Crítica: A Múmia (2017) | O início de uma saga promissora nos cinemas!

Reboots. Ah, o que seria de Hollywood sem eles, né? Não é de impressionar que, com o passar dos anos, inúmeras obras têm ganhado novas versões, cujo hype pode estar tanto nas alturas quanto lá em baixo. Contudo, independente do marketing, é baseado nisto que A Múmia se enquadra na segunda opção. O longa, dirigido por Alex Kurtzman e estrelado por Tom Cruise, acaba de estrear nos cinemas de todo o Brasil e já levanta a seguinte dúvida: será que de fato compensa encará-lo como um reboot ou não? Continue comigo e venha descobrir!

A história se passa na Mesopotâmia, séculos atrás, onde Ahmanet (Sofia Boutella) tem seus planos interrompidos justamente quando está prestes a invocar Set, o deus da morte, de forma que juntos possam governar o mundo.  Mumificada, ela é aprisionada dentro de uma tumba. Nos dias atuais, o local é descoberto acidentalmente por Nick Morton (Tom Cruise) e Chris Vail (Jake Johnson), saqueadores de artefatos antigos que estavam na região em busca de raridades. Ao lado da pesquisadora Jenny Halsey (Annabelle Wallis), eles investigam a tumba recém-descoberta e, por acidente, despertam Ahmanet. Ela logo elege Nick como seu escolhido e, a partir de então, busca a adaga de Set para que possa invocá-lo no corpo do saqueador.

Com divulgação relativamente alta, o longa me surpreendeu, e não é só porque sou fã da clássica franquia dos anos 2000 – cuja mesma declinou no terceiro, não somente pela mudança de atriz, como pela ideia geral em si -, mas porque sou aficionado por filmes de aventura; motivo pelo qual me levou a curtir ainda mais a proposta do diretor. Por outro lado, é inegável que ele provavelmente será motivo de chacota aos críticos mais exigentes, visto que naquela época, a série protagonizada por Brendan Fraser (que era ótimo na pele de Rick O’Connell) proporcionava um clima gostoso de ação, mistério e emoção, aspectos estes que muitos não verão juntos no novo ‘The Mummy’. Entretanto, do meu ponto de vista, o enredo foi bem realizado e, partindo de um roteiro mediano, não deixou pontas soltas. Além disso, por se tratar de um reboot, ele se preocupa em inserir na receita certas doses de humor, que volta e meia ocorrem, porém não funcionam.

Desde temas como desejo de vingança até sobrevivência, a obra inclusive não poupa esforços em utilizar elementos nefastos, que podem causar desconforto aos mais sensíveis. Dessa forma, em um ambiente onde criaturas sobrenaturais literalmente tocam o terror em Londres, o cineasta ressalta, também, que pouco importa se você encontra a solução para determinado problema. Caso não esteja disposto a enfrentar os difíceis sacrifícios necessários, a escuridão há de prevalecer.

Sobre o cast escalado, temos rostos um tanto conhecidos compondo a fita, a começar pelo sempre ótimo Tom Cruise, que interpreta Nick Morton. Aqui, o astro prova que depois de tanto tempo atuando (e conquistando os espectadores), ainda tem talento para o ofício (acreditem, ele tem 54 anos). Em seguida temos a bela Annabelle Wallis, que aos poucos vem ganhando espaço no cinema e aqui está segura em seu papel como a Jenny Halsey, após suas aparições no controverso ‘Come And Find Me’ e no ótimo ‘Campo Minado’. Contamos ainda com a presença da linda Sofia Boutella, encarnando a princesa Ahmanet, que ao ser morta injustamente, é enterrada nas profundezas do deserto do Oriente Médio (local magnífico, por sinal). O interessante é que desde a cena inicial, tudo é claramente explicado ao telespectador, onde percebemos que a sede por poder da infame múmia a levou a um caminho tenebroso e a forma como ela acidentalmente acaba despertando consigo deuses e monstros destinados a não deixar ninguém vivo. Ademais, o restante do elenco inclui o ator Courtney B. Vance (Capitão Greenway) e Jake Johnson como o Sargento Veil, que em minha opinião, teve o desempenho mais mediano da película. E não poderia deixar de citar o personagem de Russel Crowe, o Dr. Henry Jekyll – que aliás faz parte de um dos meus livros favoritos ‘The Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde’, de Robert Louis Stevenson. Apesar de às vezes carregar as mesmas expressões faciais que já estamos acostumados a ver, ele termina por atuar de maneira convincente, com o seu intérprete sofrendo a clássica transformação do lado do bem para o lado do mal!

Claro que levando em conta que o mesmo enredo é contado de outro jeito, muita gente vai odiar (pasmem, comentários negativos já chovem nas redes), assim como haverá o público que, ao vê-lo com outros olhos, reconhecerá a importância de desligar a mente quando for conferir. Afinal, realmente tem alguns poréns que o impedem de superar a clássica trilogia com Brendan Fraser (da qual sou fã devoto), mas no geral foi uma aventura épica, com boas atuações, trilha sonora bacana, efeitos especiais plausíveis e personagens que embora não tenham sido enquadrados da melhor forma na trama, estão na média para um longa de fantasia.  o final sem dúvidas só deixa claro que esta película é apenas o início de uma vasta saga de monstros da Dark Universe que o estúdio está preparando. Confira no cinema em 3D sabendo que a despeito de ser um reboot de quase 10 anos depois de termos ouvido o nome “A Múmia” nas telonas, ele é algo totalmente novo. Portanto, que os próximos venham a melhorar o que já está bom, trazendo cada vez mais um conteúdo de qualidade e, sobretudo, garantindo o interesse do público que aprecia obras de aventura fictícias. Muito bom, recomendo!

Título Original: The Mummy
Direção: Alex Kurtzman
Duração: 110 minutos
Nota:

Trailer abaixo:

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