Crítica: Tom e Jerry – O Filme

Em 2020 a dupla de gato e rato mais popular da animação mundial completou 80 anos. Em setembro de 1940 Tom, o atrapalhado gato, e Jerry, o espertíssimo ratinho, começavam uma história de frenéticas perseguições regada a muitas quedas, explosões e homéricas pancadarias, sempre pontuada por uma empolgante trilha sonora. A eterna dicotomia gato e rato foi encarnada perfeitamente pela inquieta dupla. Nesses 80 anos de vida, espectadores pelo mundo inteiro se divertiram com os dois, mas muita gente também torceu o nariz pelo excesso de violência e non sense inseridos nas histórias, gerando inclusive uma paródia deles nos Simpsons, dessa vez como o impagável e ultraviolento, Comichão e Coçadinha. Mesmo cercado de polêmicas, Tom e Jerry sempre foi um sucesso e um imenso barato, e depois de anos de tentativas de projetos quase sempre engavetados, chega em 2021 aos cinemas Tom e Jerry – o Filme (Tom & Jerry, 2021), uma mistura de live action e animação dirigido por Tim Story.

O filme conta a história da ambiciosa Kayla, que consegue, através de um falso currículo, um emprego temporário num luxuoso hotel de Nova York onde ocorrerá um badalado casamento. Só que ela não contava que Jerry, o folgado rato, iria se ”hospedar” nesse mesmo hotel, o que poderia arruinar esse evento. Kayla resolve então contratar Tom, o gato que mais odeia Jerry na face da Terra, para expulsar o camundongo do hotel. Começa então o eterno jogo de gato e rato da dupla e, para desespero da jovem ambiciosa e da organização do hotel, as coisas parecem que só podem piorar.

Tim Story tem, entre outros, no seu currículo filmes como Táxi (2004), O Quarteto Fantástico (2005) e O Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado (2007), e resolve encarar a adaptação para o cinema de Tom e Jerry. Tim não decepciona, realmente não ousa muito, mas nos apresenta como produto final um filme extremamente satisfatório. Transporta para a cidade de Nova York a dupla Tom e Jerry e com um roteiro Sessão da Tarde anos 2000, com uma dose de humor, belas paisagens da cidade e um hotel glamouroso (o Royal Gate Hotel) como cenário, o filme agrada e diverte. Um dos méritos foi não inventar muito, a animação da dupla é a clássica de sempre e mesmo em uma época de muitas podas para não criar polêmicas, o roteiro não economizou na violência habitual dos desenhos da televisão. Vemos muitas pancadas, choques, quedas, destruição, correria e galos na cabeça. Mas o que chama atenção é que difere um pouco das atuais animações frenéticas de hoje em dia, o que deixa a película mais leve e acaba resgatando a aura dos desenhos animados clássicos. O filme lembra, em alguns momentos, o clássico Uma Cilada para Roger Rabbit (1988) e a mistura da animação com personagens reais é muito natural e sincronizada.

Na parte dos humanos quem faz a “Millennials” Kayla é Chloë Grace Moretz. A atriz está muito bem, interpreta com boa dose de humor a arrojada personagem e, por incrível que pareça, passa extrema naturalidade ao contracenar com a dupla animada. Michael Peña também está ótimo como Terrance, o disciplinado gerente do hotel que quase enlouquece, tanto com o casamento dos milionários noivos, quanto com as confusões do gato e do rato. Aliás, o filme também tem boas doses de humor, ironia e embarca um pouco no estilo non sense da animação, com belas piadas entrando na aura Tom e Jerry de ser. Participam do filme também o eterno inimigo de Tom, o gato Butch e sua gangue e o bravo, mas babão cachorro Spike.

Tom e Jerry – o Filme, com certeza não é nenhuma obra-prima da animação ou grande inovador de técnicas de live action, mas é um filme agradável, engraçado e sabe explorar bem as loucuras que eram os desenhos da dupla. Um filme bem humorado, com belas imagens e perfeito para os pais levarem os filhos para conhecer as alopradas perseguições do felino e do camundongo (ou irem sozinhos mesmo) tendo uma linda Nova York como cenário. Um filme leve e descompromissado feito especialmente para se divertir, e em tempos tão bicudos, não precisar pensar muito.

Sobre o filme: Uma das rivalidades mais amadas da história é reacendida quando Jerry se muda para o melhor hotel de Nova York na véspera do “casamento do século”, forçando a desesperada organizadora do evento a contratar Tom para se livrar do rato em Tom & Jerry: O Filme, do diretor Tim Story. A batalha de gato e rato que se segue ameaça destruir a carreira dela, o casamento e até o próprio hotel. Mas logo surge um problema ainda maior: um funcionário diabolicamente ambicioso conspira contra os três.

Uma combinação impressionante de animação clássica e live-action, a nova aventura de Tom e Jerry na telona abre novos caminhos para os personagens icônicos e os força a fazer o impensável… trabalhar juntos para salvar o dia.

Tom & Jerry: O Filme é estrelado por Chloë Grace Moretz (“Vizinhos 2”, “A Família Addams”), Michael Peña (“Cesar Chavez”, “Trapaça”, “Homem-Formiga”), Rob Delaney (“Deadpool 2“, “Velozes & Furiosos: Hobbs & Shaw”), Colin Jost (“Como Ser Solteira”, “Saturday Night Live”) e Ken Jeong (“Podres de Ricos”, “Se Beber, Não Case!”, “Transformers: O Lado Oculto da Lua”).

O filme é dirigido por Tim Story (“Quarteto Fantástico”, “Pense como Eles”, “Uma Turma do Barulho”) e produzido por Chris DeFaria (“Uma Aventura LEGO 2”, “Jogador Nº 1”, “Gravidade”).

O roteiro é escrito por Kevin Costello, baseado nos personagens criados por William Hanna e Joseph Barbera. Os produtores executivos são Tim Story, Adam Goodman, Steven Harding, Sam Register, Jesse Ehrman e Allison Abbate. A equipe de bastidores inclui o diretor de fotografia Alan Stewart, o designer de produção James Hambidge, o editor Peter S. Elliot e a figurinista Alison McCosh. A música é composta por Christopher Lennertz.

Uma apresentação da Warner Bros. Pictures e da Warner Animation Group, um filme de Tim Story, Tom & Jerry: O Filme será distribuído mundialmente pela Warner Bros. Pictures. e tem estreia nacional agendada para 18 de fevereiro, com sessões antecipadas a partir de 11 de fevereiro (consulte a programação dos cinemas).

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