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Nosferatu, Uma sinfonia do horror – 1922

Nosferatu, Uma sinfonia do horror – 1922
  • Publishedmarço 11, 2017

O Diretor F.W. Murnau que foi mais uma peça importante no movimento cultural que ficou conhecido como Expressionismo alemão (falei um pouco sobre outra peça do movimento quando escrevi sobre O Gabinete do Dr. Caligari), conduziu uma obra-prima do cinema, influenciando muitas obras que viriam posteriormente além de ser reverenciada  pela cultura pop até hoje: Nosferatu.

Por se tratar de uma obra expressionista, onde as bases da cultura em que foi formada eram o obscuro, o sombrio e o sobrenatural, Murnau conseguiu sintetizar através de Nosferatu toda essência do movimento. O filme que é a primeira adaptação da obra de Bram Stroker, consegue transmitir para tela a figura gótica que Stoker criou (baseado no imperador romeno Vlad ‘Tepes’, que virou uma lenda folclórica) de forma única, devido ao conjunto de elementos que compõem a obra. O filme que é todo em preto e branco reflete o embate entre luz e sombra, cria um tom fantasmagórico e obscuro. A forma com que Max Schreck dá vida ao não-vivo conde Orlok talvez seja a melhor representação vampiresca das telas, um ser esguio, alto e sedento de sangue, o vampiro que não é um charmoso sedutor e sim um ser horrendo e temido, a personificação do personagem descrito por Stoker.

Sobre os méritos técnicos da produção, a ambientação na Alemanha também foi muito feliz, conseguindo transpor dos livros os cenários fieis à obra. Assim como a fotografia que se utilizando do jogo de luz e sombras durante todo filme, criou com a ajuda do stop motion, uma das cenas emblemáticas com Orlok se levantando de seu caixão e perseguindo Hutter pelo castelo. A maquiagem e figurino conseguiram criar um monstro assustador na forma do conde, as presas frontais, as orelhas, a cabeça careca e o casacão produzem um personagem assustador, que só é amplificado pela atuação de Schreck.

Mas um filme que é tão prestigiado até hoje, quase não viu a luz. A primeira e única produção da Prana Film (por Albin Grau), não conseguiu os direitos cinematográficos para adaptação da obra e mesmo tendo que mudar nomes de personagens e lugares, mas fora isso o filme é praticamente a transcrição do livro para as telas.

Abaixo você pode ver o filme completo:

https://www.youtube.com/watch?v=SWEuP1OGx6A&t=2s

Written By
Jackson Souza

Entende quase tudo sobre séries e filmes. Cresceu praticamente dentro de um cinema, gastando toda a sua mesada na sétima arte. Rockeiro de batismo, mantém uma guitarra empoeirada e cheia de histórias na parede do quarto. E, além de um viciado gamer, é um cara com um humor muito peculiar, que só alguém de exatas poderia nos proporcionar.

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