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Eduardo Kobra finaliza obra onde Gandhi é homenageado.

Eduardo Kobra finaliza obra onde Gandhi é homenageado.
  • Publicado em: outubro 27, 2017

Eduardo Kobra é um dos maiores exemplos quando os assuntos são persistência e talento. Oriundo da periferia paulista, grafiteiro e desenhista, Kobra lutou muito para poder chegar ao atual patamar. Seu início não foi tão tranquilo, pois era pichador e isso lhe rendeu algumas complicações com as autoridades. Apesar da pouca idade, teve a consciência de evoluir da pichação para o grafite. Superou o pouco dinheiro, as perseguições, a incompreensão sobre sua arte e a desconfiança dos que olhavam para o grafite e não conseguiam enxergar “arte”. Suas influências vieram inicialmente dos EUA e do México.

Muitos anos depois, Kobra é um dos artistas mais consagrados e respeitados quando o assunto é grafite e muralismo. Suas obras ganharam o reconhecimento pelo mundo e, hoje, isso reflete em um de seus mais audaciosos projetos cujo tema é o pacifista Gandhi.

Eduardo Kobra é um representante da arte e cultura brasileiras, inspirado em pessoas que também estão vinculadas às artes e também aos que ganharam destaque por lutar pela paz. Entre seus homenageados estão Ayrton Senna, John Lennon, Claude Monet, Malala, Cacique Raoni, Jim Morrisson, Kurt Cobain, Salvador Dalí, Tupac, Anne Frank, Amy Winehouse, entre outros.

Antes de prosseguirmos com a matéria, fiquem com uma breve explicação sobre o passado e presente do autor feita por ele mesmo.

O muralista brasileiro Eduardo Kobra entrega hoje, sexta-feira, 27 de outubro, seu primeiro mural na Índia. Desde o dia 19 de outubro, o artista brasileiro fez, acompanhado por Agnaldo Brito e Marcos Rafael, artistas do Studio Kobra, o impactante mural “Gandhi – Todos Somos Iguais”, na fachada da estação de trem Churchgate, uma das mais movimentadas da cidade de Mumbai.

Com 30 metros de altura por 14 metros de largura, o mural se insere projeto “Olhares da Paz”, de Kobra, que já destacou nomes como Nelson Mandela, Martin Luther King, Malala Yousafzai, Dalai Lama, Madre Teresa de Calcutá e John Lennon. A obra foi realizada com a técnica anamórfica, em 3D. No mural, Gandhi aparece descendo de um trem, em uma releitura da foto icônica feita pelo indiano Kulwant Roy em 1940. “A obra fica na ‘esquina’ do prédio da estação. Fiz o trem todo colorido e o Gandhi em preto e branco, para destacar o aspecto da sua humildade. No mesmo sentido, escolhemos para a obra o nome Gandhi – Todos Somos Iguais. Na cena, colocaremos ainda um número 3, para mostrar que Gandhi andava na terceira classe, como a maioria das pessoas na Índia”, conta Kobra, que para criação do painel visitou a casa onde o líder pacifista viveu e trabalhou. O convite para realização do trabalho foi feito pela Fundação St+art India. A organização sem fins lucrativos é responsável por um festival de arte urbana na cidade de Mumbai.

O artista conta que durante todo o período de trabalho, ele, Agnaldo Brito e Marcos Rafael conviveram com uma sensação térmica de mais de 40 graus. “Foi extremamente difícil, mas encontramos muito apoio da organização, que disponibilizou 10 pessoas para auxiliar-nos em assuntos de logística. Além disso, os andaimes da cidade são feitos em bambu. Para a gente, a meu pedido, fizeram andaimes com estrutura metálica com cabos de aço elétricos, como os que estamos acostumados no Brasil”, conta Kobra.

Antes de ir para a Índia, Kobra fez um mural em São Luís, no Maranhão. Com 33,30 metros de comprimento por 10,3 metros de altura, a parede foi transformada por Kobra em uma prateleira de livros, onde há obras de Ferreira Gullar, Graça Aranha, Nauro Machado, Aluísio Azevedo, de Bandeira Tribuzi, Josué Montello e Gonçalves Dias, todos maranhenses de São Luís, com exceção de Gonçalves Dias, que nasceu em Caxias, no interior do estado.

As obras acima citadas de personalidades mundiais e de autores nacionais consagrados dão uma ideia do nível de conhecimento do artista, além de quebrar o paradigma de que o muralista está restrito a temas do gueto ou algo similar. A Street Art de Kobra é tão abrangente quanto a de artistas do porte de Banksy.

Kobra na Europa

Em agosto deste ano, entregou na cidade de Bristol, na Inglaterra, o mural “Imagine”, inspirado em John Lennon (Liverpool, 9 de outubro de 1940 – Nova York, 8 de dezembro de 1980). Com 16X16 metros, a obra, que consumiu 300 latas de spray, foi realizada por Kobra de 25 de julho a 1 agosto, todos os dias das 8h às 21h. Kobra viajou a Bristol a convite do UpFest – The Urban Paint Festival, considerado o maior evento de arte urbana da Europa. Durante uma semana, artistas de Street Art de todo o mundo pintaram suas obras em muros do bairro de Bedminster. O Kobra recebeu a parede principal do evento para realizar seu mural. “Eu já havia pintado Lennon na exposição que fiz em Roma, com dez personalidades que contribuíram para a paz e a arte no mundo, e em Wynwood, Miami, no mural Give Peace a Chance e pensei muito antes de optar pelo mesmo tema. Mas por que não recorrer ao mesmo ‘personagem icônico’ se a intolerância, a falta de diálogo e a guerra continuam recorrentes no mundo? O olhar de Lennon ainda é atual. E olhar para a mensagem de Lennon permanece fundamental”, diz Kobra.

O muralista brasileiro, nascido no bairro do Campo Limpo, em São Paulo, conta que aproveitou os poucos horários livres, especialmente no último dia, para visitar os murais de Bansky, nascido em Bristol, espalhados pela cidade inglesa. “Bansky é o artista que mais admiro. Tem um trabalho simples e, ao mesmo tempo, incrível e revolucionário. E é também um mito, porque consegue se manter como uma figura anônima mesmo em um mundo onde todos têm um celular para tirar fotos e rapidamente compartilhar nas redes sociais”, afirma.

O artista releva ainda que ficou impressionado com a cidade de Bristol. “É a capital da street art e também a Capital Verde da Europa. Um lugar belíssimo, que leva transforma a rua em um grande museu”, diz Kobra, que voltou para São Paulo no dia 3 de agosto, para planejar seus novos trabalhos e descansar alguns dias ao lado de sua esposa, Andressa Munin, e seu filho Pedro, de um ano de idade.

Antes, da Inglaterra, Kobra fez, de 17 a 24 de julho, em Boulogne-sur-Mer (Bolonha-sobre-o-Mar), na França, dois murais – um de 15X10 metros e outro com 17X13 metros – que conversam entre si. Um dos painéis mostra Claude Monet (14 de novembro de 1840, em Paris, a 5 de dezembro de 1926, Giverny) pintando e segue a linguagem dos murais do artista brasileiro sobre personalidades que inspiraram a paz e a arte. O segundo mural traz a pintura “Mulher com Sombrinha” (1875), também conhecida como “Madame Monet e o filho”, de Monet, e reproduz “fielmente” a obra do grande impressionista. Juntos, os murais receberam o nome de “Família Monet”.

       “Fui no ano passado na casa do Monet, em Giverny, na França e já na época pensei em criar alguma coisa sobre ele. Claro que já conhecia e admirava seu trabalho, mas conhecer as telas de perto e a atmosfera em que viveu e realizou suas obras foi impactante demais. Mas eu não queria simplesmente pintar a face de Monet em algum mural. Quando recebi o convite da Prefeitura da Bolonha-sobre-o-Mar e descobri esses dois pequenos prédios entre as opções para realizar o trabalho, solicitei os dois e criar uma obra, dentro do meu projeto de história e memória, onde os dois prédios interagissem”, conta Eduardo Kobra, que acrescenta: “criamos uma obra onde em um mural vemos Monet segurando o Godet (palheta de cores) e no outro está a cena que ele pintou. O mural que mostra o Monet tem a minha linguagem, meu estilo e jeito de pintar. Já o outro mural traz a cena que Monet pintou, da sua família, o que foi um grande desafio, já que por mais fiel que eu procurei ser à sua obra, foi impossível chegar perto de sua maestria e genialidade”.

            A primeira etapa da recente viagem de Kobra à Europa aconteceu de 9 a 15 de julho, em Sandefjord, na Noruega, onde pintou, a convite da Art for All in the World, um novo mural “Etnias – Todos Somos Um”, mesmo título da obra feita em 2016 no Boulevard Olímpico, no Rio de Janeiro, para destacar a importância do respeito à diversidade. “Optei por esse tema porque é hoje cada vez mais importante falar, falar novamente e insistir mais ainda sobre a importância do respeito à diversidade de povos, culturas, raças e religiões” diz o artista, que colocou no mural personagens que simbolizam a Oceania, Europa, América, África e Ásia.

           O muralista brasileiro viajou para os três países com Agnaldo Brito e Marcos Rafael, artistas que o acompanham em quase todos os trabalhos. De acordo com Kobra, nos três países (Noruega, França e Inglaterra) os murais são feitos com tinta spray, tinta acrílica e esmalte sintético.

Livro “Kobra”

            No final do mês de junho, Eduardo Kobra lançou em São Paulo o primeiro livro sobre sua trajetória. Editado pela Arte Ensaio, “Kobra” (208 páginas, R$ 120,00) traz muitos dos murais feitos pelo artista no Brasil e no Exterior, entre 2013 e 2016. Além das fotos das obras, o livro tem textos de Celso de Campos Jr. sobre como foram concebidas cada uma dessas obras.

          Segundo Kobra, esse não é um livro autobiográfico, mas um olhar sobre seu trabalho.  “O livro faz um recorte na minha trajetória mais recente, especialmente sobre os murais que destacam as pessoas que contribuíram para a paz e a arte no Planeta, referências de que todos nós necessitamos”, diz.

             O muralista acrescenta que ainda está curioso para ver como o público receberá o livro. “Meu grande palco sempre foram as ruas, especialmente os muros e laterais de prédios. Sempre fico fascinado quando ouço as opiniões das pessoas nas ruas, depois que os murais estão finalizados, mas também e especialmente durante o processo produtivo. Agora será instigante saber como as pessoas receberão esse novo trabalho, ouvir o que acharam ao ver as obras, geralmente imensas, agora transportadas para um livro. Espero que gostem e, principalmente, que o livro ajude a despertar ainda mais pessoas para olharem para a arte de rua – a minha e as de outros artistas -; a visitarem as galerias e, principalmente, a perceberem ainda mais a beleza escondida no cotidiano das cidades, nos parques, postes, esculturas, marquises – dos grandes prédios e nos pequenos detalhes.

Sobre a trajetória do artista em 2017

             Eduardo Kobra fez recentemente uma outra viagem, de dois meses, por cinco países, onde realizou diversos murais. Em junho esteve na cidade de Chicago, Estados Unidos, onde fez o mural “Vivan Maier”, sobre a fotógrafa norte-americana (1º. de fevereiro de 1926, em Nova York a 21 de abril de 2009, em Illinois) que fez cerca de 150 mil fotografias, com sua Rolleiflex, das ruas das cidades, especialmente Chicago e Los Angeles, entre as décadas de 50 e 60.

           Antes, entregou em Lisboa, Portugal, um mural de 11,5 por 15 metros, sobre o cacique Raoni (liderança indígena Kayapó). O mural foi realizado de 22 a 29 de maio, diariamente, das 8h às 21h. Com o novo mural Kobra retoma o tema do belo e impactante mural “Etnias – Todos Somos Um”, monumental trabalho, com 2.646,34m², que realizou no Boulevard Olímpico, no Porto Maravilha, Rio de Janeiro, pouco antes dos Jogos Olímpicos. No mural, estão representados os cinco continentes: Ásia – Karen, da Tailândia; Oceania – tribo Hulis, da Papua Nova Guiné; América – os Tapajós, da região amazônica; Europa – tribo Chukchis, da Sibéria e África – os Mulsi, da Etiópia. A obra foi reconhecida pelo Guinness World Records como o maior mural grafitado do mundo (mas agora foi superada pelo mural que Kobra fez, com impressionantes 5.742m², no paredão da empresa Cacau Show, no km 35 da rodovia Castelo Branco, no município de Itapevi, em São Paulo.)

      “É um desafio instigante fazer esses murais imensos e estar no Guinness traz ainda mais visibilidade às obras. Mas o que importa mesmo é a mensagem! Infelizmente há no mundo uma intolerância cada vez maior, onde pessoas de diversos continentes, especialmente da Europa, rejeitam o imigrante ou o ‘diferente’. Com o mural no Rio, esperamos ter ajudado e continuar ajudando a fazer as pessoas lembrarem de que todos temos origens ‘semelhantes’, que todos somos diferentes mas iguais; que a diversidade é bela, mas que no fundo Todos Somos Um: a espécie humana”, afirma o artista:

     Sobre o nome mural, em Lisboa, Kobra diz: “É um dos meus trabalhos mais importantes, por tudo o que ele representa. Fiz questão de colocar uma figura icônica indígena, uma liderança, pintada no mural. para mostrar que é preciso falar dos índios. é preciso que todos lembrem que os índios estavam e ainda estão no Brasil. Mas não precisamos só falar dos índios. Precisamos ouvi-los também. Os índios têm em sua cultura conhecimentos e valores que nós perdemos, como o respeito pela Natureza e pelo Planeta como um todo. Temos muito o que aprender com eles”.

Para realizar o mural, Kobra (que também “fala” sobre a questão indígena no mural “AltaMira”, rua Maria Antônia, em São Paulo), pediu a autorização do cacique Raoni. “Concordei. Obras assim divulgam a causa indígena. E o mundo precisa saber de nossa luta, respeitar os índios e respeitar a natureza como um todo”, diz o cacique.

     Antes de Portugal Kobra esteve em Carrara, na Itália, onde fez, de 15 a 20 de maio, um mural de 12 metros de altura por 20 metros de largura. Ele pintou a obra diretamente no mármore, no alto de uma das pedreiras (a mil metros de altitude) de Carrara, na Itália, onde Michelangelo e tantos outros artistas buscavam o mármore para suas obras. Antes de pintar em Carrara, Kobra passou quatro dias em Florença, visitando galerias e museus, se aprofundando nas obras do Renascimento, principalmente nas esculturas de Michelangelo. Para o novo mural, Kobra se inspirou na escultura “Davi”, de Michelangelo, exposta na Galleria dell’Accademia. Agora, segue para Chicago, nos Estados Unidos.

       Para viabilizar o trabalho em Carrara, Kobra conversou durante alguns meses com amigos que vivem na Itália, onde ele já fez dois outros murais – um em Roma (“Malala”) e outro em Ravenna (“Dante Alighieri”). “Esses amigos colocaram-me em contato com uma associação de artista de Carrara, que viabilizou o trabalho na pedreira”, conta o muralista brasileiro, que nunca havia pintado diretamente no mármore. Ele acrescenta: “Foi um trabalho extremamente desafiador. O mármore reflete muita luz e aprendi a lidar com suas características durante a própria execução da obra. Além disso, o desafio foi também na logística e dificuldades de acesso. Fiquei hospedado em um hotel em Massa, vizinha a Carrara e todo o dia, às 6h30 da manhã, fui para a pedreira com o Agnaldo Brito, artista do Studio Kobra que me acompanha em todos os trabalhos, nacionais e internacionais. Eram 30 minutos de jipe até o alto”.

       De acordo com o artista o mural, por estar em uma cidade pequena, em uma pedreira, a mil metro de altitude, não será visto por milhares de pessoas, ao contrário do que acontece com a maioria das suas obras no mundo, geralmente feitas próximas a movimentados espaços urbanos. “Mesmo será possível fazer visitar guiadas à pedreira para conhecer o mural de perto”, revela.

      Kobra fez uma viagem por vários países, ao lado de Agnaldo Brito, também artista do Studio Kobra. De 16 a 23 de abril, esteve em Blantyre, em Malawi, na África, a convite da cantora norte-americana Madonna, para realizar dois murais em um hospital para crianças, que está sendo construído pela Raising Malawi Foundation, instituição fundada em 2006 por Madonna e Michael Berg. A cantora viu uma obra de Kobra (“Fight for Steet Art”), no Brooklyn, em Nova York, sobre Jean-Michel Basquiat e Andy Warhol e convidou o artista brasileiro. Kobra pintou, dentro de sua série “Olhares da Paz”, os murais “Nelson Mandela” e “Desmond Tutu”, ambos líderes de destaque na oposição ao apartheid (sistema segregacionista na África do Sul que negava aos negros direitos de igualdade social, política e econômica) e ganhadores do Prêmio Nobel da Paz.

       Depois, Kobra foi para Murcia, na Espanha, onde fez, de 24 de abril a 2 de maio, o mural “Dalí”, de 20X15 metros, sobre Salvador Dalí, na fachada no Centro Municipal Puertas de Castilla (Centro Cultural). O belíssimo trabalho já é uma atração turística e cultural da Cidade.

        De 2 a 5 de maio Kobra esteve em Dusseldorf, na Alemanha, para expor cinco de suas telas inéditas que mostram mães dos cinco continentes. “Nessa exposição volto a um tema que utilizei no mural “Etnias – Todos Somos Um’, no Boulevard Olímpico, no Rio de Janeiro, pouco antes dos Jogos Olímpicos. São telas, de 2X3 metros, onde pintei cenas de mães e filhos, para mostrar através da arte o que todos nós, seres humanos – de todas as raças, países e religiões – temos em comum: o amor”, conta Eduardo Kobra.

        O muralista retornou ao Brasil, para lançar, no dia 27, seu livro “Kobra”, que traz fotos e conta histórias sobre seus principais murais no Brasil e no mundo.

         No início do ano Kobra e equipe fizeram em Itapevi, na região metropolitana de São Paulo, o maior mural do mundo. A obra ocupa todo um imenso paredão às margens da rodovia Castelo Branco (km 35), em um prédio que será o centro de distribuição e sede administrativa da empresa Cacau Show.

       O novo mural de Kobra, iniciado no dia 15 de fevereiro, tem quase o dobro do tamanho do mural “Etnias – Todos Somos Um”, pintado por Kobra em 2016 no Boulervard Olímpico, no Rio de Janeiro, às vésperas dos Jogos Olímpicos, com cerca de três mil metros quadrados e que entrou para o Guinness World Record, o Livro dos Recordes. “A proporção é inacreditável. Foi um grande desafio fazer essa nova obra”, conta o artista

        O mural mostra uma única cena do processo de produção do cacau. “Fizemos um estudo para que a arte seja facilmente vista pelas pessoas que passam de carro na rodovia Castelo Branco. Percebemos que não seria possível colocar várias cenas ou personagens”, diz o artista, que acrescenta: “Antes de cada obra que faço há sempre muita pesquisa, como no caso recente da pintura sobre Anne Frank (‘Let me be myself’ – ‘Deixem-me ser eu mesma’), quando li ‘O Diário de Anne Frank’, assisti a dezenas de documentários e visitei a Casa de Anne Frank, em Amsterdã. Para este novo mural, a intenção original era viajar para a região amazônica e observar várias cenas do processo produtivo do cacau, mas depois de perceber que seria melhor uma única cena, usamos como inspiração uma fotografia de Lailson Santos, do livro ‘O Cacau É Show’, escrito por Alexandre Costa, presidente e fundador da Cacau Show”.      No início do ano, Kobra esteve em Dubai, nos Emirados Árabes, para participar pela quarta vez do “Dubai Canvas at City Walk”, festiva de arte em 3D. Kobra fez um painel tridimensional, onde utilizou uma técnica inovadora, em que a imagem sofre uma distorção, ocupando um piso de quatro por quatro metros e duas paredes em quina, cada uma delas com quatro por quatro metros também. As três partes formaram uma única imagem e quando as pessoas se posicionaram no ângulo correto, tiveram a imagem em 3D. O painel foi completamente anamórfico. As distorções ocorreram nos diferentes pontos, pisos e paredes. O tema do festival era ‘Felicidade’. “Criei a obra ‘Sonho de um Menino”, uma imagem de 50 metros quadrados, em que utilizei escadas, tintas acrílicas, giz e spray. “A pintura, representa o sonho da construção de Dubai, onde a partir da areia do deserto nasceu e floresceu um dos mais importantes centros turísticos e econômicos do mundo”, afirma o artista.

Sobre Eduardo Kobra

Eduardo Kobra, 41 anos, é um expoente da neo-vanguarda paulistana. Começou como pichador, tornou-se grafiteiro e hoje se define como muralista. Seu talento brota por volta de 1987, no bairro do Campo Limpo com o pixo e o graffiti, caros ao movimento Hip Hop, e se espalha pela cidade e pelo mundo. Com os desdobramentos que a arte urbana ganhou em São Paulo, ele derivou – com o Studio Kobra, criado em 95 – para um muralismo original – inspirado em muitos artistas, especialmente os pintores mexicanos e norte-americanos, beneficiando-se das características de artista experimentador, bom desenhista e hábil pintor realista. Suas criações são ricas em detalhes, que mesclam realidade e um certo “transformismo” grafiteiro.

Muitos críticos afirmam que a característica mais marcante de Kobra é o domínio do desenho e das cores. Mas o que é mais fundamental para o artista é o olhar. Kobra foi desde cedo apresentado às adversidades da vida. Viu amigos sucumbirem às drogas e à criminalidade. Alguns foram presos. Outros tantos perderam a vida. Foi o olhar que o salvou.

Kobra é autor de projetos como “Muro das Memórias”, em que busca transformar a paisagem urbana através da arte e resgatar a memória da cidade; Greenpincel, onde mostra (ou denuncia) imagens fortes de matança de animais e destruição da natureza; e “Olhares da Paz”, onde pinta figuras icônicas que se destacaram na temática da paz e na produção artística, como Nelson Mandela, Anne Frank, Madre Teresa de Calcutá, Dalai Lama, Mahatma Gandhi, Martin Luther King, John Lennon, Malala Yousafzai, Maya Plisetskaya, Salvador Dali e Frida Kahlo.

Em meio ao caos urbano, buscou resgatar o patrimônio histórico que se perdeu. Em um contexto repleto de desigualdade social e injustiças, buscou se inspirar em personagens e cenas que servem de exemplo para um mundo melhor.

Hoje, os murais de Kobra, estão em cerca de 40 países e em diversas cidades e estados brasileiros – como “Etnias – Todos Somos Um”, no Rio de Janeiro, “Oscar Niemeyer”, em São Paulo; “The Times They Are A-Changin” (sobre Bob Dylan), em Minneapolis; “Let me be Myself” (sobre Anne Frank), em Amsterdã; “A Bailarina” (Maya Plisetskaia), em Moscou; “Fight For Street Art” Basquiat e Andy Warhol), em Nova York; e “David”, nas montanhas de Carrara. Em todos os trabalhos, o artista paulistano busca democratizar a arte e transformar as ruas, avenidas, estradas e até montanhas em galerias a céu aberto.  Inquieto, estudioso e autodidata, também faz pesquisas com materiais reciclados e novas tecnologias, como a pintura em 3D sobre pavimentos.

Cada vez mais conhecido, Kobra fica, é claro, orgulhoso quando vê uma multidão que observa um de seus murais, mas costuma dizer que o que o comove de verdade é descobrir alguém que para no meio da correria da cidade para observar, mesmo que por um minuto, os detalhes dessa obra.

Apesar dos murais monumentais, Eduardo Kobra faz sua arte para despertar a consciência e a sensibilidade de cada um de nós.  (Airton Gontow)

A seguir, uma síntese das linhas de trabalho de Eduardo Kobra

Muro das Memórias – projeto mais antigo e constante de Eduardo Kobra, que pinta São Paulo antiga. Há cerca de 40 trabalhos em São Paulo. Cria um contraste entre o antigo e o contemporâneo. Na av. 23 de maio, em seu maior trabalho, de mil metros quadrados, as pessoas passam em seus carros, como máquinas, a toda velocidade. O lado humano da avenida está justamente nos rostos pintados no muro. O artista desenvolve trabalhos do Muro das Memórias em outras cidades. Fez, por exemplo, lindas criações em Belém (PA), Rio de Janeiro e Santa Maria (RS), além de cidades em diversos países, como Estados Unidos, Suécia, França, Inglaterra, Rússia, Polônia, México, Japão, Emirados Árabes e Taiti.

3D – Kobra é pioneiro nesta arte. Surpreendeu São Paulo fazendo um carro em 3d na Praça do Patriarca. A obra tinha cerca de 30 metros de largura por oito de comprimento. De 98% das posições o espectador via uma mancha no chão. De dois por cento via um carro, “real”, na frente. Fez um Pelé na av. Paulista; um Michael Jackson no Rio de Janeiro (junto com o artista plástico Romero Brito); uma piscina no Rio (homenagem às Olimpíadas); monumentos de Brasília na Esplanada dos Ministérios e um canyon com elementos brasileiros e sul-africanos na Praça do Patriarca, em São Paulo, durante a Copa do Mundo de 2010. Ao total, fez cerca de 20 trabalhos em 3D no Brasil. Kobra participou de diversas edições do Sarasota Chalk Festival, maior evento de 3D do mundo (ler em trabalhos internacionais, ao final do release). Também participou de quatro edições do “Dubai Canvas at City Walk”, nos Emirados Árabes Unidos. Fará no segundo semestre de 2017 o primeiro “Chalk Festival Brasil’, no Memorial da América Latina, em São Paulo.

Galeria de Céu Aberto – O artista começou a colocar seus quadros em muros e outros espaços da cidade de São Paulo. Quer mostrar para as pessoas que a arte é acessível, que todos podem entrar em galerias. “Muita gente pensa que não gosta de arte simplesmente porque nunca entrou em museus e galerias”, afirma Eduardo Kobra que há pouco mais de quatro meses fez uma obra deste projeto em muro da Praça Panamericana.

Greenpincel – O projeto, que o artista desenvolve desde março de 2011, busca alertar e combater as agressões do homem aos animais e ao planeta como um todo. Kobra entregou vários murais para a cidade de São Paulo, dentro do projeto. Fez em julho um chocante mural de “boas-vindas”, chamado “Welcome to Amazônia”, na av. Rebouças, 167, com cerca de 7mX5m. O cenário mostra um ambiente arrasado. Pouco antes, concluiu o mural “CO2”, na rua Alvarenga, 2.400, com cerca de 10mX5m, também parte do seu projeto Greenpincel, iniciado com o mural “Navio Baleeiro” (obra crua e forte, baseada em uma cena da caça de uma baleia pelo navio Yushin Maru), realizado em março na rua Domingos de Morais, na Vila Mariana. No dia 26 de agosto, Kobra e outros artistas do Studio Kobra pintaram o mural “Sem Rodeios”, na av. Brigadeiro Faria Lima, depois de ficar chocado com as imagens nos jornais e sites do bezerro abatido pelo peão César Brosco durante a 56ª. Festa do Peão de Barretos. Em setembro, fez na rua Cayowa, em Perdizes, o mural “Mar da Vergonha”, onde critica o massacre de centenas de golfinhos no início de setembro, na pequena cidade de Taiji, na costa meridional da ilha japonesa de Honshu. Em outubro do ano passado fez o mural Alta Mira, onde critica a construção da usina, trabalho que atingiu grande repercussão de público e mídia. Segundo Kobra, o Greenpincel denuncia e combate artisticamente as várias formas de agressão do Homem à natureza. “Todas as tragédias naturais que têm acontecido em nosso planeta mostram que proteger os animais e a natureza como um todo é também uma forma de protegermos o ser humano. Particularmente, sou um apaixonado por plantas e animais. São temas que namoro há muito tempo e, por isso, decidi que já era hora de colocá-los também dentro do meu trabalho como artista”, diz. O Greenpincel marca uma nova etapa nas obras de rua do artista, que buscam basicamente preservar a memória e trazer beleza aos paulistanos, em meio à correria do dia-a-dia. “Gosto muito de resgatar a história e levar beleza às ruas das cidades, o que faço principalmente no projeto ‘Muro das Memórias’, mas há situações em que devemos denunciar, mostrando artisticamente as agressões feitas contra o nosso Planeta”, afirma.

Olhares da Paz – Série inspirada em personalidades importantes da história do Brasil, como o arquiteto Oscar Niemeyer e os compositores Chico Buarque e Adoniran Barbosa além de nomes que contribuíram a para paz, a liberdade, a arte e o humanismo, como Nelson Mandela, Martin Luther King Malala Yousafzai, Dalai Lama, Mahatma Gandhi, Madre Teresa de Calcutá e John Lennon.

Mosaicos –Usa aspectos coloridos e figuras geométricas sobrepostas nas cenas. Esta técnica dá profundidade e cor aos trabalhos. Alguns exemplos desta fase são os já citados murais “O Beijo está no Ar”, em Nova York; e o trabalho de agora em Moscou. Às vezes a técnica pode se mesclar a outros estilos ou linhas de trabalho do artista. A homenagem a Oscar Niemeyer pertence à fase Personalidades e também à fase Mosaicos.

Trabalhos Internacionais – Eduardo Kobra fez intervenções nos Estados Unidos, Rússia, França, Itália, Inglaterra, Suécia, Polônia, Japão, Taiti, Emirados Árabes, México e Grécia (muitos desses trabalhos estão destacados no release).

Mural “Let me be myself” (Deixe-me ser eu mesma)

O brasileiro Eduardo Kobra concretizou no passado, em Amsterdã, Holanda, um de seus maiores sonhos: entregou o mural “Let me be myself”, que pintou desde o 20 de setembro a 2 de outubro, sobre a menina Anne Frank, morta aos 15 anos em fevereiro de 1945 pela barbárie nazista no campo de extermínio de Bergen-Belsen. O mural de 240m² fica em NDSM-werf, na parede de um prédio em que será construído o maior museu de arte de rua de todo o mundo, na região norte de Amsterdã, na Holanda. “Sempre quis fazer um mural sobre Anne Frank. A sua triste história leva a uma profunda reflexão, já que a intolerância ainda persiste no mundo. Ao mesmo tempo, Anne inspira muitos jovens do mundo inteiro pela sua coragem e sabedoria. Apesar de tudo, ela nunca perdeu sua fé na humanidade e se manteve viva através da literatura para transmitir sua história e legado”, afirma Kobra, que acrescenta: “escolhi como título e tema do mural justamente uma de suas frases mais representativas e universais, que é ‘Deixe-me ser eu mesma’, fundamental em um mundo onde a identidade de cada um deveria ser respeitada”. Amanhã, 4 de outubro, Kobra voltará para o Brasil.

Anne Frank, menina judia alemã, que viveu grande parte de sua breve vida em Amsterdã, se tornou conhecida, após sua morte, depois da publicação de seu diário – “O Diário de Anne Frank” – que foi publicado em cerca de 60 países traduzido para 70 idiomas, com 30 milhões de exemplares vendidos e serviu de tema para inúmeros filmes e peças de teatro.

Para fazer o mural, Kobra, que viajou para a Holanda acompanhado por dois artistas do Studio Kobra, Agnaldo Brito e Marcos Rafael, utilizou 450 latas de spray e 35 litros de tinta acrílica.

Com o mural sobre Anne Frank, Eduardo Kobra mantém o foco nos temas que marcam suas obras nos últimos anos. Em uma das suas séries mais representativas, o artista destaca em murais feitos em diversos países personalidades icônicas que contribuíram para paz, a liberdade, a arte e o humanismo, como Nelson Mandela, Martin Luther King Malala Yousafzai, Dalai Lama, Mahatma Gandhi, Madre Teresa de Calcutá e John Lennon. Pouco antes dos Jogos Olímpicos deste ano, Kobra encantou o mundo ao fazer no Rio de Janeiro o belo e relevante mural “Etnias – Todos Somos Um”, monumental trabalho, com 2.646,34m², no Boulevard Olímpico, no Porto Maravilha, Rio de Janeiro. No mural, estão representados os cinco continentes: Ásia – Karen, da Tailândia; Oceania – tribo Hulis, da Papua Nova Guiné; América – os Tapajós, da região amazônica; Europa – tribo Chukchis, da Sibéria e África – os Mulsi, da Etiópia. A obra foi reconhecida pelo Guinness World Records como o maior mural grafitado do mundo.

“Sempre disse que esse seria o maior painel grafitado no mundo e que era o único recorde já garantido antes do início dos Jogos. Mas é claro que esse número – que estar no Guinness – só é importante para dar ainda mais visibilidade à obra. O importante é a mensagem! Infelizmente há no mundo uma intolerância cada vez maior, onde pessoas de diversos continentes, especialmente da Europa, rejeitam o imigrante ou o ‘diferente’. Espero que esse mural, dentro do espírito olímpico dos Jogos, tenha ajudado e continue a ajudar a lembrar que todos temos origens ‘semelhantes’, que todos somos diferentes mas iguais; que a diversidade é bela, mas que no fundo Todos Somos Um: a espécie humana”, diz o artista, que acrescenta: “esse mural, o ‘Deixe-me ser eu mesma’, também busca sensibilizar as pessoas para o humanismo e talvez despertar para que tenham uma atitude mais proativa diante dos problemas da humanidade. Fico emocionando quando vejo uma multidão observando meu trabalho, mas também é fantástico e emocionante quando vejo que uma única pessoa parou na correria do dia-a-dia para observar minha pintura e talvez tenha se tornado mais sensível ou até mais ativa como transformadora da sociedade”.

Mais sobre o mural “Etnias – Todos Somos Um”

Antes de Eduardo Kobra iniciar a pintura da obra “Todos Somos Um”, a equipe do artista passou um mês no Rio de Janeiro preparando a superfície, tapando os buracos e pintando o muro de branco. Depois, diariamente, das 8h às 19h, Kobra e equipe pintaram o muro com látex, esmalte e spray. Ao total, foram 70 dias de trabalho (25 de produção e 45 de pintura). Foram utilizados 1890 litros de tinta branca para a base e 2.800 latas de tinta spray. “Foi um desafio e um trabalho árduo, mas gratificante. Fiz e refiz os desenhos mais de dez vezes em meu atelier, até encontrar o que queria. Depois, durante a produção do mural, descansei apenas em alguns domingos, quando voltava para São Paulo para ver a minha esposa, Andressa e o, Pedro, nosso primeiro filho. Mas o resultado artístico e a reação que provocou e continua provocando nas pessoas faz tudo valer a pena”.

Mural ‘A Lenda do Brasil’

Kobra, inaugurou no dia 10 de novembro de 2015, na região da avenida Paulista, em São Paulo, um imenso mural de Ayrton Senna. O artista trabalhou, com sua equipe de artistas, diariamente durante cerca de um mês no local, das 8h às 19h, para que a obra estivesse pronta até dias antes do Grande Prêmio de Fórmula-1 de Interlagos. O mural “A Lenda do Brasil”, de 41 metros por 17,5 metros, fica na lateral inteira de um prédio na rua da Consolação, 2608 (esquina com a av. Paulista, em frente à Praça José Molina). Mostra, com cores vivas, o piloto de capacete e olhar expressivo. Para o trabalho, foram utilizados dois mil litros de tinta e 500 latas de spray. Senna é uma das grandes referências da vida de Eduardo Kobra. “Tinha há muitos anos o sonho de fazer um grande mural sobre esse exemplo de talento, determinação e superação”, afirma Kobra, que já pintou diversos murais sobre o tricampeão mundial de Fórmula 1 (nascido em 21 de março de 1960, em São Paulo, e que faleceu, ao bater violentamente nos muros da curva Tamburello, no GP de São Marino, em Imola, Itália, no dia 1º. de maio de 1994).

      “É certamente a pessoa que mais pintei em minha vida. Foram cerca de dez murais de pequeno e médio porte, além de uma tela. Embora eu não seja muito ligado aos esportes, Senna sempre foi um dos meus grandes ídolos. É para mim uma honra realizar agora um imenso mural em São Paulo sobre esse notável paulistano e brasileiro”, diz Kobra, que acrescenta: “Senna transformou o ato de dirigir carros de corrida em, além de um esporte, uma verdadeira arte, que encantava a todos. Esta minha arte é uma homenagem e também um agradecimento. Representa ainda, nesse momento tão difícil, uma inspiração para o povo brasileiro de que é sim possível acreditar que este pode ser um País vencedor”. Antes de realizar o mural, Kobra procurou pelo Instituto Ayrton Senna, que aprovou e apoiou o projeto.

Veja algumas das obras de Kobra no Brasil e no Exterior

 

Exterior:


1 - O Beijo, na High Line, em Nova York, EUA

2 – Arthur Rubinstein, em Lodz, na Polônia

3 – Artistas, em Wynwood, Miami, Flórida, EUA

4 – A Bailarina (Maya Plisetskaya), em Moscou, Rússia

5 – Malala, em Roma, Itália

6 – Olhar a Paz, em Los Angeles, Califórnia, EUA

7 – Sarasota Antiga, em Sarasota, Flórida, EUA

8 – Abraham Lincoln, em Lexington, Kentucky, EUA

9 – Fight for Street Art (releitura da cena clássica de Andy Warhol e Jean Michael Basquiat), em Williamsburg, Brooklyn, EUA

10 – Alfred Nobel, na cidade de Boras, Suécia

11 – MariArte, em San Miguel de Allende, México

12 – Ritmos do Brasil, em Tóquio, Japão

13 – O Beduíno, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos

14 – Mural ainda sem nome, Papeete, Taiti

15 – Bob Dylan, The Times They Are a-Changin. Minneapolis, Minnesota, EUA

16 – Hamlet, West Palm Beach, Florida, EUA

17 – Einstein vai à Praia, West Palm Beach, Flórida, EUA

18 – Give Peace a Chance, Wynwood, Miami, Flórida, EUA

19 – Stop Wars, Wynwood, Miami, Flórida, EUA

20 – The Fallen Angel (O Anjo Caído), Wynwood, Miami, Flórida, EUA

21 – Muddy Waters, Chicago, Illinois, EUA.

22 – Rio, Tóquio, Japão

23 – Armstrong (nome não definitivo), Cincinnati, Ohio, EUA

24 – Dante Alighieri, Ravenna, Itália

25 – Let me be myself, Amsterdã, Holanda

26 – Ziggy Stardust (sobre David Bowie), Jersey City, New Jersey, EUA.

27 – Sonho de um Menino, Dubai, Emirados Árabes Unidos.

28 – Mandela (ainda sem nome definitivo), em Blantyre, Malawi

29 – Desmond Tutu (ainda sem nome definitivo), em Blantyre, Malawi

28 – Dalí, em Múrcia, Espanha

29 – Davi, em Carrara, Itália

30 – Cacique Raoni (ainda em nome definitivo), em Lisboa, Portugal.


31 – Etnias – Todos Somos Um (talvez ainda receba um novo nome), em Sandefjord, Noruega.


32 – Família Monet (dois murais que conversam entre si), em Boulogne-sur-Mer (Bolonha-sobre-o-Mar), na França.


33 – Imagine, em Bristol, Inglaterra. 


34 – Gandhi – Todos Somos Um, Mumbai, Índia


Brasil 

1 – Oscar Niemeyer, Praça Oswaldo Cruz, av. Paulista, em São Paulo, São Paulo

2 – A Arte do Gol (projeto Muro das Memórias), av. Hélio Pellegrino com av. Santo Amaro, em São Paulo, São Paulo

3 – Belém Antigo, esquina da rua Castilhos França com a rua Portugal, em Belém, Pará

4 – Candango, no Complexo Bancário, em Brasília.

5 – Chico e Ariano, na avenida Pedroso de Morais, Pinheiros, em São Paulo, São Paulo.

6 – Novos Ventos, nos tanques da Linde Gases, na rodovia Cônego Domênico Rangoni, no trecho do sistema Anchieta-Imigrantes, que liga Cubatão a Guarujá, São Paulo.

– Mural da 23 de Maio (projeto Muro das Memórias), av. 23 de Maio (próximo ao viaduto Tutóia), em São Paulo, São Paulo.

8 – Murais do Parque do Ibirapuera, ao lado do MAM, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, São Paulo.

9 – Pensador, Senac Tatuapé, em São Paulo, São Paulo.

10 – Muro das Memórias Caixa d’água, Senac Santo Amaro, em São Paulo, São Paulo.

11 – AltaMira (projeto Greenpincel), rua Maria Antônia, São Paulo, São Paulo.

12 – Muro das Memórias, Senac Tiradentes, em São Paulo, São Paulo.

13 – Gonzagão, Recife, Pernambuco.

14 – Viver, Reviver e Ousar, Igreja do Calvário, em Pinheiros, São Paulo, São Paulo.

15 – Brasil!, muro da usina termelétrica de Macaé, Rio de Janeiro.

16 – Sem Rodeio (Projeto Greenpincel), av. Faria Lima, em São Paulo, São Paulo.

17 – Muro das Memórias Senac Tiradentes, av. Tiradentes, em São Paulo, São Paulo.

18 – Racionais MC’s, Capão Redondo, São Paulo, São Paulo

19 – Genial é Andar de Bike, Oscar Freire, São Paulo, São Paulo 

20 – A Lenda do Brasil, rua da Consolação, São Paulo


21 – Etnias – Todos Somos Um, Boulevard Olímpico, Porto Maravilha, Rio de Janeiro, RJ
22 – Sobre Bike e mobilidade (nome ainda indefinido), rua Tavares Cabral, 62, Pinheiros, São Paulo, São Paulo. 

23 – Mural do Chocolate (nome indefinido), km 35 da rod.Castelo Branco, em Itapevi, São Paulo.


24 – Mural sobre a literatura e cultura do Maranhão (nome indefinido), na av. dos Holandeses s/n, na Ponta da Areia, São Luís, Maranhão

Written By
Franz Lima

Escritor de contos de terror e thrillers psicológicos, desenhista e leitor ávido por livros e quadrinhos. Escrever é um constante ato de aprendizado. Escrevo também no www.apogeudoabismo.blogspot.com

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