Crítica: Vida (2017) | O universo possui uma terrível ameaça à espreita. Não a subestime!
Life. Palavra tão pequena, mas de significado imensurável. Aliás, essas 4 letras estão presentes em inúmeros títulos/subtítulos de filmes e séries atuais, expressando o som agradável que se ouve ao dizê-las. Neste caso, o substantivo entrou em pauta de forma inusitada! Vida é o novo feito de Daniel Espinosa, mesmo diretor de Protegendo o Inimigo e que estreou essa semana em todos os cinemas brasileiros. Estrelado por Jake Gyllenhaal, Rebecca Ferguson e Ryan Reynolds, o longa é a nova aposta de horror da Sony Pictures Entertainment. Seria ele uma obra superestimada ou é simplesmente um dos melhores thrillers de ficção do ano? Fique comigo e saiba mais!
Na trama, acompanhamos a jornada de seis membros da tripulação da Estação Espacial Internacional, que está à beira de uma das descobertas mais importantes na história da humanidade: a primeira evidência de vida extraterrestre em Marte. Porém, conforme a equipe começa a conduzir a pesquisa, os seus métodos acabam tendo consequências inesperadas e a forma de vida encontrada por eles prova ser mais inteligente do que qualquer um esperava.
Primeiramente, sou suspeito em falar, porque além de curtir filmes onde o espaço sideral é pano de fundo, desde que me entendo por gente sou fascinado por enredos como este – estejam eles dentro da realidade ou não. Então do fracasso de Infectados até o sucesso de Gravidade por exemplo, independente de a ficção científica provar o quão intrigado fico por seus infinitos conceitos, advirto que já tive o desprazer de acompanhar longas que quiçá pudessem ser promissores, mas nem sempre obtiveram êxito nesse sentido. Ademais, de uns tempos pra cá, todos sabemos que em termos de qualidade de CGI, a mesma é essencial. Contudo, alguns internautas mais exigentes não gostam daquele efeito de computador exagerado ou artificial, o que de fato impede que eles levem o filme a sério, por assim dizer.
No entanto, o que ocorre em Vida baseia-se no seguinte: faça de tudo para alcançar seu objetivo (no caso em questão, encontrar a primeira evidência de vida em Marte), só não tente bancar o esperto e se divertir com tal descoberta, se não a sua “batata logo esquenta” e “o bicho pega”, ah, se pega. Tudo bem que quando uma situação sai do controle, no calor do momento, os figurantes devem recorrer ao seguimento do protocolo. Entretanto, e se a forma de vida encontrada demonstra ser mais inteligente do que qualquer um deles imaginasse? Isso mesmo, meus amigos: a grande sacada do diretor foi prestigiar a nós, telespectadores, com esse dilema: “bobeou, dançou”. Não convém analisar o ser extraterrestre (nomeado Calvin) como a raiz do problema, quando na verdade, o vacilo foi da tripulação, que desde o início da missão, sabiam dos riscos que correriam se tentassem trazer a criatura à Terra.
Quanto a isso, muitos poderão dizer que ele é superestimado. Conquanto, é relevante considerar que volta e meia são lançados filmes onde o hype pode estar nas alturas, que isso não será motivo pra que seu resultado seja tão bom como o esperado. Apesar de tudo, em minha visão, Vida não se aplica nesta categoria. Por fim, outro detalhe foi que o trailer soube esconder bem as surpresas, garantindo ao espectador o intenso foco a todo o momento, onde o clima pesado invade a maior parte das cenas. Somos fisgados para dentro da desafiadora concepção cujo desfecho que reserva é impressionante. Todavia, sempre háverá aqueles que detestam o gran finale. Acontece, paciência.
De forma geral, os aspectos que definem Vida são: um plot twist genial, onde a lógica do público é de certa maneira, testada; um roteiro que embora raso, é bem bolado – sim, possui as suas frases feitas, mas nada que atrapalhe demais; atuações cujas quais podem ser encaradas como superficiais. Por outro lado, a meu ver, Ryan Reynolds está plausível, Rebecca Ferguson esteve segura e Jake Gyllenhall foi perfeito. Pode-se dizer que o elenco inteiro mandou bem e cada um soube interpretar com relevância e maestria os seus personagens, nos mantendo concentrados do início ao fim. Com relação à trilha sonora, composta por Jon Ekstrand, ela é excepcional! São faixas que remetem exatamente ao clima pesado da trama. E não poderia deixar de citar que além do desenvolvimento bem conduzido, visualmente falando, o longa está impecável, uma vez que a fotografia é fantástica e o CGI, indubitavelmente espetacular. Temos efeitos especiais tão ricos e detalhistas que quase não piscamos os olhos em tais instantes.
Outrossim, é óbvio que quando o que mais importa em jogo é salvar a si mesmo, deve-se sobretudo, salvar a raça humana de ameaças. Entrando no campo do sacrifício, continuo levando em conta a questão do tema da sobrevivência, que era, é, e sempre será um aspecto que irá mexer comigo. Fico feliz que Vida tenha superado minhas expectativas! Indico com a maior sinceridade ao público em geral – exceto aos mais sensíveis, pois poderá ser um pouco desconfortável ao mesmos; fora isso, é uma ótima pedida aos amantes do gênero sci-fi. Ainda a despeito de ser conferido nas telonas ou em casa, em minha opinião, você, caro leitor, pode ver tranquilo neste feriado ou quando lhe convier. Creio que realmente fica a critério de cada um. De qualquer forma, eu não me arrependi de ter passado quase 2 horas de pura adrenalina! Portanto, concluo: não duvide da “vida” de Calvin. Recomendo fortemente!
Título Original: Life
Direção: Daniel Espinosa
Duração: 104 minutos
Nota:
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Confira o trailer: