A sensação de mudança pode deixar alguém à beira de uma crise, literalmente alterar o comportamento dessa pessoa. Agora imagine quatro mulheres alteradas ao mesmo tempo: Leandra, Sônia, Keka e Marinati.
“Mulheres Alteradas”, longa brasileiro baseado em obra da cartunista argentina Maitena que estreia hoje, mostra o dia a dia dessas quatro diferentes mulheres e a necessidade de algumas pequenas mudanças na vida delas, dessa forma aborda várias dificuldades que as mulheres enfrentam.
Marinati é uma advogada com a carreira em ascensão, sendo o destaque no seu escritório. Eles receberam um caso importante, o divórcio de um grande banqueiro, onde defenderiam a parte da esposa. O caso fica para Marinati, que logo fica obcecada e explora um pouco os assistentes, além de deixar o mundo lá fora um pouco inacessível.
Em um momento de abertura, Marinati vai a uma festa e conhece Cristian e se apaixona como há muito tempo não acontecia (ela era do tipo “pega e não se apega”). Acontece que a paixão a torna mais amável e distraída, o que a faz quase perder o caso mais importante da vida.
Keka, assistente de Marinati, é uma mulher casada e mãe de gêmeos e enfrenta uma séria crise no casamento com Dudu. Eles não se entendem mais, vivem apenas para os filhos e não têm mais intimidade alguma. Imaginando que salvaria o casamento, Keka planeja uma viagem romântica com Dudu, mas precisa adiar por causa do caso de Marinati.
Quando finalmente ocorre a reunião sobre o caso, Keka sai para viajar com Dudu e dá tudo errado. Ele se mostra cada vez mais passível a separação, não tenta nada para melhorar a situação, deixando essa função para Keka, que se cansa e joga tudo para o alto.
Leandra acaba de completar 30 anos, ela tem até um trabalho legal, mas não construiu nada de concreto nestes anos vividos e, depois de ver o ex namorado com outra, entra em crise. Ela confessa para a irmã, Sônia, que deseja ter um filho e propõe cuidar dos sobrinhos por uma noite.
Não é que as coisas tenham dado errado, mas não era exatamente do jeito que ela imaginava. Os sobrinhos são lindos, ela tem muito amor por eles, mas são crianças e exigem muito de quem está cuidando, isso é algo que ela precisa pensar e se acostumar se quer ter um filho.
Sônia, irmã de Leandra e amiga de Marinati, é toda caretinha, se casou cedo, teve seus dois filhos e vive para eles, nunca tem um tempo só para ela. Ela é sobrecarregada porque o marido vive viajando a trabalho. Quando Leandra propõe que as duas troquem de funções por uma noite Sônia se ver na balada depois de muitos anos.
Ela chega na festa, a mesma que Marinati conhece Cristian e que Keka tenta se diverti com Dudu, um pouco tímida, mas rever algumas amigas antigas. Ela bebeu, dançou, extravasou todo o estresse e, na manhã seguinte, estava pronta para voltar a vida “tranquila” de ser mãe.
Esta comédia com muito drama faz com pensamos em novas formas de solucionar nossos problemas diários, mas com muito humor bem característico desde gênero do cinema brasileiro.
É interessante ver o quanto as mulheres ainda têm dúvidas entre o trabalho e a vida amorosa, parece que sempre precisamos ponderar essas duas esferas da vida, que uma mulher bem sucedida na carreira não pode construir uma família, e vice-versa.
Provavelmente este seja o incentivo para que a sociedade e as mulheres mudem esta visão, somos sim capazes de sermos boas tanto no trabalho quanto para a família, existe um ponto de equilíbrio. Além disso, essas quatro mulheres mostram o quão é importante o apoio uma da outra.
Sim, senhoras e senhores, sororidade é a ordem do dia, mesmo que seja tão discreto.
A única crítica que tenho a fazer, e um pequeno spoiler, é o fato de ter ocorrido uma traição e isso não ter sido discutido hora nenhuma. No meio da balada Sônia, casada oficialmente, dar um beijo na amiga e passa a noite com ela. Pensei que depois iria aparecer o marido e que ela iria falar sobre isso com ele, mas não aconteceu.
Possa ser que seja uma visão um pouco conservadora desta que vos fala, mas seria bom ter visto esta discussão, até mesmo sobre o conceito da traição.
No elenco estão Alessandra Negrini como Marinati, Deborah Secco como Keka, Maria Casadevall como Leandra, Mônica Iozzi como Sônia, Daniel Boaventura como Cristian, Sérgio Guizé como Dudu, entre outros. As quatro atrizes não precisam provar mais nada, são capazes de tudo nas telinhas e nas telonas.
Alessandra Negrini sabe fazer vilã e mocinha de todo jeito, então ser uma mulher independente é fácil e caiu como uma luva para ela. Keka não é a personagem típica de Deborah Secco, mas desenvolve bem (apesar de não ser minha favorida). Maria Casadevall já sabe fazer alguém alternativo, ela soube ser a irmã louca que quer mudar de vida.
A surpresa mesmo veio com Mônica Iozzi, não pelo fato de atuar, ela já se garantiu nessa parte, mas quanto ao personagem. Até assistir esse filme eu não conseguiria imaginar Mônica como uma mãezona dessas, ela parece mais com a Sônia da balada, mas convenceu maravilhosamente bem!
Daniel Boaventura e Sérgio Guizé também brilham, os personagens deles foram exatamente estereótipos deles, o moço charmosão e um chatinho (ele parece ser um amorzinho, mas sabe esse tipo de pessoa).
A produção do filme é da O2 Filmes, Globo Filmes e Telecine, a distribuição é realizada pela Paris Filmes e Downtown Filmes. A estreia será hoje, dia 05 de julho, nos estados de Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, São Paulo e Sergipe.
No canal da Paris Filmes no Youtube tem uma série de vídeos com entrevistas com as protagonistas e algumas cenas do filmes. Confira aqui o primeiro dos vídeos, o que apresenta o filmes:
Para conferir os demais vídeos acessem o canal Paris Filmes no Youtube.
Muitas emoções para hoje, ein?! Aproveitem essa nova produção brasileira de qualidade!
Beijinhos, até mais.
