema de Hollywood, famoso desde seus 18 anos e atingiu essa meta de vida muito novo. Ele tem uns 35 anos, talvez menos, é casado, tem uma filha, tem a atenção da mídia e da indústria. Seu “divertimento” é andar pelo deserto perto de Los Angeles.
Em um determinado dia, com a família longe (mas com a amante por perto), ele decide “ir pensar” no deserto. Ele passa uns dias por lá, bebendo e fazendo nada, além de pensar na vida.
Nesse momento ele me lembrou daquela música dos Beatles, “Nowhere Man”: “He is a real nowhere man, sitting in nowhere land, making all his nowhere plans, for nobody” (Ele é realmente o homem de lugar nenhum, sentado em sua terra de lugar nenhum, fazendo todos os seus planos em lugar nenhum, para ninguém).
Nesse tempo no “lugar nenhum” dele, ele ouviu um barulho e achou que estaria em perigo, na manhã seguinte decidiu ir embora, mas ele acaba perdendo o controle do carro entre as pedras do deserto e o carro quase capota, ficando acabado. Ele fica lá no deserto, um tanto quanto perdido.
Ele faz o acampamento para ele. Naquela noite um andarilho entra em seu acampamento, bebe do café que ele estava fazendo e começa a conversar coisas bem aleatórias. O moço de Hollywood fica só observando, pouco fala, apenas escuta as filosofia do andarilho, citando Shakespeare e falando sobre Deus, falando da passagem Dele no deserto e das tentações do diabo, que ele alega ser apenas a consciência Dele.
Pelo instinto de sobrevivência, o hollywoodiano se sente acuado, e já se põe para a briga, mesmo quando o andarilho sugere entregar as balas de seu rifle para ele. Eles brigam, o andarilho fica desacordado, o outro corre do acampamento, fugindo da ameaça que sentiu, levando o rifle dele.
No dia seguinte percebe que andarilho encontrou a “trilha” para o perseguir, então ele encontra uma caverna onde ele poderia descansar com um pouco de tranquilidade, porém num teve paz. Ele é surpreendido por uma silhueta na entrada da caverna, atira nele achando que era o andarilho, mas na verdade era um guarda (tipo de patrulha).
Ele tenta se afastar o máximo possível daquela situação, tenta limpar a arma, joga-a para o deserto, enfim, faz de tudo para que não seja incriminado. Encontra uma pista de volta para a cidade e consegue voltar para casa.
O problema, que ele nem imaginava, é que o tal andarilho é o assassino de Mojave, o tal rifle é arma usada em 7 assassinatos! Além do fato de que esse andarilho é muito mais inteligente do que ele imaginou, conseguiu encontrar os documentos do hollywoodiano, ficou sabendo onde o encontrar e foi para Los Angeles.
O andarilho consegue se infiltrar na cidade e perseguir o hollywoodiano, mexendo psicologicamente com ele, afinal começa a interferir na vida daqueles que estão a sua volta.
Esse filme tinha tudo para ser pesado demais, tanto pelo caráter moral quanto pelo fator filosófico, mas o andarilho, apresentado como Jack depois, tem uma personalidade única, as ações dele tornam-se cômicas de tão peculiar que ele é.
Outro fator de comédia é o personagem de Mark Wahlberg, famoso por personagens de ação e polêmicas no começo da carreira. Confesso que não sou muito fã de Mark, mas ele tem me conquistado e nesse filme ele está maravilho. Ele faz um playboy de Hollywood, de família rica e que é produtor de cinema, porém não é muito trabalhador. Não tem uma cena que ele esteja com uma roupa decente, ou está de toalha ou de roupão, bebendo champanhe do melhor e mandando e desmandando nos seus funcionários.
O andarilho é vivido por Oscar Isaac, presente em filmes como “Ex Machina”, “Stars Wars: The Force Awekens” e “X-Men: Apocalypse”. O hollywoodiano é interpretado por Garrett Hedlund, que foi o protagonista da franquia de “Tron”, também esteve em “Troia” e “Eragon”.
E aí? Ficou com vontade de filosofar com esses louquinhos do deserto? Aproveitem e depois venham comentar por aqui!
Beijinhos e até mais.
1 Comment
Amei o filme