Crítica | Ghostbusters: Mais Além

Estamos há um tempo vivendo uma era ou duas de remakes, reboots, easter-eggs e homenagens diversas. E claro, isso tem seu lado positivo e negativo.

Trazer o sentimento de um passado onde a tecnologia estava caminhando em passos lentos, onde usávamos fichas para telefonar e telefone em casa era artigo de luxo, de quando precisávamos soprar cartuchos para jogar vídeo game, ir até uma locadora para acompanharmos lançamentos e as discussões sobre filmes muitas vezes dependiam do privilégio que as pessoas tinham de ter acesso e dependíamos principalmente da Sessão da Tarde e Cinema em Casa. Isso por muitas vezes é maravilhoso e não me deixa ser 100% contra a remakes.

Uma nova geração merece conhecer aquilo que se tornou clássico para nós mais velhos, principalmente porque toda a arte se renova e mais do que isso é justo entender que alguns filmes envelhecem mal pelo dinamismo que vivemos hoje e a forma que as produções são feitas. Veja, isso não é uma crítica ruim.
Cito como exemplo a segunda trilogia do StarWars que pode não ter funcionado muito bem exatamente por estar numa mudança de ritmo de gerações e respirou muito da fórmula da trilogia original (mas claro, isso é apenas a minha opinião).

Agora voltando ao ponto desse texto. Ghostbusters marcou diversas pessoas que paravam suas tardes e às vezes noites para acompanhar esse grupo de caça-fantasmas que arrumavam muitas confusões e que quando eu envelheci, não tive mais vontade de revisitar, porque do pouco que me lembrava era de um filme bobo e que fique claro que não é de forma perjorativa que digo isso. Boa parte dos filmes nessa época eram assim, encolhiam crianças, caçavam fantasmas, paravam o tempo, falavam com máquinas que realizavam pedidos. Eram temáticas de um imaginário infantil, mas que ao olharmos profundamente, algumas vezes nem tanto, encontrávamos que essa era apenas uma casca para o verdadeiro sentido de muitos desses filmes. Olhando bem, muitos deles definiram caráter.

Ghostsbuster: Mais além veio para mostrar que as vezes nossas memórias afetivas falham e que podem retornar ao vermos diversos easter eggs que passam durante o filme. São pequenos momentos que tornam esse filme emotivo e nos mostram como o tempo passou, mas o mais importante é que ele entrega sem precisar forçar tanto no fan service. Volto a dizer, defendo remakes para dar uma nova cara para o que era difícil de ser produzido em determinada época, e defendo reboots quando não destroem uma essência central e dão continuidade de forma a não ofender a nossa criança interior como neste caso.

É mais um daqueles filmes bobos, mas que a gente guarda com carinho por nos fazer sorrir e se faz sempre necessário naquele momento de nossas vidas que precisamos de uma ideia simples e gostosa de assistir.

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