Houdini (minissérie 2014)
Salve Nosetmaníacos, eu sou o Marcelo Moura e hoje falamos de uma mini série do mestre do escapismo.
Houdini (minisérie 2014):
Houdini é uma minissérie americana de duas partes escrita por Nicholas Meyer e dirigida por Uli Edel e no elenco Adrien Brody, Kristen Connolly, Evan Jones, Eszter Ónodi, Tom Benedict, Louis Mertens, Tim Pigott-Smith, Shaun Williamson e David Calder , este último como Sir Arthur Conan Doyle, criador de As aventuras de Sherlock Holmes e O Mundo Perdido.
A série foi exibida nos Estados Unidos em 1 e 2 de setembro de 2014 pelos canais History e A&E. Foi exibida no Brasil em 28 e 29 de setembro de 2014 e será exibida pela Rede Globo em formato de minissérie dividida em 4 capítulos a partir de 5 de janeiro de 2016. É baseada no livro Houdini: A Mind in Chains: A Psychoanalytic Portrait de Bernard C. Meyer, M.D.
Sinopse: A minissérie segue as épicas histórias do ilusionista Harry Houdini, enquanto emerge como o primeiro genuíno superastro americano de renome mundial no final do século 19 e começo do século 20. Uma jornada emocionante pela psique de Houdini, a minissérie mergulha fundo por trás das cortinas e mostra a vida dele através de seus dublês, suas visões e sua maestria na arte da ilusão.
Crítica: Interessante minisérie com tons de drama e humor com o ótimo ator, guitarrista e ganhador do Oscar Adrien Brody (O Pianista, Predadores e King Kong). Brody é quase um camaleão vivo do cinema e suas apostas passam por interpretações dramáticas em vários tipos de filmes diferentes. Sua interpretação do inigualável e obstinado primeiro pop star e espião americano são quase perfeitos. Mas o sucesso da série também está na ótima linguagem cinematográfica aplicada pelo diretor Uli Edel, velho conhecido de outra boa minisérie As Brumas de Avalon e por filmes menores como O Pequeno Vampiro. Edel conta uma história intrigante, trabalha bem com as escolhas de Houdini, sobre trabalho, sucesso e família. Se você é fã Houdini ou que apenas uma curta série para se entreter, este é uma boa escolha.
Curiosidades: Em 10 de abril de 2013, o canal History anunciou o desenvolvimento de uma minissérie biográfica sobre Harry Houdini com Adrien Brody. Em 19 de agosto de 2013, foi anunciado que a minissérie recebeu sinal verde, com Kristen Connolly anunciada como co-estrela de Brody e Uli Edel como diretor. O roteiro foi adaptado por Nicholas Meyer do livro de 1976 Houdini: A Mind in Chains: A Psychoanalytic Portrait (escrito por seu pai Bernard C. Meyer, M.D). Patrizia von Brandenstein e Karl Walter Lindenlaub também foram anunciados como diretora de arte e diretor de fotografia. Em 17 de setembro de 2013, foi anunciado que o ator Evan Jones tinha sido adicionado ao elenco como o assistente de Houdini, Jim Collins. As filmagens de Houdini começaram no dia 30 de setembro de 2013. Foi filmada inteiramente em Budapeste, Hungria (local de nascimento de Harry Houdini).
Biografia: Sua família emigrou para os Estados Unidos, quando Houdini tinha quatro anos, em 3 de julho de *1878, a bordo do navio SS Fresia. Teve uma infância muito pobre, o que o obrigou a trabalhar desde cedo. Erik era judeu e filho de um rabino conhecido, o Rabino Mayer Samuel Weisz, que, ao chegarem à América, tornou-se Rabino da Congregação Sionista. Erik tinha sete irmãos e se considerava diferente deles, um pouco mais artista laico do que religioso. Porém, Houdini nunca deixou de lembrar da sua origem e do seu povo. Curioso citar que o sobrenome da família originalmente era Weisz, modificado para Weiss, e Erik para Ehrich pela pronuncia alemã, pois no início do século XX, já se pressentia levemente o que viria a ser uma perseguição ao povo judeu. Foi perfurador de poços, fotógrafo, contorcionista, trapezista. Foi também ferreiro e nesse ofício ele aprendeu os truques que mais tarde o transformariam no maior mágico ilusionista do mundo. Certa vez, seu chefe encarregou-lhe de abrir um par de algemas cuja chave um policial perdera. Após inúmeras tentativas usando serras, Houdini teve a ideia de pinçar a fechadura para abri-la. Ele conseguiu e a maneira como o fez serviu de base para abrir todas as algemas que empregava em seus truques. Erik começou sua carreira em Appleton, no estado do Wiscosin, e já com 9 anos era trapezista nos eventos que seu pai organizava para a congregação. Gostava de ser chamado de “Ehrich, o príncipe do Ar”. Durante sua infância, a situação financeira da família se deteriorava rapidamente, então, o jovem Ehrich, começou a trabalhar. Fazia todo tipo de trabalho, mas entre idas e vindas, nunca deixava de praticar sua paixão pelo trapézio, e logo ensaiava alguns truques de mágica. Em pouco tempo, percebeu que era isso o que queria fazer e foi dedicar-se para aprender seus ligeiros passos de mágica. Seu pai era absolutamente contra, queria que Ehrich se dedicasse para a congregação, mas logo em seguida aceitou a causa. Ehrich já não queria mais ser conhecido como “Ehrich, o filho do rabino” e passou a utilizar o codinome de “Harry Houdini”, em homenagem ao seu mestre (mesmo que à distância), Jean Eugene Robert-Houdin. Em 1893 passou a apresentar-se com alguns de seus irmãos, tendo criado um show com o nome de “The Houdini Brothers”. Durante uma apresentação, Houdini conheceu Bess Rahner, uma jovem americana com quem se casou, e passou a ser sua assistente de palco.
Reconhecimento: A grande virada de Houdini se deu em 1899, quando conheceu o empresário Martin Beck que ficou impressionado com suas apresentações. E, assim, agregou as apresentações de Houdini às dos grandes mágicos até o início do ano 1900, quando Houdini voltou para a Europa. Dessa vez, em uma turnê exclusiva. O grande ato de Houdini chamado “Handcuff Act” era ser preso totalmente e livrar-se da caixa de prisão. Esse truque lhe valeu fama e fortuna. Passou em turnê pela Inglaterra, Escócia, Holanda, Alemanha, França e Rússia. Em cada cidade, a policia local gostava de testar Houdini, e prendia-o em suas celas. Houdini sempre conseguia escapar. Durante os anos de 1907 e 1910, Houdini fez grande sucesso na América. Saía de jaulas, e é claro, sempre fazia seu grande número, o “Handcuff act”, causando enorme empolgação da plateia. Em 1912, Houdini chegou ao seu ápice. Conseguiu superar todos seus concorrentes com um ato chamado “Chinese Water Torture Cell”, na qual ele era suspenso pelas pernas dentro de um “aquário” de vidro cheio de água, preso, amarrado e imobilizado. E em instantes deveria soltar-se, o que fazia com grande êxito. Na verdade, Houdini tinha 3 minutos para sair, se não conseguisse, sua esposa-assistente deveria quebrar o aquário e retirá-lo. Cartaz de divulgação dos shows em que Houdini desmascarava os “fenômenos paranormais”. Desde então passou a se apresentar como mágico, fazendo números nos quais se libertava não só de algemas, mas também de correntes e cadeados, dentro de caixas, dentro de tanques fechados; dentro e fora d’água, de todo o jeito. Fez um sucesso enorme e ninguém até hoje conseguiu desvendar seus truques por completo, mesmo depois dele ter escrito boa parte dos segredos em livro. Houdini tinha habilidades impressionantes. Era capaz, por exemplo, de ficar vários minutos dentro de água sem respirar. E foi numa destas demonstrações de suas habilidades – a “incrível resistência torácica” – que ele morreu. Após apresentar o número para uma platéia de estudantes em Montreal, no Canadá, enquanto ele ainda exibia o “super” tórax, um dos estudantes, boxeador amador, invadiu os bastidores e sem dar tempo para que Houdini preparasse os músculos, golpeou-lhe o abdômen com dois socos. Os violentos golpes romperam-lhe o apêndice, e quase uma semana depois ele morreu, num hospital de Detroit. Era o fim de Harry Houdini, considerado até hoje o maior mágico que já existiu. Houdini também atuou como um desenganador, tentando desmascarar determinadas pessoas que segundo ele eram charlatões disfarçados de paranormais.
Morte: Harry Houdini morreu de peritonite secundária, devido ao apêndice rompido, ocasionado por traumas abdominais múltiplos, provocados por um estudante da Universidade McGill em Montreal. As testemunhas oculares foram os estudantes Jacques e Sam Smilovitz. De acordo com a descrição dos eventos, Houdini estava reclinando em sua poltrona após um número, tendo um estudante de Artes o confrontado. Quando o estudante Whitehead adentrou e perguntou se era verdade que Houdini suportava pancadas de todo o tipo no estômago, esse respondeu-lhe afirmativamente. O ilusionista foi batido três vezes, antes que pudesse se preparar para tal. Whitehead continuou lhe golpeando diversas vezes mais tarde, segundo rumores. Houdini manifestou dores. Embora com sérias dores, Houdini inobstante continuou a viajar sem procurar ajuda médica. Sofrendo de uma provável apendicite por dias e tendo recusado o tratamento médico, seu apêndice provavelmente estouraria por si, mesmo sem o trauma. Quando Houdini chegou ao Teatro Garrick em Detroit, Michigan, em 24 de outubro de 1926, para o que seria sua última performance pública, estava com febre de 40º C. E havia suspeita de apendicite. Ele não se importou e foi entrar em cena. Para ele, seu público era sua vida. Durante a apresentação do “Chinese Water Torture”, Houdini não saiu em 3 minutos. Sua esposa-assistente quebrou o vidro e Houdini estava desacordado. Levado até o hospital Detroit’s Grace Hospital, foi atendido por um jovem residente chamado J. Gordon. Houdini faleceu neste dia, de peritonite, devido à ruptura do apêndice. Após terem sido feitos exames de corpo delito e post mortem, a companhia de seguro de Houdini concluiu que a morte se deu devido ao incidente com o estudante e seu seguro de vida foi pago em dobro.
Funeral: O funeral de Houdini realizou-se em 4 de novembro de 1926 em Nova York, com mais de 2.000 pessoas presentes. Membros da sociedade de mágicos americanos compareceram a seu enterro no Cemitério Judaico de Machpelah no bairro do Queens. Em sua lápide foi afixada a insígnia da sociedade dos mágicos. No dia do aniversário de Houdini, essa sociedade mágica realiza a Cerimônia da Varinha Mágica Quebrada, em sua lembrança. A esposa de Houdini, Bess, morreu em 1943 e não pôde ser enterrada com ele por não ser de origem judaica.
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