Split: O Fragmentado de M. Night Shyamalan (2017).

Salve Nosetmaníacos, eu sou o Marcelo Moura e hoje vamos falar da volta por cima do polêmico diretor M. Night Shyamalan, adorado por certos críticos (Franz) e tratado com respeito por outros (Moura).  

Fragmentado (2017):

Direção M. Night Shyamalan, produção M. Night Shyamalan, Jason Blum e Marc Bienstock, roteiro M. Night Shyamalan, elenco James McAvoy, Anya Taylor-Joy e Betty Buckley. Companhia produtora Blinding Edge Pictures e Blumhouse Pictures, distribuição Universal Pictures. Com um baixíssimo orçamento de apenas US$ 9 milhões e uma belíssima receita de US$ 250 milhões em todo mundo, Fragmentado, ou originalmente Split, é um filme americano de terror psicológico escrito e dirigido por M. Night Shyamalan.

Sinopse: Kevin (James McAvoy) possui 23 personalidades distintas e estas estão sempre a disputa para ficar “sob à luz”( simbolismo para a realidade). Um dia, ele sequestra três adolescentes que encontra em um estacionamento. Vivendo em cativeiro, elas passam a conhecer as diferentes facetas de Kevin e precisam encontrar algum meio de escapar.

Crítica: Não há como negar, Night Shyamalan é o novo Hitchcock do nosso século, mesmo que ainda assim, cometa erros e faça filmes que ninguém entende. Só que quando acerta, é belíssimo e assustador, você sai arrepiado e chocado do cinema. Meus preferidos são O Sexto Sentido (1999) e Sinais (2002), há aqueles que guardo no meu coração como filmes cults e referências cinematográficas como Corpo Fechado (2000) e O Último mestre do Ar (2010), e há aqueles que nem gosto de rever como Depois da Terra (2013) e O Fim dos tempos (2008), porque desmerecem o trabalho do diretor, mesmo que O Fim dos Tempos me lembre muito Os Pássaros (1963), novamente de Hitchcock, mas não chega aos pés do trabalho do mestre do suspense e Depois Terra quem dirigiu de verdade foi o Will Smith e não Shyamalan.

Shyamalan é realmente brilhante e acerta de maneira incrível em todo o seu Fragmentado, e foge do estereótipo que o consagrou em filmes como A Vila e Sexto Sentido, aqui fazendo um filme no melhor estilo de atuação e direção de O Iluminado (1980) de outro mestre chamado Stanley Kubrick, onde a atuação supera o terror embutido na cena . Com um filme barato, o diretor abusa de tomadas específicas para cada momento em que o ator McAvoy interpreta diferentemente cada uma das suas vinte e quatro personalidades, dando maior ou menor efeito físico no ator. Melhor ainda, existem cenas em que, mesmo sendo uma discussão entre dois atores distintos, as tomadas são feitas separadamente e de frente para o público, dando um efeito mais teatral e o foco da plateia na interpretação, e não no elemento visual que cerca a cena. Descobrir a onde os reféns estão passa a ser menos importante do que entender as personalidades de Kevin.

O filme tem várias referencias cinematográficas que vão do óbvio Psicose (1960) do mestre Alfred Hitchcock, passando por filmes de terror com possessão como tema,  até o próprio trabalho de Shyamalan no filme Corpo Fechado, com Bruce Willis e Samuel L. Jackson no elenco.  Toda essa química entre roteiro, elenco e diretor explodem na sua cara e o filme, que começa de maneira interessante, termina surpreendentemente na tese que tudo está na mente e que podemos fazer tudo, mas tudo mesmo, explorando o potencial dentro de nós.

No elenco James McAvoy, como Kevin Wendell Crumb, um sofredor de transtorno de identidade dissociativo (DID), que tem 23 personalidades proeminentes, surpreende pelo simples detalhe no olhar e a atuação corporal, que define antes de falar. Cada personagem que interpreta, e olha a dificuldade de se fazer isso. McAvoy prova finalmente que é um bom ator teatral e não só cinematográfico. Depois de papéis mornos em filmes sem tanta expressão, prova que pode ser mais do que Charles Xavier dos X-Men ou Sr. Tumnus, um sátira de Nárnia. Não pude deixar de me lembrar de Jack Nicholson em filmes como O Iluminado (1980) ou em Um Estranho no Ninho (1975), onde McAvoy vai de um garotinho quase inocente a um psicopata em segundos.

Outra atriz que me impressionou foi Betty Buckley, como Dra. Karen Fletcher, uma psicóloga que tenta ajudar Kevin com seu DID. A química entre Buckley e McAvoy no consultório, tentando se relacionar e descobrir qual personalidade está atuando em Kevin é assustadora. A atriz, que tem no filme um trabalho mais intelectual, demonstra facilmente sua tese e sua relação com as personalidades para o público. Buckley repetiu neste filme uma parceria que já vinha de O Fim dos Tempos com o diretor Shyamalan.

Night Shyamalan, pela enésima comparação, assim como Hitchcock, aparece no filme como o Segurança do edifício da Dra. Fletcher e temos uma ponta no final de Bruce Willis repetindo o papel de David Dunn. Se você lembra do personagem, já vai matar que filmes ele foi interpretado por Willis.

Ver esta obra apenas uma vez não é suficiente para entender as várias referencias, até científicas, que o filme passa. Desde a palestra da Dra Karen até o ramister correndo no círculo antes do discurso de Kevin, ou a mâe que grita o nome de Kevin Wendell Crumb, tudo tem uma simbologia e um conteúdo nas mãos de Shyamalan.

Curiosidades: O filme recebeu comentários favoráveis dos críticos de cinema. No Rotten Tomatoes tem uma classificação de aprovação de 75%, com base em 190 avaliações. No Metacritic, tem uma média ponderada 62 de 100, baseada em 47 críticos, indicando “avaliações favoráveis”.

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