Nobody puts Baby in a corner – Dirty Dancing (2017)
Tenho certeza que em alguma parte de vocês concorda quando eu digo que é fazer remake de clássicos é mais difícil do que fazer um projeto original, porque aquela história e aqueles personagens sempre estarão em nossas memórias e é muito difícil os substituir.
O remake da vez é do clássico das férias de verão e da dança, “Dirty Dancing – Ritmo Quente” (1987). A história ainda é bem fiel, a filha mais nova, mais estudiosa e menos vaidosa da conservadora família Houseman, Francis, vulgo Baby, envolve-se com o instrutor de dança do hotel, Johnny Castle, que é bem mais velho do que ela e já tem algumas confusões em seu currículo. Primeiro ela se aproxima dele para ajudar a amiga dele, Penny, que também é instrutora de dança.
Penny descobre que está grávida de um dos garçons (que eram protegidos do dono do hotel por serem universitários), Robbie, mas ele não a assumiu e agora ela precisa abortar para salvar seu emprego. Baby pede dinheiro ao pai para dar a Penny e ainda a substituí em um show no único dia em que o “médico” poderia atender.
Ao descobri para onde foi seu dinheiro e o novo relacionamento da sua filhinha, o pai de Baby se decepciona com ela e deixa de dar a atenção necessária, surgindo, assim, a fala mais emblemática do filme: “Nobody puts Baby in a corner” (Ninguém coloca a Baby de lado).
A nova versão é de 2017, 30 anos depois da primeira versão, e ganha outros elementos. A narrativa é, na verdade, um musical produzido e coreografado por Johnny Castle, inspirado no livro que Baby escreveu anos depois do fatídico verão de 1963, mostrando que eles não ficam juntos depois de todo o ocorrido, mas as vidas deles mudam para melhor.
Além disso tem outros detalhes que adicionaram valores importantes à trama. A relação dos pais de Baby ganha destaque, mostra que a felicidade deles é superficial, Marjorie, a mãe, anda muito insatisfeita e quase pede o divórcio. A irmã, Lisa, depois de ser assediada pelo “par perfeito”, Robbie, conhece Marco, um músico negro que a ensina a tocar ukulele, surgindo um lado diferente da vaidosa irmã mais velha.
Tão difícil quanto respeitar essa história tão clássica é substituir o elenco do primeiro, em especial o saudoso e maravilhoso Patrick Swayze.
Esse desafio foi parcialmente cumprido, Colt Prattes dança tão bem quanto Swayze, conseguiu passar toda a sensualidade e rebeldia de Johnny, porém não é não bonito quanto o primeiro Johnny (opinião pessoal). Prattes é pouco conhecido como ator, este foi só o seu quarto trabalho e o de mais destaque, ele trabalhava como dançarino mesmo, fez parte da equipe da cantora P!nk.
Baby também mudou. Em 1987 contávamos com Jennifer Grey, que era conhecida pelo nariz fora dos padrões de beleza, porém tinha um biotipo bem parecido com a da dançarina que tenta ajudar, além de não ter a aparência de uma adolescente começando a vida adulta.
Agora, em 2017, Baby é vivida por Abigail Breslin, a eterna “Pequena Miss Sunshine”, ela passa aquela imagem de menininha do papai mesmo, com aparência de fofinha, mas muito feminista e protetora de seus ideias, agregando mais veracidade ao processo de aprender a dançar (ela não teria ritmo algum). Honestamente, amei a interpretação dela, me senti muito mais representada do que na primeira versão, mais um vez Breslin mostra que pode ser de tudo.
Marjorie Houseman é uma das personagens que ganharam mais justiça nessa nova versão e teve um intérprete muito capaz disso, Debra Messing, que é conhecida pelos trabalhos de comédia, como a série “Will and Grace”, porém já deixou bem claro sabe usar a dramaticidade em seu favor. Na primeira versão quem deu vida a Marjorie foi Kelly Bishop, a Emily Gilmore de “Gilmore Girls”, que teria sido tão memorável quanto Debra, caso a trama tivesse dado o mesmo destaque.
Penny, a instrutora de dança que ganha a simpatia de Baby, é vivida pela ex(talvez futura)-Pussycat Doll, Nicole Scherzinger, substituindo Cynthia Rhodes, estrela de musicais da época, como “Staying Alive” e “Flashdance”. Uma justa troca, Nicole pode não ser a melhor cantora do mundo, mas é uma daquelas que contagia quando interpreta, seja cantando ou dançando. Quem dessa minha geração nunca cantou “Don’t Cha” no chuveiro, não é mesmo? Agora vai querer dançar mambo e merengue com a mesma habilidade dela, que rebola mais que as meninas do “Fit Dance” (chora na cintura de elástico que nasci sem kkkkk).
Apesar de outros bons personagens, vou falar só de mais um porque fiquei chocada com a escolha. Robbie, o garçom que foi colocado como “par perfeito” de Lisa, mas que foi o mesmo que engravidou e abandonou Penny e humilha Johnny sempre que possível, foi vivido nesta versão por Shane Harper, um dos remanescentes da época boa da Disney. Ele ficou mais conhecido pelo filme “Deus Não Está Morto”, ele é quem interpreta o aluno que prova ao professor ateu que Deus existe de uma forma muito racional e emocionante. Bem diferente de Robbie, né? Mas ele conseguiu!
E aí, preparados(as) para essa nova versão? Recomendo muito!!
Se você já assistiu comenta o que achou!
Beijinhos e até mais.
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