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FILMES CRÍTICAS

Moonlight: Sob a Luz do Luar – Levantando Dúvidas sobre a Premiação do Oscar.

Moonlight: Sob a Luz do Luar – Levantando Dúvidas sobre a Premiação do Oscar.
  • Publishedmarço 26, 2017

Salve Nosetmaníacos, eu sou o Marcelo Moura e hoje falamos de mais um filme concorrente ao Oscar.

Moonlight: Sob a Luz do Luar (2016):

Direção Barry Jenkins, produção Adele Romanski, Dede Gardner e Jeremy Kleiner, roteiro Barry Jenkins, história Tarell Alvin McCraney (In Moonlight Black Boys Look Blue), elenco Trevante Rhodes, André Holland, Janelle Monáe, Ashton Sanders, Jharrel Jerome, Naomie Harris e Mahershala Ali. Companhia produtora A24, Plan B Entertainment e Pastel Productions, distribuição A24, NOS e Diamond Films. Com o baixíssimo orçamento de US$ 5 milhões e uma receita razoavelmente baixa de US$ 28 milhões, se pensarmos em filmes hollywoodianos. Moonlight é um drama americano baseado na peça inédita In Moonlight Black Boys Look Blue de McCraney. O filme apresenta três etapas na vida de Chiron, o personagem principal, explorando as dificuldades que ele enfrenta no processo de reconhecimento de sua própria identidade e sexualidade, e o abuso físico e emocional que recebe ao longo destas transformações. Filmado em Miami, na Flórida, em 2015, Moonlight estreou no Festival de Cinema de Telluride em 2 de setembro de 2016. Distribuído pela companhia A24, o filme foi lançado nos Estados Unidos em 21 de outubro de 2016[4] e arrecadou 28 milhões de dólares em todo o mundo.

Moonlight recebeu grande aclamação após a sua estreia. Nos Prémios Globo de Ouro de 2017 ganhou na categoria de Melhor Filme e Drama, sendo  indicado em cinco outras categorias. O filme recebeu oito indicações aos prêmios da Academia no 89.º Oscar, ganhando nas categorias Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante para Mahershala Ali e Melhor Roteiro Adaptado de Jenkins e McCraney. O filme também se tornou o primeiro filme com um elenco de todos os negros, o primeiro filme de temática LGBT e o segundo filme de menor bilheteria americana (atrás de The Hurt Locker) a ganhar o prêmio de Melhor Filme. A editora do filme, Joi McMillon, tornou-se a primeira mulher negra a ser nomeada para um Oscar de edição (juntamente com o co-editor Nat Sanders) e Ali se tornou o primeiro muçulmano a ganhar um Oscar de atuação.

Sinopse: Em Liberty City, Miami, o narcotraficante cubano Juan (Mahershala Ali) encontra Chiron (Alex Hibbert), uma criança retraída conhecida pelo apelido de “Little”, escondendo-se de um bando de garotos da vizinhança. Juan permite que Chiron passe a noite com ele e sua namorada Teresa (Janelle Monáe) antes de devolvê-lo à sua emocionalmente abusiva mãe Paula (Naomie Harris) no dia seguinte.

Crítica: Super valorizado ou extremamente técnico, Moonlight é um filme que agradou demais os críticos, produtores e atores, ao ponto de ser premiado em várias premiações, inclusive o Oscar, mas que passou de morno a inexpressivo as bilheterias mundiais.  A pontual direção de Jenkins, diretor dramático de filmes B, é linda, com detalhes fortes em cores, cenários e feições dos atores, deixando muito do diálogo do roteiro para segundo plano, baseando–se em interpretação visuais ou faciais, como preferir, o que em muitas vezes temos longas cenas de silêncio, onde como em um museu de arte, a cena fala por si mesma, tudo isso com baixíssimo orçamento. Este processo torna o filme único, mas lento e cansativo no resultado final, o que para maior parte do público não funciona bem.

No elenco Mahershala Ali (Juan) é um ator incrível, que atua desde séries de ação como Luke Cage a filmes dramáticos como Estrelas Através do tempo e O Curioso Caso de Benjamim Buton.  O problema aqui, na premiação de Ali ao Oscar de melhor ator coadjuvante é que o mesmo faz amais que apenas quinze minutos de filme e nem tem assim uma atuação única ou brilhante, o que tornou sua premiação um envolvimento mais político dos bastidores do Oscar 2016 do que realmente o merecido talento do ator.  O único momento forte de Ali é em duas cenas onde o personagem se questiona sobre ser um traficante e a relação custo benefício das pessoas usuárias de seu bairro ou sua cor, sem dar spoilers, mas muito pouco para uma premiação tão importante quanto o Oscar.

Já Naomie Harris (Paula) dá um show de interpretação com pouco tempo que tem. Com um talento único para uma interpretação que exige qualidade, convence bem sobre isso. Harris, que está em filmes como 007 e beleza Oculta, está irreconhecível no papel da mãe de Chiron e passa o todo o filme atuando de maneira glamorosa. Indicada ao papel de melhor atriz coadjuvante, em um filme que não tem uma atriz principal, o que seria ela, mas que com isso bateria de frente com La La Land em premiações, possivelmente causando uma polêmica maior ainda. Quer dizer, quinze minutos um ator pode ser indicado a coadjuvante, mas uma hora de uma belíssima atuação não pode ser a principal em uma indicação? Muito estranho os caminhos das indicações das premiações.

No geral, achei um filme bom, um drama forte bem contado mas não profundo, sobre drogas, preconceitos sobre nacionalidades, raciais e de escolhas sexuais, das dificuldades de ascensão social em um ambiente hostil, em uma produção de alta qualidade e baixo orçamento, seja em atuação ou visual, mas longe de ser uma obra prima de agrado mundial. Pelo contrário, um trabalho no melhor estilo teatral para agradar apenas a um segmento que define as premiações e seus resultados, tudo meticulosamente feito. Moonlight não é um tapa na cara da sociedade, muito pelo contrário, o filme provavelmente logo será esquecido, assim como milhares de dramas que passam por aí e ganham premiações. Diferente do imortalizado O Segredo de Brokeback Mountain, ou o divisor de águas, Azul é a Cor mais Quente, Moonlight foi um filme criado para ganhar prêmios e não para ser inovador ou para chocar e agradar o público em geral, levantando assuntos de vanguarda a serem discutidos pela sociedade, mas é assim que funciona o cinema e as premiações.

Curiosidades: Em 2003, Tarell Alvin McCraney escreveu a peça teatral semi-autobiográfica In Moonlight Black Boys Look Blue como uma forma de lidar com a morte de sua mãe de AIDS. A peça de teatro foi arquivada por cerca de uma década antes de servir como base para Moonlight. Após o lançamento de seu filme de estreia Medicine for Melancholy em 2008, Barry Jenkins escreveu vários roteiros, nenhum dos quais entrou em produção. Em janeiro de 2013, a produtora Adele Romanski pediu a Jenkins para fazer um segundo filme. Os dois fizeram brainstorm algumas vezes por videoconferência, com o objetivo de produzir um filme de baixo orçamento “cinematográfico e pessoal”. Jenkins foi apresentado à obra de McCraney, In Moonlight Black Boys Look Blue, através do coletivo de artes Borscht em Miami. Após discussões com McCraney, Jenkins escreveu o primeiro esboço do filme em uma visita de um mês a Bruxelas.

Embora a peça original se estruture em três partes, elas se dão simultaneamente para que o público experimentasse um dia na vida de Little, Chiron e Black concorrentemente. Na verdade, não fica claro que os personagens são a mesma pessoa até a metade da peça. Jenkins preferiu dividir as três partes da peça original em capítulos distintos e se concentrar na história de Chiron. O resultado foi um roteiro que refletiu semelhantes nas criações de Jenkins e McCraney. O personagem Juan foi baseado no pai do irmão de McCraney, que também era um “defensor” de McCraney, assim como Juan era para Chiron. Da mesma forma, Paula era uma representação das mães de Jenkins e McCraney, que tanto lutavam com vícios de drogas. McCraney e Jenkins também cresceram em Liberty City, o principal ambiente do filme. Jenkins procurou financiamento para o filme ao longo de 2013, encontrando sucesso depois de compartilhar o roteiro com os executivos da companhia Plan B Entertainment no Festival de Cinema de Telluride daquele ano. Dede Gardner e Jeremy Kleiner da Plan B Entertainment tornaram-se produtores do filme e a companhia A24 se comprometeu a financiá-lo e realizar a distribuição mundial, que marcou a primeira produção da empresa.

Diferentes atores retrataram Chiron e Kevin em cada capítulo do filme. Ashton Sanders foi escolhido para o papel de Chiron na adolescência. Alex Hibbert e Jaden Piner foram escolhidos para os papéis de Chiron e Kevin na infância, respectivamente, em um casting aberto em Miami. Trevante Rhodes fez audição originalmente para o papel de Kevin, antes que fosse escolhido como Chiron adulto. André Holland já havia atuado nas peças de McCraney e havia lido a peça In Moonlight Black Boys Look Blue uma década antes do lançamento do filme. Holland foi atraído para o papel do Kevin adulto, quando mais tarde leu o roteiro do filme, afirmando: “[O script] foi a melhor coisa que eu já li”. Naomie Harris inicialmente estava relutante em retratar Paula, afirmando que não queria interpretar uma representação estereotipada de uma mulher negra. Ao abordar suas preocupações, Jenkins baseou em sua própria mãe e na de McCraney para desenvolver a personagem de Harris. A atriz britânica comentou mais tarde que embora tivesse decidido previamente não retratar uma viciada em drogas, o roteiro do filme e a tolerância do diretor a convenceu. Em preparação para seu papel, Harris assistiu a entrevistas de pessoas com dependência de crack, e se reuniu com mulheres viciadas.

Adele Romanski propôs que Juan fosse interpretado por Mahershala Ali, que teve um papel em um de seus filmes anteriormente produzidos, Kicks. Jenkins estava hesitante quando escolheu Ali, devido ao seu papel como Remy Danton em House of Cards. No entanto, ele se convenceu depois de testemunhar Ali atuando e ver que o ator compreendeu a mensagem de seu personagem. Ali considerou o papel uma oportunidade importante de retratar um mentor masculino afro-americano, e aproveitou suas experiências para enriquecer o personagem. Foi enviado o roteiro a Janelle Monáe que imediatamente respondeu confirmando o interesse em seu papel como Teresa, comentando que ela também tinha membros da família com lutas semelhantes relacionadas com drogas e identidade sexual.

Parte do filme foi rodado no complexo residencial Liberty Square. As filmagens começaram em 14 de outubro de 2015, em Miami, Flórida. Depois de procurar locais em Miami com Romanski, Jenkins fez um esforço para filmar em locais onde ele já havia morado anteriormente. O complexo residencial Liberty Square, no bairro Liberty City, foi escolhido como um dos locais possíveis, uma vez que McCraney e Jenkins cresceram naquela área. O filme foi filmado sem perturbações já que Jenkins tinha parentes que viviam na área, embora o elenco e a equipe tivessem a proteção de escoltas policiais. Naomie Harris declarou mais tarde: Era a primeira vez que alguém ia até aquela comunidade e queria representá-la na tela, e uma vez que Barry Jenkins cresceu naquela área, havia esse sentimento de orgulho e esse desejo de apoiá-lo. Você sentia esse amor da comunidade que eu nunca senti em nenhum outro lugar, em qualquer lugar do mundo, e foi tão estranho que aconteceu em um lugar onde as pessoas estavam esperando o oposto completo.

Durante as filmagens, Jenkins certificou-se de que os três atores que interpretariam Chiron não se encontrassem até depois de filmar para evitar qualquer imitação entre eles. Consequentemente, Rhodes, Sanders e Hibbert filmaram em períodos separados de duas semanas. Mahershala Ali voou frequentemente a Miami em fins de semana consecutivos para filmar durante a produção de outros projetos. Naomie Harris filmou todas as suas cenas em três dias sem ensaios, enquanto André Holland filmou a totalidade de suas cenas em cinco. O filme foi filmado em um período de vinte e cinco dias.Jenkins trabalhou com o cinegrafista e amigo de longa data James Laxton, que já havia filmado Medicine for Melancholy. Os dois optaram por evitar o “olhar documentário” e, assim, filmaram a filme usando lentes CinemaScope widescreen em uma câmera digital Arri Alexa, que ressaltou o tom da pele. Com o colorista Alex Bickel, eles conseguiram isso criando um grau de cor que aumentava o contraste e a saturação, preservando o detalhe e a cor. Como resultado, os três capítulos do filme foram projetados para imitar diferentes películas cinematográficas. O primeiro capítulo emulou o filme Fuji para intensificar os tons de pele do elenco. O segundo capítulo se utilizou da película de filme AGFA, que adicionou ciano às imagens, enquanto o terceiro capítulo usou uma película modificada da Kodak.

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Written By
Marcelo Moura

Moura gosta de Cinema, Tv, Livros, Games, Shows e HQ´s, do moderno ao Cult. Se diverte com o Trash, Clássico e Capitalista. e um pouco de tudo isso você vai encontrar aqui. Muitos dizem que quem escreve é a sua esposa ou mesmo seus três filhos. É ler para crer....

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