Crítica: Uma Família de Dois (2016) | Porque ainda existem refilmagens boas nesse mundo!

A comédia Uma Família de Dois é mesmo uma joia do entretenimento francês. Estrelada por Omar Sy (do fantástico Intocáveis) e Clémence Poésy (Gossip Girl), o longa é um remake do mexicano Não Aceitamos Devoluções e chega em breve aos cinemas de todo o Brasil. Ao tratar não somente sobre laços familiares, ele retratou também uma importante lição de moral para com pais e mães que se veem diante das curvas da vida. No entanto, será que houve mais semelhanças ou alterações neste longa se comparado com a versão de 2013? E quanto à qualidade? Está na média ou o original é imbatível? Tivemos a chance de conferi-lo na cabine de imprensa, então fique conosco e saiba mais!

Na trama, Samuel (Omar Sy) nunca foi de ter muitas responsabilidades. Levando uma vida tranquila ao lado das pessoas que ama no litoral sul da França, ele vê tudo mudar com a chegada inesperada de uma bebê de poucos meses chamada Glória, sua filha. Incapaz de cuidar da criança, ele corre para Londres a fim de encontrar a mãe biológica, mas, sem sucesso, decide criá-la sozinho. Oito anos depois, quando Samuel e Glória se tornam inseparáveis, a mãe retorna para recuperar a menina. Primeiro de tudo, vale lembrar que nem só de ficção vive o cinema; de vez em quando ele é capaz de transportar as situações abordadas em suas histórias para dentro da nossa própria realidade. É justamente o que ocorre com ‘Demain Tout Commence’: a certeza de saber que existem muitos pais iguais a Samuel, mães idênticas a Laura e filhas como Glória espalhadas pelo mundo muda completamente a visão de quem o confere.

Do mesmo modo, esta versão francesa se sai tão bem quanto a original! Não é de hoje que o carisma de Omar Sy (‘Inferno’) é incrível, e tamanho talento se deve ao fato dele ter conquistado corações com sua atuação no sucesso francês ‘Intocáveis’. Sendo assim, ele torna o longa-metragem ainda mais valioso. Já Clémence Poésy (‘127 Horas’) está belíssima, sem comentários. Aliás, a despeito da reação inesperada que Samuel tem ao conhecer uma filha que nem sabia que tinha, a personagem de Kristin demora a reconhecer os erros cometidos há 8 anos atrás, carregando consigo o peso de culpa por não ter tido a oportunidade de adquirir uma ligação materna usual. E quanto à pequena Gloria Colston, ela até que conseguiu manter a compostura no papel da inocente filha, independente da atriz mirim do mexicano ter levado mais jeito na performance daquela época. Interessante notar que inclusive o ator Eugenio Derbez – que protagonizou a outra versão – é o roteirista do filme. Logo, com uma história é bem leve e sutil, houve uma inversão de papeis entre os personagens que os atores representam. Assistam o original primeiro e este em seguida; dessa forma, vocês saberão do que estou falando.

Ademais, quando vi o trailer, não imaginava que o mesmo se tratava de uma refilmagem; só quando a fita começou e os eventos foram se sucedendo que me veio à mente o outro filme (sim, a desatenção é um defeito meu). À vista disso, por mais que tanto igualdades quanto diferenças sempre serão alvo de críticas negativas por parte do público. Por fim, embora o final da outra versão tenha me emocionado mais, no fim das contas, este aqui não deixou de impressionar. Ressalto novamente a enorme simpatia demonstrada pelo protagonista em cena, onde ele realmente não decepciona! Portanto, recomendo-o especialmente pelo enredo e, por conseguinte, a quem aprecia uma bela comédia com pitadas de drama. Sério, o quão reflexiva é a mensagem por trás dele. Nossa, profunda!

Título Original: Demain Tout Commence
Direção: Hugo Gélin
Duração: 118 minutos
Nota:

Confira o trailer:

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