Guia de Quadrinhos: A História do Wolverine nas Hqs – Parte 1

Wolverine caiu novamente nas graças do público com Logan e como consequência muita gente que não conhecia, acaba querendo saber mais sobre o personagem.  Então apresentamos um guia com grandes histórias do personagem.

A primeira aparição de Wolverine foi na revista The Incredible Hulk #180, em Outubro de 1974, em uma história escrita por Len Wein e desenhada por Herb Trimpe.

John Romita (Senior) desenhou o personagem em uniforme amarelo e azul e foi apresentado apenas como sendo um agente super-humano do governo canadense. Nessas aparições, suas garras não eram mostradas retráteis, embora Len Wein já tenha dito que elas sempre foram desenhadas com essa idéia.

Durante 25 anos a origem de Wolverine ficou envolta em mistério, com os roteiristas aproveitando a sua falta de memória para inserir pequenas pistas aqui e ali enquanto seu passado era revelado por meio de fragmentos. No entanto, em 2001, a Marvel chamou o roteirista Paul Jenkins e o desenhista Andy Kubert para finalmente contarem sobre o passado do mutante das garras de adamantium.

Assim, em Wolverine: Origem, descobrimos que Logan na verdade se chamava James Howlett, e era o frágil e doente herdeiro de uma uma abastada família do século XIX. Após uma tragédia que envolve a descoberta de seus poderes, o jovem James precisa fugir com sua governanta, Rose, por quem se apaixona. O ponto alto da história é mostrar como o fraco e enfermiço James Howlett se fortificou a ponto de ser tornar praticamente um lobo.

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Em 1991, Barry Windsor-Smith decidiu escrever e desenhar esse verdadeiro clássico dos quadrinhos que trata de mostrar como Logan perdeu as suas memórias e teve seu esqueleto revestido com o virtualmente indestrutível metal conhecido como adamantium. Em Arma X, uma história bem diferente do convencional para os padrões da época e que apela para elementos de horror e suspense, presenciamos o experimento que dá nome à HQ, sob o ponto de vista dos cientistas responsáveis pelo projeto.

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O quadrinho é tão visceral e doentio que em diversos momentos podemos praticamente sentir toda a dor que é infligida em Logan, chegando a tornar a leitura desconfortável tamanho o realismo e crueldade das cenas. Apesar do final um tanto quanto anti-climático, Arma X é um quadrinho atemporal e que merece ser lido, principalmente por retratar esse acontecimento tão marcante da vida de Wolverine.

Após escapar do Programa Arma X, Logan viveu por muito tempo nas florestas do Canadá, sem memória e agindo apenas por instinto, ele só conseguiu voltar ao convívio da sociedade quando o casal Heather e James McDonalds, que o encontraram, cuidaram dele, fazendo com que se comportar como um humano novamente. James (que era o herói Víndix) o convidou para fazer parte da Tropa Alfa, o supergrupo de heróis canadenses.

Na década de 70, os X-Men enfrentavam uma crise devido às baixas vendas, o que poderia ocasionar até mesmo o cancelamento da revista. Foi então que Len Wein, acompanhado pelo novato Chris Claremont (guarde esse nome para suas pesquisas sobre os X-men), pegaram a revista e resolveram dar uma repaginada geral no panorama (Vou falar mais disso quando falarmos da história dos X-men). A ideia era aproximar o máximo de leitores possível, de uma maneira mundial, criando personagens de diferente nacionalidades e colocando-os de uma vez só na equipe.

O que poderia ser um desastre acabou se tornando uma estratégia de sucesso, pois o público simplesmente adorou os novatos Tempestade, Colossus, Noturno, Banshee, Pássaro Trovejante, Solaris, e é claro… Wolverine. A esquipe estreou em X-Men Giant Size #1, a parti dali em diante Chris Claremont comandou a revista durante uma das fases mais duradouras dos quadrinhos, e o que se viu foi os X-Men se tornando não apenas um sucesso, mais a revista mais vendida da Marvel.

Durante o início da década de 90, os X-Men se tornaram um incrível sucesso de vendas, alcançando inclusive o recorde de HQ mais vendida do mundo. Um pouco antes disso, logo no surgimento do “fenômeno Jim Lee“, tivemos essa sensacional história de apenas uma edição desenhada pelo artista coreano e escrita por Chris Claremont.

Publicada em The Uncanny X-Men #268, Cavaleiros de Madripoor mostra uma aventura de Logan, antes mesmo de vir a se chamar Wolverine, em Madripoor durante a Segunda Guerra Mundial, ao lado do Capitão América e Viúva Negra.

Até então, o passado de Wolverine ainda era um mistério, e revelar que o mutante canadense atuou ao lado de Steve Rogers durante a Segunda Guerra foi uma ótima sacada, que além de ter inserido essa inusitada parceria, abriu uma série de perguntas sobre qual seria a real idade de Logan.

Em Uncanny X-Men #205 em 1986, a história Lobo Ferido contada em uma única edição, com os roteiros de Chris Claremont e arte de Barry Windsor-Smith, que sempre casou tão bem com o personagem. Na história, Wolverine é caçado por Lady Letal e seus comparsas ciborgues (já assistiu Logan?). Colocado em extrema situação de estresse, Wolverine libera a sua besta interior, e durante a história temos a participação da personagem Chispinha, do Quarteto Futuro, cujo papel é fazer com que Logan não sucumba ao puro instinto animal. Uma das mais belas histórias do personagem, seja em roteiro ou arte.

Wolverine no Japão

Vou sair um pouco da cronologia porque a história entre Logan e o Japão é um capítulo a parte, muito através de Mariko Yashida, um dos grandes amores do anti-herói.

A primeira vez que vemos Logan envolvido em uma história no japão foi quando Mariko conheceu os X-Men (na publicação UNCANNY X-MEN 118) voltando de uma viagem à Terra Selvagem e eles foram convidados para ajudar o Japão, que estava sendo chantageado e atacado pelo terrorista Moses Magnum. Wolverine se encanta com a beleza da japonesa logo à primeira vista, e rolou aquela “química”.

Nesta época, Wolverine era apenas um coadjuvante dentre os X-Men, e esta história com Mariko ficou apenas nisso. Não rolou beijo e nem nada parecido, nem nesta história, nem nas próximas edições seguintes dos X-Men.

Em Eu, Wolverine de 1986 (considerada por muitos como a melhor história do carcaju, produzida através da parceria entre Chris Claremont e Frank Miller em 4 volumes), quando Logan descobre que todas as cartas que enviou para Mariko foram devolvidas sem serem abertas, e sem conseguir falar com ela por telefone, ele vai em busca da mulher que havia marcado sua vida. Logan vai ao Japão e descobre que o pai de sua amada, Shingen Yashida, é o líder da organização criminosa Tentáculo, ao chegar Wolverine fica sabendo que Mariko está para se casar com um criminoso, por ordem de seu pai, para resolver uma de suas dívidas, obedecendo por uma questão de honra ao Clã Yashida.

No entanto, seu pai sabia que Mariko ainda amava Logan. No desenrolar da história, há um duelo épico entre Wolverine e mestre Shingen com espadas de madeira. Para garantir sua vitória, Shingen contratou sua assassina pessoal, Yukio, que colocou veneno na bebida de Wolverine para enfraquecê-lo durante o duelo. Esta sequência da luta é maravilhosa, com quadros em “widescreen” para cada golpe, uma novidade na época. Wolverine perde a luta, desmoralizado em frente sua amada.

Obviamente Wolverine não deixou por isso mesmo. Entre muitas batalhas com ninjas, traições e novas parcerias, Wolverine retorna para se vingar de Shingen, num novo duelo. Desta vez, com armas letais. Shingen com a espada do Clã Yashida, Wolverine com suas garras. O duelo é ainda mais intenso que o primeiro. Wolverine vence, Shingen é morto e Wolverine fica com Mariko. A saga termina com com os X-Men recebendo o convite de casamento pelo correio. Ou seja, além do roteiro e arte primorosa, esta saga tem vital importância no histórico dos X-Men, sendo a primeira a criar o laço forte entre o personagem e a cultura samurai.

Posteriormente durante as edições Uncanny X-men 172 a 176, Wolverine se casa com Mariko, a capa da edição 172 estampa o convite de casamento apresentado no final de ‘Eu Wolverine’. Tudo vai bem na história, os X-Men chegam no Japão, Wolverine os recepciona vestido com trajes japoneses, o clima é muito agradável, mas como sempre, as coisas desandam pra o personagem, após diversos acontecimentos, dentre eles, o duelo fenomenal entre Wolverine e o Samurai de Prata, na edição nº 173 dos X-Men, o Mestre Mental influenciou a mente de Mariko, e ela recusa a se casar com Wolverine, interrompendo o casamento no altar, dizendo: Você não é digno. A história termina com Wolverine chorando. Dramático. Na edição nº 174 dos X-Men, o título é “Romances”, pois o Prf. Xavier está bem com Lilandra, Scott Sumers (Ciclope) está bem com Madelyne (que se casam na edição seguinte), e Logan está em caos com Mariko. Ou seja, só Wolverine se dá mal. Nesta edição, Mariko ainda está sobre influência do Mestre Mental e despacha Wolverine.

Na edição nº 176, Wolverine retorna mais uma vez para falar com Mariko. Desta vez, já livre da influência do Mestre Mental, ela revela seu amor por Logan, mas que, devido a morte seu seu pai e seu compromisso com o Clã Yashida, ela não poderia mais se casar. Após esta fato, Mariko permanece no Japão com suas responsabilidades e Wolverine retorna para os EUA junto aos X-Men. Mas alguns acontecimentos posteriores denunciam que, mesmo distantes, eles mantiveram contato e um bom relacionamento.

Não muito tempo depois de Wolverine voltar do Japão, na edição 181, os X-Men voltaram das primeiras Guerras Secretas e acidentalmente acabarem no Japão, lutando com uma monstro da espécie de Lockheed, que havia vindo junto com eles e estava destruindo a cidade. Durante o caos, uma jovem garota chamada Amiko Kobayashi perde a mãe num desabamento de prédio. Antes de perecer, a mulher implora para Wolverine cuidar de sua filha. Uma vez que Wolverine não poderia cuidar de Amiko, ele deixou a menina aos cuidados de Mariko, e foi criada como membro do Clã Yashida. Embora tenha visto pouco Wolverine durante sua vida, ela ainda é considerada filha adotiva de Wolverine e MarikoAlém de não conseguir casar com seu amor, Wolverine tem que viver a distância, tendo encarar a morte de Mariko. Já no volume solo de Wolverine (Wolverine 55 à 57), numa batalha alucinante entre Wolverine, Mariko, Jubileu, Gambit, Samurai de Prata, Ciborgue, ninjas, dentre outros personagens, Mariko foi envenenada por um de seus rivais. Devido a dolorosa morte lenta, ela pede para Logan leva-la ao santuário, e em seguida matá-la, (Nem preciso falar na carga dramática da história). Após muito relutar, Wolverine atende seu pedido, e mata Mariko com suas garras.

O 4º volume mensal de sua revista solo, Wolverine foi capturado por um demônio e levado para o inferno e, para Wolverine cumprir suas exigências, o demônio ameaçou destruir a alma de Mariko (que havia sido condenada ao inferno por sua liderança de atividades criminosas no Clã Yashida). Wolverine, no entanto, acabou por ser resgatado por seu velho amigo da Tropa Alfa, Puck, e seu próprio pai. Quando Logan finalmente estava preparado para fugir do inferno, ele pretendia levar Mariko com ele. Mas ela pediu à ele para deixá-la para trás e voltar à Terra e recuperar a sua própria vida. Um pedido, muito estranho, mas que Logan relutantemente aceitou.

Há também uma espécie de “resumão” da história de Wolverine e Mariko, na revista Wolverine Origins nº 46. Nesta edição, numa conversa com Noturno, Wolverine relembra toda sua história com Mariko, desde quando a conheceu até sua morte.

Há também uma maravilhosa minissérie com Mariko publicada no Brasil em 2 partes chamada Netsuki. É um conto paralelo à história do oficial de Wolverine, mas a história é bacana e a ilustração é belíssima.

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