Um fato comprovado é a importância da presença dos avós no desenvolvimento das pessoas, especialmente na infância. O longa “No Ritmo da Vida” mostra outro aspecto dessa relação. O filme foi dirigido por Phill Connell, que também assina a história, cujo roteiro foi feito por Genevieve Scott. Foi gravado em 2020, mas lançado em 2021 e está chegando ao Brasil agora, pela distribuição da A2 Filmes.
Russel luta por muito tempo para ser um ator renomado, estudando e buscando seu lugar ao sol, mas descobre-se como Drag Queen e sabe que esse é seu destino. Isso abala o relacionamento estável que vivia com Justin, um advogado levemente conservador e que não saberia incluir o “novo” Russel em sua vida. Depois de um traumatizante término, que impediu Russel de fazer sua estreia oficial como Fishy Falters, ele saiu da cidade e tentou traçar um novo destino para si mesmo. Para isso ele precisava passar na casa da avó, Margaret, para pegar o carro que herdará do avô, há muito falecido.
Seria fácil passar uma noite e pegar o carro, mas Russel viu que sua avó não era mais a mesma. Margaret vivia sozinha há muitos anos, não tinha muitas muitas amizades locais e nem estava com a mesma saúde, física e mental, ela precisava de ajuda. O neto quebrado por dentro decidiu ficar mais tempo para ajudar a avó perdida no tempo.
Enquanto isso, ele lutava para entender seu lado Drag Queen e engatar novo romance com um local, já ela lutava com a filha (mãe de Russel) para ficar em casa mesmo, não ir para o asilo.
Dessa relação necessária, fácil e difícil ao mesmo tempo, o neto descobre mais sobre o avô, os hábitos que havia herdado e como aquilo poderia ser perigoso para sua vida.
O filme apresenta cenas lindas entre neto e avó, tentativas de melhorar a vida do outro, mesmo que discretas ou não muito bem planejadas. Contudo, por ser curto (1h29 de duração), nem esse lado familiar nem o lado Drag Queen são explorados como deveria, parece que fica faltando algo a ser mostrado.
É um drama sem alívio cômico, talvez próximo da realidade de algumas pessoas, mas não dá tempo de se envolver com as nuances dos vários aspectos desse drama, tanto pela curta duração quanto pelo destaque confuso de algumas cenas.
O que é indiscutível é a dinâmica natural entre neto e avó, vividos por Thomas Duplessie e Cloris Leachman. Ela, infelizmente, não viu a estreia mundial do filme, veio a falecer em janeiro de 2021 e o filme agora é em homenagem a ela.
Até Mais!