Crítica: Monster Trucks (2017) | Uma aventura que diverte o público específico.
Monster Trucks é o mais novo projeto de Chris Wedge, diretor de A Era do Gelo e traz em seu elenco atores como Lucas Till, Jane Levy e Danny Glover. Com uma trama divertida, o filme é uma aventura com toques de comédia cujo público-alvo será na maioria jovens e crianças, o que não lhe proporciona grandes chances de agradar a todos os cinéfilos, salvo aqueles que escolherem não levar a sério tudo o que for mostrado na tela. Confira a crítica completa abaixo!
A trama acompanha Tripp (Lucas Till), estudante que vive na Dakota do Norte. Ele gasta seus dias trabalhando no ferro velho local – propriedade que pertence ao Sr. Weathers (Danny Glover) -, procurando priorizar o conserto do seu caminhão, bem como a melhora de suas notas e sonha em deixar sua pequena cidade natal. Depois que um acidente em um local de perfuração de petróleo libera três criaturas desconhecidas que viviam abaixo da superfície, o jovem encontra um deles no ferro velho e logo ambos criam um forte vínculo. Logo, Tripp percebe que o monstro – chamado por ele de Creech – se alimenta de petróleo e gosta de seu caminhão. Com algumas modificações, a criatura passa então a fazer o papel de “motor” do veículo, permitindo que Tripp conduza a estrada. Enquanto isso, o surgimento inusitado do ser também atrai o interesse de Reece Tenneson (Rob Lowe), proprietário da companhia petrolífera que está desesperada para obter acesso ao óleo contido no habitat de Creech. Tenneson planeja eliminar Creech e o resto de sua espécie, o que leva Tripp e sua amiga/ tutora de biologia Meredith (Jane Levy) em uma viagem para salvar seu novo amigo subterrâneo e levá-lo de volta para casa em segurança, impedindo o progresso de Tenneson e seus capangas gananciosos.
Sobre o elenco: primeiramente temos Till, ator pouco carismático que após as participações razoáveis em Lobos e O Quarto dos Esquecidos, não tem aqui a melhor interpretação de todas, mas não chega ao ponto de ser considerada a pior. Já Jane Levy, que impressionou ao encarnar atuações mais sérias em A Morte do Demônio (2013) e O Homem nas Trevas (2016), agora incorpora uma adolescente que tem sentimentos por Tripp, todavia os esconde o tempo todo, o que adiciona um pequeno romance na história. Quanto aos atores secundários como Thomas Lennon (A Odd Couple), Amy Ryan (Ponte dos Espiões) e Barry Pepper (O Cavaleiro Solitário), cada um dos seus personagens tem a relevância necessária no contexto geral. E não poderia deixar de citar o velho Danny Glover, que pelo menos está convincente e também se torna o alívio cômico ao longo da projeção.
Filmado em meados de 2014, ele percorreu uma longa e sinuosa jornada para chegar às telas, passando por várias mudanças na data de lançamento nos últimos anos. Agora que finalmente chegou aos cinemas, a esperança é de que a película possa ser um filme divertido pra ser com a família e anime os brasileiros. Nesse quesito, a equipe está parcialmente bem sucedida. A obra é uma aventura com toques de comédia que agrada uma plateia específica, entretanto seria um milagre se ele fosse mais longe e atingisse um público além do que está destinado. O roteiro, escrito por Derek Connolly (Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros), é bem simples e possui certos clichês, no entanto depende fortemente da fórmula de ficção, o que impõe uma técnica diferente com relação ao padrão de melhor amigo do homem (cão e ser humano, por exemplo). Enquanto Wedge faz um trabalho sólido de gerenciar uma premissa deveras incomum (afinal não é todo dia que se vêem monstros controlando caminhões por dentro da suspensão), a execução é um caso à parte. Entre os pontos positivos estão a relação entre Creech e Tripp, que rende momentos emocionantes e é a base central do enredo. Sua dinâmica pode não ser tão forte como títulos semelhantes, mas alguns espectadores ainda podem curtir o tema da amizade e da confiança abordado. Já O CGI de Creech faz dele uma presença adorável e ele realmente se dedica ao público com seu entusiasmo desenfreado e palhaçadas. As crianças, em particular, vão amar o bicho, pois é o que mais diverte no decorrer da fita.
Ademais, a duração está em torno de 1 hora de 45 minutos (dentro da média), que na real você nem vê passar, além da agradável trilha sonora comandada por David Sardy (o mesmo de Zumbilândia). Agora, em se tratando da mensagem transmitida, existe ainda um conceito que lembra o clássico E.T. – Extraterrestre, porém a única diferença é que aqui o diretor utiliza uma criatura subterrânea ao invés de uma terrestre. Portanto, aconchegue-se na poltrona e desligue seu cérebro ao conferi-lo, pois valerá mais a pena. Apesar das poucas chances de ser lembrado daqui a alguns anos, Monster Trucks prova ser aquele típico filme pipoca que nada mais é do que um entretenimento genérico, porém ao menos, divertido!
Título Original: Monster Trucks
Direção: Chris Wedge
Duração: 105 minutos
Nota:
Confira o trailer adiante: