MotoGP Hungria 2025: Márquez imbatível, Bezzecchi resistente e Acosta em ascensão
Marc Márquez vive um momento quase sobrenatural na temporada 2025 da MotoGP. No fim de semana do Grande Prêmio da Hungria, disputado no circuito de Balaton Park, o espanhol mostrou novamente sua força e ampliou uma sequência que já entrou para a história: sete vitórias consecutivas em corridas principais, todas acompanhadas por triunfos também nas provas Sprint. É um domínio absoluto, que coloca o piloto da Ducati Lenovo em um patamar inalcançável até agora e deixa seus adversários correndo apenas por migalhas.
A Sprint de sábado foi caótica logo na primeira curva, quando Fabio Quartararo errou a freada, atingiu Enea Bastianini e acabou no chão. O incidente também prejudicou Marco Bezzecchi, que perdeu terreno, enquanto Bastianini mergulhava no fim do pelotão. Pouco depois, o italiano se envolveu em nova colisão, dessa vez com Johann Zarco, e a prova terminou para ambos. As punições vieram rapidamente: Quartararo recebeu uma volta longa por ser a primeira infração, enquanto Bastianini, reincidente, foi penalizado duas vezes, acabando com suas chances. Lá na frente, Márquez largou limpo, controlou a corrida de ponta a ponta e venceu sem contestação. A equipe VR46 brilhou com Fabio Di Giannantonio em segundo e Franco Morbidelli em terceiro, enquanto Luca Marini fez sua melhor Sprint pela Honda, terminando em quarto após segurar Fermín Aldeguer.
No domingo, o roteiro parecia que seria diferente. Marco Bezzecchi surpreendeu na largada e tomou a liderança, chegando a tocar em Márquez, enquanto Franco Morbidelli aparecia forte em segundo. Márquez, por sua vez, caiu para terceiro e precisou administrar o início da corrida. Com calma, estudou os rivais e, na 11ª volta, fez a ultrapassagem que decidiu a prova. A partir desse momento, entrou em ritmo de fuga e não foi mais alcançado, cruzando a linha de chegada com autoridade. Atrás dele, Pedro Acosta mostrou novamente porque é considerado o futuro da categoria: ultrapassou Morbidelli e depois Bezzecchi para terminar em segundo, confirmando uma ascensão impressionante em sua temporada de estreia. Bezzecchi ainda garantiu o pódio para a Aprilia, coroando um fim de semana sólido.
Outros nomes também chamaram a atenção. Jorge Martín, campeão de 2024, fez uma corrida de recuperação notável e saiu de 16º para terminar em quarto, seu melhor resultado desde que trocou a Ducati pela Aprilia. Luca Marini confirmou a evolução da Honda com o quinto lugar, e a KTM emplacou três motos no top 7, com Acosta, Brad Binder e Pol Espargaró, mostrando consistência em bloco. Já Francesco Bagnaia, bicampeão mundial, teve mais um fim de semana discreto e não passou do nono lugar, enquanto Quartararo conseguiu salvar um décimo lugar após o desastre de sábado.
Com o resultado, Márquez abriu incríveis 175 pontos de vantagem no campeonato, transformando a disputa pelo título em mera formalidade. O espanhol parece ter encontrado o equilíbrio perfeito entre agressividade e estratégia, dominando não apenas pela velocidade, mas também pela inteligência na gestão de pneus e na escolha dos momentos de atacar. Aos 32 anos, conduz sua Ducati com a mesma ousadia dos tempos de Honda, mas agora somada à frieza de um veterano que sabe exatamente como controlar cada detalhe de uma corrida.
A MotoGP segue agora para Barcelona, mais uma corrida “de casa” para Márquez. A expectativa é enorme, mas também paira uma dúvida: será que alguém conseguirá enfim deter o #93? Bezzecchi já mostrou resistência, Acosta cresce a cada etapa e Martín deu sinais de reação. No entanto, diante de uma temporada em que Márquez venceu todas as corridas até aqui, a sensação é de que a verdadeira disputa do campeonato está entre os demais — enquanto o espanhol escreve, rodada após rodada, uma das campanhas mais dominantes da história da MotoGP.
