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Guia de Quadrinhos: A História de Wolverine nas HQs – Parte 2

Guia de Quadrinhos: A História de Wolverine nas HQs – Parte 2
  • Publishedmarço 23, 2017

No post passado começamos a conhecer a saga do Wolverine nas HQs, falei um pouco sobre o sua primeira aparição nos quadrinhos, sua origem e seu grande amor na bela fase do anti-herói no Japão. Essa semana vamos terminar esse especial falando mais de suas aventuras tanto com os X-men quanto solo, nos principais acontecimentos de sua saga.

Passando a fase de Wolverine no Japão e voltando aos outros momentos do mutante, temos a excelente minissérie Kitty Pryde e Wolverine, novamente com roteiro de Chris Claremont, dessa vez acompanhado pela arte de Al Migrom.

Um dos pontos mais interessantes da história do Wolverine é sua amizade quase que paternal – ou até de mestre e aprendiz – com a jovem Kitty Pryde, e aqui vemos o auge disso. Trabalhando essa relação entre os dois personagens, Claremont apresenta uma trama onde Kitty segue seu pai até o Tóquio com medo de que ele esteja sendo chantageado pela Yakuza. Lá, a jovem acaba caindo nas mãos do espadachim e antigo mestre de Logan, Ogun, e precisa da ajuda de mutante canadense para superar o domínio mental do vilão. Uma clássica e épica história de samurais, que há muito tempo pede um encadernado aqui no Brasil.

Já em um dos maiores clássicos dos X-Men, a Saga da Fênix Negra contada por Chris Claremont nos roteiros e John Byrne nos desenhos, e apresenta uma trama na qual Jean Grey é possuída pela entidade Fênix e acaba perdendo o controle, colocando praticamente todo o universo em perigo devido ao seu descomunal poder. Em uma história que envolve do Clube do Inferno aos Shiars, vemos como a doce Jean Grey se torna uma ameaça em escala interplanetária e as consequências de suas ações para ela, para os X-Men, e para toda a galáxia.

Apesar de não ser uma história com foco em Wolverine, e sim na figura dos X-Men e mais especificamente em Jean Grey, a saga apresenta o capítulo “Wolverine Sozinho!” completamente estrelada pelo mutante canadense. O capítulo anterior havia terminado com os X-Men sofrendo uma emboscada e sendo capturados pelo Clube do Inferno, exceto Wolverine, que é lançado vários andares abaixo da estrutura do clube e vai parar nos esgotos. O baixinho se levanta invocado e profere a clássica frase “Agora é a minha vez” fazendo desse quadro um dos mais icônicos e mais referenciados dos quadrinhos. É na edição seguinte, Uncanny X-Men #133, que o carcaju faz a festa, fatiando os inimigos que aparecem em seu caminho, ao resgate da equipe.

Estreando sua série mensal em 1988, Wolverine se afasta dos X-Men – dados como mortos na época – e passa a trabalhar como agente secreto na ilha de Madripoor, tão conhecida pelo personagem. Já nas primeiras edições, Logan se disfarça com um tapa-olho, e assume a alcunha de Caolho, nome pelo qual se tornaria uma lenda na fictícia ilha asiática. Uma das fases mais interessantes e inusitadas do personagem.

Em Dias de Um Futuro Esquecido, de Chris Claremont e John Byrne, presenciamos um futuro alternativo onde os mutantes são constantemente caçados e exterminados pelos Sentinelas, e onde Wolverine é um dos poucos sobreviventes. O mutante participa de um plano com seus amigos para enviar a consciência da velha Kitty Pryde ao seu corpo ainda jovem, impedindo assim o acontecimento que foi o estopim para gerar esse futuro apocalíptico. Porém, a missão não é tão simples, pois o tal ato foi o assassinato do Senador Robert Kelly por nada mais nada menos que a mutante Mística. A história, uma das mais famosas dos X-Men, é trabalhada em dois tempos diferentes, intercalando a trama dos mutantes do presente com os do futuro.

Durante a saga Massacre de Mutantes, que narra a covarde matança perpetrada pelos vilões conhecidos como Carrascos contra os Morlocks, que são mutantes deformados que por não conseguirem se misturar com os humanos devido a sua aparência, vivem nos esgotos. Os X-Men acabam chegando tarde e encontram os mutantes mortos, começando assim uma caçada por vingança atrás dos Carrascos.

Mas a participação de destaque de Wolverine na saga é sem sombra de dúvidas no capítulo “A Última Corrida”, que traz nada mais nada menos que o primeiro confronto entre Logan e seu arqui-inimigo Dentes-de-Sabre. Apesar de ser estipulado que os personagens se conheciam e já eram inimigos de longa data, as batalhas ocorridas nas edições 212 e 213 de Uncanny X-Men (desenhadas por Rick Leonardi e Alan Davis respectivamente) datam como os primeiros confrontos dos dois nos quadrinhos. Detalhes sobre o passado e o surgimento da rivalidade dos dois só seriam dados anos depois.

Falando no Dentes-de-Saber, começamos a entender de onde surgiu todo o ódio entre ele e o Carcaju, em uma história publicada no ano de 1988 em Wolverine #10, cortesia de Chris Claremont e John Buscema.

Enquanto Logan resolve casos em Madripoor no dia de seu aniversário, presenciamos uma série de flashbacks que mostram o mesmo dia muitos anos atrás, no século XIX (bem antes do projeto Arma X), quando Logan tem sua esposa assassinada por Dentes-de-Sabre. Em uma trama que viaja entre passado e presente, vamos entendendo a antiga relação de ódio existente entre os dois personagens.

Originalmente publicada em Incredible Hulk #340, de 1988, Círculo Vicioso conta com os roteiros de Peter David (responsável pela revista do Hulk na época) e a arte de Todd McFarlane.  A história nada mais é do que uma revanche entre os dois personagens, já que a primeira aparição do Wolverine foi justamente contra o Hulk. A diferença é que agora Logan confronta um Hulk não mais verde, e sim cinza. E o pior… muito mais inteligente.

Escrita pelo premiado escritor Brian K. Vaughan e com arte de Eduardo Risso e fazendo parte do selo Marvel Knigths, destinado a conteúdos mais sombrios e maduros, a minissérie em três edições “Logan” traz o mutante canadense em busca de paz para seu passado, após ter todas as suas lembranças de volta devido aos eventos da saga Dinastia M. Em uma trama que envolve acontecimentos vividos pelo personagem em Hiroshima em plena Segunda Guerra Mundial, Logan apresenta mais um aprofundado capítulo do passado de Wolverine, dessa vez trabalhando o surgimento de sua velha ligação com o Japão e de onde veio o seu interesse pelas belas mulheres nipônicas.

Todo mundo sabe que Mark Millar (Guerra Civil, Os Supremos, Kick Ass) e com arte de John Romita Jr., (a dupla voltaria a se encontrar em Kick-Ass) Inimigo do Estado possui uma trama bem simples: Logan sofre lavagem cerebral da organização criminosa Tentáculo e é enviado para acabar com a SHIELD. Obviamente, os heróis do universo Marvel não deixam isso acontecer, e o que se segue é uma sequência de muita porrada. Muita porrada mesmo. É ridiculamente genial, como a maioria dos trabalho de Millar.

Nos anos 2000, quando a Marvel surgiu com o universo Ultimate, fomos presenteados com o sensacional Homem-Aranha de Brian Bendis e o clássico moderno Os Supremos, de Mark Millar. Mas engana-se quem pensa que a contribuição de Millar no Ultiverso ficou apenas com a versão alternativa dos Vingadores. Apesar de pouco comentada e de a Panini nunca ter dado o devido valor aqui no Brasil (a série só foi lançada em mensais há anos, e desde então nunca passa do segundo encadernado) Ultimate X-Men é um trabalho de Mark Millar tão bom quantos Os Supremos, talvez a melhor versão dos X-Men em qualquer mídia. Trazendo uma abordagem mais adulta, roteiros muito bem trabalhados e construídos, origens mais interessantes, e a melhor caracterização de Magneto em anos, a série é indispensável não apenas para um fã dos mutantes, mas qualquer apreciador de um bom quadrinho.

Wolverine apresentado pela mente doentia de Millar é simplesmente um caso à parte. Se o roteirista já havia feito a proeza de reinventar o próprio Capitão América, fazendo dele quase um anti-herói em Os Supremos, imagine o que não faria com o Wolverine. Muito mais violento que sua contraparte regular, arrogante e absolutamente cruel, Logan surge como uma assecla de Magneto, enviado como agente disfarçado para os X-Men, onde tem a missão de matar Charles Xavier após ser aceito pela equipe. No entanto, o canadense se apaixona por Jean Grey e coloca o plano a perder. O Wolverine Ultimate é tão sem escrúpulos que tenta matar o Ciclope na trairagem, apenas para levar a mulher do companheiro de equipe para a cama.

Escrita por Jason Aaron, que era o roteirista da revista mensal do Wolverine na época, a minissérie O Cisma traz um dos mais importantes eventos para os X-Men e para Wolverine nos últimos anos.

Com as decisões de Ciclope se tornando cada vez mais ousadas e perigosas, seu braço direito Wolverine começa a questioná-lo, principalmente no que envolve utilizar crianças no campo de batalha. Em meio a uma discussão acalorada (que envolve até uma certa ruiva que ambos amaram) os dois acabam brigando e dividindo os X-Men em duas facções. Uma continua com Scott na ilha Utopia, e a outra segue com Wolverine de volta ao antigo Instituto Xavier, agora rebatizado como Escola Jean Grey para Estudos Avançados.

Após os eventos de O Cisma, e acreditando que o caminho que Scott Summers estava tomando para os jovens mutantes era errado, Logan toma a decisão de reabrir o Instituto Xavier, rebatizando- como Escola Jean Grey para Estudos Avançados, fazendo com que os X-Men voltassem à suas origens. Não apenas treinar guerrilheiros, mas o mais importante de tudo: ensinar.

A série coloca Wolverine em uma posição nunca antes vista e sequer imaginada. Diretor do colégio. Chega a ser engraçado ver que afinal os herdeiros do “sonho de Xavier” não eram nem Scott Summers e nem Jean Grey, e sim o bom e velho mutante canadense que sempre agiu melhor com os punhos.

Em mais uma aventura de Mark Millar para Wolverine, agora acompanhado da arte do seu parceiro em Guerra Civil, Steve McNiven. Diferente de Inimigo do Estado, em Velho Logan Millar decide brincar com o futuro de Logan, imaginando como seria a sua vida em um mundo pós-apocalíptico dominado pelos vilões, e morando em uma região dominada pelo Hulk e seus violentos filhos.

Vivendo tranquilamente com sua família após ter abandonado as garras e a alcunha de Wolverine anos atrás, Logan acaba precisando voltar à ativa quando seus entes queridos são destroçados pelos filhos do Hulk. Funcionando como uma espécie de homenagem aos velhos filmes oitentistas cuja jornada em busca de vingança eram os temas centrais, O Velho Logan traz uma brilhante visão sobre a velhice de Wolverine, além de um dos mais interessantes futuros do Universo Marvel.

Voltando ao universo regular da Marvel, Charles Soule escreveu o último capítulo na vida do herói que todos pensavam ser imortal, a minissérie em 4 edições Death of Wolverine. No entanto, esse é justamente o mote principal da trama, afinal encontramos Logan sem o seu poder e incapacitado de usar suas garras.

Recheada de referências da trajetória do personagem, a HQ traz diversos personagens que em algum momento cruzaram o caminho do carcaju, e a sequência de sua morte é uma das cenas mais bonitas que os quadrinhos viram nos últimos anos, muito pela belíssima arte de Steve McNiven, que entrega um trabalho impecável. Além da trama principal é interessante ler alguns arcos derivados dessa saga, como Deadpool e Capitão América, a bela história de Noturno, O Legado de Logan, O Programa Arma X, Tempestade e Os X-men, que falam como a morte do anti-herói repercutiu no universo de revistas X.

É isso pessoal!  Existem muitas outras histórias interessantes do nosso querido carcaju, mas acho que as histórias que vimos dão um norte sobre o personagem! Se tem algum arco que você não viu aqui e considera importante deixe seu comentário !!

Written By
Jackson Souza

Entende quase tudo sobre séries e filmes. Cresceu praticamente dentro de um cinema, gastando toda a sua mesada na sétima arte. Rockeiro de batismo, mantém uma guitarra empoeirada e cheia de histórias na parede do quarto. E, além de um viciado gamer, é um cara com um humor muito peculiar, que só alguém de exatas poderia nos proporcionar.

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