Por que achamos que a solução dos nossos problemas está em elementos mágicos?
Ouso em dizer que parte dessa culpa é da Disney, com seus mundos mágicos, mas a própria Disney também nos ensina que isso pode ser uma ilusão, que a solução pode ser bem mais simples e realistas.
O curta-metragem “Juntos Novamente” faz parte desse ensinamento. A dirigida é assinada por Zach Parrish e foi distribuída nas exibições do filme “Raya e o Último Dragão”. Agora também está disponível no Disney+.
Aliás, a Disney+ tem uma coleção gigante de curtas, muitos que nem chegamos a conhecer direito (estão “escondidos” nos trailers). Algumas resenhas como essas aparecerão por aqui.
Bom, vamos a história de “Juntos Novamente”.
Em uma cidade vibrante, movida ao som do jazz, um casal de idosos enfrentam um impasse. Ela ainda tem aquele espírito jovem, quer sair e aproveitar esse clima alegre da cidade, já ele é um velho ranzinza, do tipo que, aparentemente, só faz reclamar da juventude que já se foi.
Determinada noite ele fica sozinho à noite, ouve o som da cidade e vai ver o movimento da sacada de casa, o que o faz lamentar por sua idade avançada. De repente uma chuva cai e, como um passe de mágica, ele volta a ser aquele jovem cheio de energia de outrora. Ele sai dançando pela rua pela primeira vez em anos (talvez décadas).
No caminho ele esbarra com ela, que também parece estar jovem novamente. Eles revivem aqueles momentos mágicos da juventude, mas a alegria não é plena.
Ele percebe que a chuva está acabando e que, caso passe, ele volta a ser o velho ranzinza. Isso o faz correr pela cidade, por onde a nuvem ainda faz a chuva cair, carregando sua amada com ele. Ela, por outro lado, queria só aproveitar aquele momento único, solta a mão dele em determinado momento, deixando-o na correria sem significado.
A chuva vai embora, o velho ranzinza volta. Ele se senta ao lado da esposa, reflete sobre tudo aquilo observa a cidade a volta, percebe que há poças de água da chuva, que servem como lembranças desta, permitindo que ninguém a esqueça, mesmo ela já tendo ido embora.
O mesmo acontece com suas memórias da juventude, eles nunca serão jovens novamente, mas isso não impede que eles sejam felizes do jeito que são agora. E assim, o velho, que não é mais tão ranzinza, mostra a sua amada esposa que finalmente entendeu o espírito jovem dela.
Ah, detalhe, toda essa história é contada por meio dos acordes típicos do jazz, não há diálogos, apenas gestos, coreografias e expressões faciais. O que torna tudo ainda mais delicado e especial.
Até mais!