E o que falar da Pequena Sereia?
Como uma boa criança Disney, cresci assistindo filmes das princesas, Cinderela, Aurora (Bela Adormecida), Bella (A Bella e a Fera), Mulan, Pocahontas, Anastácia, Tiana (Princesa e o Sapo), dentre tantas outras. Confesso que A Pequena Sereia não era uma das minha favoritas, Ariel era interessante, mas só conseguia tentar entender como é que alguém poderia ser metade peixe e metade humano.
Minha, por assim dizer, ignorância quanto aos encantos da história de A Pequena Sereia só foi ser derrubada anos depois, quando eu já tinha meus 23 anos (ano passado certo, ainda sou novinha kkk). Engraçado como a vida te põe em situações que te fazem re-visitar algumas coisas esquecidas, foi o que aconteceu comigo.
Não sei se todos sabem, mas eu sou bailarina, desde meus 13 anos eu danço frequentemente. Como eu também fiz faculdade, tive que me dedicar a estudar e não tinha nada a ver com arte (pelo menos na prática), então tive que parar em 2013. Quando já havia me formado e decidido estudar para concurso, aproveitei e entrei numa escola especializada em ballet. De primeiro era só uma atividade, que precisei fazer porque senti falta, não tinha a intenção de voltar aos palcos.
Mas não consegui resistir aos pedidos das minhas colegas, professores e aquele velho chamado do palco, quem já trabalhou com arte e subiu em um palco sabe do que eu estou falando. Como a escola é relativamente nova e suas maiores bailarinas são crianças, os melhores temas para espetáculo são os clássicos da Disney, o da vez foi “A Pequena Sereia”. Assim que soube procurei assistir o filme novamente, para poder me contextualizar.
Não consegui assistir antes dos ensaios começarem, o que foi bom em parte, porque eu pude ver a emoção que a história tinha para os organizadores do espetáculo, daí eu pude assistir o filme com um visão mais enfática em alguns momentos (escolhidos para estar no palco). Quando finalmente assisti o filme eu já sabia, pelos menos, duas músicas decoradas, já imaginando como seriam interpretadas dentro de alguns meses. Foi aí que eu consegui me emocionar com o filme e entender sua beleza.
O filme conta a história de Ariel, a filha mais nova entre as seis filhas de Tritão, o Rei dos Mares. Ela era uma jovem de 16 anos, sonhadora e tinha uma bela voz para o canto, mas preferia gastar seu tempo conhecendo os mistérios dos seres da terra, algo que seu pai proibia terminantemente. Mal sabia ele que sua filha já guardava uma enorme coleção de objetos pertencentes aos humanos, vindos de navios naufragados muitas vezes.
Em uma de seus passeios a superfície, Ariel avistou o príncipe Érick, que já estava em tempo de procurar uma moça para se casa (o que seu fiel servo não o deixava esquecer), mas preferia se dedicar a suas aventuras ao mar. Infelizmente este “encontro” termina em um terrível acidente, o navio de Érick é vítima de uma enorme tempestade, ele mesmo fica inconsciente e é salvo por Ariel, que foge assim que percebe que o príncipe retornava a consciência. Apaixonada, Ariel procura uma maneira de poder conhecer Érick de verdade, assim ela poderia provar ao seu pai que os seres da superfície são capazes de amar verdadeiramente. A única forma seria se transformar em humana por algum tempo, seu pai tem esse poder, mas ela sabia que não poderia recorrer a ele, logo recorre a Bruxa do Mar, Úrsula. Esta bruxa almeja por almas, é assim que sobrevive, ela quis algo mais de Ariel, sua bela e doce voz, que sede com a esperança de conhecer a superfície.
Agora Ariel teria um desafio ainda maior, fazer com que Érick se apaixonasse verdadeiramente por ela sem poder pronunciar uma única palavra. Úrsula tenta enganar o rapaz usando a voz roubada e adquirindo a aparência de uma linda moça, mas Ariel consegue evitar que isto acontecesse. A história é baseada no conto, de mesmo nome, do dinamarquês Hans Christian Andersen. No original as filhas de Tritão têm a permissão de conhecer a superfície quando completasse 15 anos, o que fazia a curiosidade da mais nova aumentar. Ela realmente se apaixonou por Érick e fez o acordo com a Bruxa do Mar, mas se não conseguisse o beijo de amor verdadeiro e o casamento com o príncipe ela se tornaria espuma do mar. Érick acaba se casando com outra moça, partindo o coração de Ariel, que agora deveria o matar ou teria um terrível destino, ela não consegue, se atira ao mar e, por recompensa de seu bom ato, torna-se espírito.
Em ambos os casos é possível ver algumas coisas interessante. É impossível você querer proteger alguém de algo quando aquilo é alvo de curiosidade, quanto mais você negar, mais o outro vai querer conhecer aquilo. Também mostra a importância da relação familiar, o rei Tritão não entendeu os anseios da sua filha, fazendo com que ela sofresse, mas depois percebeu, da forma mais difícil, o quanto aquilo era importante para ela e aceitou a realidade.
Recentemente vi uma notícia que haverá uma versão live-action do filme, ou seja, agora atores de carne e osso interpretarão esses personagens clássicos. Aí vem uma ansiedade por alguns motivos. Primeiro a história, algumas alterações lógicas podem e até devem ser feitas, como ocorreu com a versão live-action de outros clássicos, mas não deve fugir da moral principal, é o que faz a história ter sentido.
Em segundo lugar vem o elenco. Acredito que muitos de vocês, como eu, tem uma imaginação muito fértil, às vezes fico tentando imaginar quem interpretaria tal personagem em uma versão live-action, por isso o elenco deve ser bem escolhido, desde a aparência até a caracterização. Apesar de ainda nem ter data para começarem as gravações, já tem uma confirmação no elenco, a atriz Chloë Grace Moretz, o que me deixou muito feliz, porque ela é excelente, interpretou “Carrie” na mais nova versão de “Carrie, a estranha” (“Carrie” – 2013), trabalhou com Johnny Depp em “Dark Shadows” (2012), dentre de tantos outros trabalhos muito bem feitos. Ela sabe fazer tanto comédia, seja mais sóbria ou besteirol, até filmes mais sérios e dramáticos.
Enfim, morrendo de ansiedade de ver o elenco completo, aliais, de ver a obra completa no cinema. Espero ver as músicas também, porque são parte da emoção de toda a história, é impossível não imaginar a cena da pedra (aquela que vem uma onda atrás e o cabelo de Ariel continua arrumadíssimo) sem querer cantar aquela música!!!
E vocês? Ansiosos para mais uma live-action da Disney? Quais outros clássicos vocês gostariam de ver nesta versão? Conte tudo nos comentários!!! Até a próxima semana.
2 Comments
Primeira coluna que eu eu li e me senti conversando com a autora.
Parabéns pelo trabalho tão completo. Foi informativo e ao mesmo tempo interativo.
Estarei sempre com minha leitura aqui. ^^
Obrigada!!! Continue acompanhando viu, sempre bem vindo!