“É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se a derrota, do que formar fila com os pobres de espírito que nem gozam muito nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece vitória nem derrota.”
Theodore Roosevelt
Chove forte, os trovoes quase abafam o som das teclas do computador, o barulho dos carros indo e vindo, o frio, e nós, quem sabe, permanecemos aqui, no mesmo lugar, ouvindo os pingos da chuva que caem copiosamente lá fora.
Roosevelt descreve bem o que é viver na penumbra: É viver no cinza, é não conhecer nem a derrota, nem a vitória. É passar pela vida, como um mero passante, um espectador, alguém que não deixou nenhuma marca, além das pegadas de alguém que apenas passa. A experiência nos mostra a cada dia, que passar por passar, não vale a pena. É inútil. Mas são muitos os passantes.
Na vida, e para que essa vida tenha valido a pena, são necessárias marcas profundas, histórias a serem contadas, aventuras vividas, amores proibidos, desamores, grandes vitórias, e, inerente, alguma derrota. Marcar a vida é assim, viver sem medo de ser feliz. Conceituar felicidade? Impossível. Podemos conceituar segurança: Exemplo disso é aquela vida, idealizada, comum, sem maiores perspectivas. Uma vida de passagem. Cinza. Desconhecida. Inútil.
Passar é fácil, passar e marcar, é bem mais difícil, mas quem disse que seria fácil? Gosto do exemplo do garimpeiro, que inicia uma escavação em busca da pedra preciosa, ele não pode fazer caso da escavação até que chegue a pedra. Chegando nela, ele ainda apenas escavou, é preciso que ela seja lapidada, que seus cristais estejam inteiros, não tenham se partido durante a escavação, então, e só então, o garimpeiro verá se valeu ou não a pena ter encontrado a pedra, se sim, ele deixou a sua marca, venderá a pedra e ficará rico, mas se aquela não for à pedra dileta do garimpeiro, ele deve então começar outra escavação, até encontrar a pedra ideal, e então deixar sua marca definitiva, ter uma história para contar, e o principal, ter um tesouro para mostrar.
Que possamos fazer mais do que passar. Que possamos passar mesmo com nossas dores, desilusões e sofrimentos, mas que as marcas que partem nosso coração sejam parte da história que teremos para contar, e que essa história seja repleta de páginas, e que em cada uma dessas páginas existam traços de amor, liberdade e perdão.