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FILMES CRÍTICAS

Logan, uma feliz surpresa da Fox.

Logan, uma feliz surpresa da Fox.
  • Publicado em: março 10, 2017

Logan, conseguiu ser outro grande trunfo da Fox, que acertou muito fazendo Deadpool (e o próprio Logan) como fez. Não há como não comparar com a produção do tagarela, o estúdio acertou mais uma vez em deixar a equipe criativa livre para fazer um filme a altura de seu personagem, Logan assim como Deadpool veio para ser um divisor de água dentro do pseudo-gênero de super-heróis, se você ainda não viu o filme fique tranquilo, os spoilers são mínimos.

O que vemos na tela é algo mais comum para os fãs dos quadrinhos, o longa funciona como uma Graphic Novel (uma One-Shot), aquelas histórias paralelas de um personagem, que por vezes são tão boas que acabam influenciando o ‘universo regular das publicações’.

Aos fãs dos quadrinhos, se você vai ao cinema esperando ver muita coisa de Oldman Logan (Velho Logan), quadrinho que foi mencionado como inspiração para o filme, mude um pouco suas expectativas, pois a relação entre as duas histórias é praticamente zero.

Logan esta aposentado deixando de lado a ferocidade que fazia dele o Wolverine que conhecemos.

Apesar de simples Logan é bem construído e nada é fora do lugar, a trama flui na tela de um jeito que mau percebemos o tempo passar, como foi mostrado nos trailers, vemos um Logan aposentado e que leva a vida como motorista de limousine e se dedica a cuidar do amigo Charles Xavier, que se encontra muito debilitado, em determinando momento ele se encontra com a X-23 e a partir daí tem início nossa história.

Em algumas entrevistas Hugh Jackman falou sobre como esse filme é introspectivo, e faz referências ao clássico Os Brutos Também Amam (A relação entre o adulto violento e a criança inocente), mas o filme também é sobre legado, amizade, família e redenção. Nosso Wolverine está cansado, velho e debilitado (apesar de ainda ter seu fator de cura, ele não funciona como antes), e tudo isso é refletido na tela.
O filme não é sobre o Wolverine e sim sobre o Logan (bem claro já pelo título), durante todo o filme ele sente o peso da violência que sofreu, infligiu e de suas ações no passado, hoje ele não se considera um herói, se dedicando a responsabilidade de ajudar um amigo que passa por dificuldades, é muito bom ver essa ‘briga’ interna dele, sempre colocando a pessoa (Logan) à frente do herói (Wolverine). O tom simplista com foco na história e relações entre os personagens é tudo que o personagem merece e talvez uma das maiores homenagens as histórias dos quadrinhos, não vemos o Wolverine lutando contra um vilão prestes a destruir o planeta, no fim ele tem apenas que proteger pessoas que estão fazendo parte de sua vida e com quem ele cria laços.

Apesar dessa atitude de não se reconhecer como tal, Logan é sempre levado a esse caminho do herói, por Charles, os roteiristas Michael Green e David James Kelly entregaram um filme simples e belo meio faroeste, meio filme de estrada, que conta a história de um homem amargurado, que se reencontra depois de conhecer a menina X-23 e decide ajuda-la.


Falando por um lado mais técnico, a fotografia é muito bem elaborada, o clima de road movie é bem explorado e ajudam muito a ambientar e climatizar a história, me lembrando muito Mad Max: Fury Road em alguns momentos, as cenas de ação são cíclicas e bem encaixadas, mas o grande trunfo é sem dúvida o roteiro e as atuações, as relações entre Logan /Xavier e Logan /X-23 são o grande destaque do filme, é muito bonita a relação dele com o professor que tem função estratégica no filme, mas que é feita de forma bela, já a relação entre o carcaju e Laura, a segunda metade do filme faz essa relação se afinar e tanto nas cenas com mais diálogos quanto nas cenas de ação os dois surpreendem pela química, a maquiagem fez um ótimo trabalho na caracterização dos personagens, chega a ser estranho ver o Logan cheio de cicatrizes, isso somado a atuação do Hugh que nos entrega um Logan com uma carga dramática enorme, toda violência que foi sofrida e executada por ele fica impressa na sua feição e atos.


Falando sobre os vilões do filme, eles foram pra mim o ponto mais baixo do filme, não são excelentes mas se encaixam no que a narrativa pede, não são gigantescos e servem para atrapalhar a vida do carcaju em sua missão.

 

Logan é a pedra na coroa do reinado de Jackman como wolverine, após 17 anos encenando o papel, é uma bela construção do diretor James Mangold, muito diferente do seu filme anterior com o personagem (Wolverine Imortal), criando uma referência para filmes baseados em quadrinhos, trazendo a essência do personagem para a tela, como falei anteriormente, ele conseguiu o mesmo que Deadpool, cada um respeitando as características de seus personagens mas levando para tela os personagens assim como são nos materiais de origem.

Written By
Jackson Souza

Entende quase tudo sobre séries e filmes. Cresceu praticamente dentro de um cinema, gastando toda a sua mesada na sétima arte. Rockeiro de batismo, mantém uma guitarra empoeirada e cheia de histórias na parede do quarto. E, além de um viciado gamer, é um cara com um humor muito peculiar, que só alguém de exatas poderia nos proporcionar.

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