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FILMES CRÍTICAS

Mulheres Divinas: Lugar de Mulher é nas urnas

Mulheres Divinas: Lugar de Mulher é nas urnas
  • Publicado em: dezembro 7, 2017

1968” foi o ano louco quando uma generalizada e estridente insatisfação juvenil varreu o mundo em todas as direções. A greve geral de Maio em Paris foi o ponto de partida para uma série de transformações políticas, éticas, sexuais e comportamentais, que afetaram as sociedades da época de uma maneira irreversível. Seria o marco para os movimentos ecologistas, feministas e dos defensores das minorias e dos direitos humanos. Mas o resultado final foi tímido. As estruturas de poder, político e econômico, permaneceram intocadas. Não mudaram nem nos países em que a adesão ao espírito de 1968 se deu em torno de questões mais concretas, como a Suiça.

1971. Nora (Marie Leuenberger) é uma jovem dona de casa com dois filhos e o sogro pra cuidar além do lar, seu marido Hans (Maximilian Simonischek) é um serralheiro prestes a ser promovido. Em sua aldeia, os homens de cabelo comprido são chamados de flor do campo. Hanna (Ella Rumpf), filha adolescente da sua amiga Theresa (Rachel Braunschweig), é chamada de prostituta por namorar um universitário de artes de Zurique.

Qualquer mulher que fale do direito a voto é por falta de marido e família pra cuidar. Nora pensava assim também. Até Hanna ser mandada para o reformatório. E Hans não querer que ela trabalhe como secretária, pois isso provaria seu fracasso como provedor do lar. A sua salvação está no plebiscito de 7 de Fevereiro do mesmo ano para o direito ao voto feminino cujos eleitores serão homens.

O drama dirigido e escrito por Petra Biondina Volpe sobre o sufrágio feminino foi a escolha da Suiça para representar o país no Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Marie Leuenberger apresenta uma atuação passiva por depender mais da reação dos outros do que uma proatividade, mesmo sendo a protagonista. O destaque vai para os papeis secundários.

Como Sibylle Brunner, no papel de Vroni, uma senhora idosa revoltada com a submissão imposta devido as leis machistas. O próprio Maximilian como representante do machismo social cuja fragilidade interna resulta num comportamental agressivo para evitar comentários depreciativos dos seus semelhantes. Até a atriz Ella em seu papel curto dá um show de atuação levando a protagonizar personagens polemicas em Raw ( Julia Ducournau, 2016) e Tiger Girl (Jakob Lass, 2017)
As cenas mais cômicas são de cunho sexual. Quando Nora, Vroni e Theresa vão para um congresso feminista onde numa das oficinas terão a chance de ver sua vagina e descobrir o orgasmo. Além do desenvolvimento da Nora em figurino e ação causando desconforto no status quo. O drama vem dos muitos monólogos sobre a triste história de vida de cada mulher. O filme é de uma forte reflexão sobre feminismo e família. Merece ser assistido pela atualidade dessas questões.

TRAILER

Título Original: The Divine Order | Die göttliche Ordnung
Direção:
Petra Biondina Volpe
Roteiro:
Petra Biondina Volpe
Elenco:
Marie Leuenberger, Maximilian Simonischek, Rachel Braunschweig
Distribuição:
Mares Filmes

Sinopse: Suíça, 1971. A jovem dona de casa Nora (Marie Leuenberger) vive com seu marido e seus dois filhos numa pequena aldeia. Até então sua vida era tranquila e não tinha sido afetada com as grandes revoltas sociais e o movimento de 1968, mas, é aí que Nora começa a fazer campanha pelo direito de voto das mulheres

Written By
Redação

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