Crítica: Furiosa – Uma Saga Mad Max | Uma desacelerada na ação e um start na história

Quase dez anos após Mad Max – Estrada da Fúria, Furiosa (Charlize Teron), uma das personagens principais ganhou a sua versão da história. Afinal de contas, para quem assistiu apenas o Mad Max de 2015, muitas dúvidas ficam no ar, como: como ela foi parar na Cidadela, porque ela não se tornou uma das esposas de Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne) e como tudo aquilo começou. 

Agora, em Furiosa – Uma Saga Mad Max vamos conhecer as origens de Furiosa e o que a impulsiona. Quando ainda era criança, Furiosa (Alyla Brown), vivia com sua mãe Mary (Charlee Fraser) em uma região que ainda tinha recursos, como vegetação e água, até a ocasião em que é raptada por motoqueiros que fazem parte do bando de Dementus (Chris Hemsworth). 

Dementus é um líder saqueador, desordeiro e completamente impiedoso. Quando Furiosa chega até ele, logo ele nota que ela vem de algum lugar que permitiu que ela crescesse bem e saudável, mas ela não diz, assim como a mãe dela também não. Ela vê a mãe ser sacrificada, mas não revela o lugar de onde veio. Furiosa passa a ser uma espécie de Mascote de Dementus.  

Com o passar do tempo e a escassez de recursos, Dementus segue com o seu bando em busca de lugares que exista algum recurso que seja. Até a ocasião em que seu caminho cruza com um dos milhares de filhos de Immortan Joe, ele então revela que de onde ele vem tem tudo, seja água, alimentos, gasolina, munição, literalmente tudo que se precisa para sobreviver em um mundo pós-apocalíptico.  

Dementus, Furiosa e todos os motoqueiros chegam até os portões de Cidadela. Ele acha que é um grande tirano pelo poder que exerce sobre os seus seguidores, mas ele vai conhecer outro mais tenebroso que ele: Immortan Joe (Lachy Hulme). 

Começa uma guerra entre os motoqueiros e o povo de Cidadela, depois de dominar a Vila da Gasolina e usando Furiosa como moeda de troca no acordo, Dementus entrega a menina a Immortan Joe e passa a viver desse acordo em Vila da Gasolina. O tempo se passa, Furiosa cresce entre os operários e aprende tudo da engrenagem de cidadela e dessa forma se safa de ser uma das esposas de velhaco.  

Confira o Trailer de “Furiosa: Uma Saga Mad Max”

 Uma escalação de elenco que entrou em sintonia e deu o tom certo

Já na fase jovem, entra em cena Anya Taylor- Joy como: Furiosa. Ela como sempre dá um show com sua interpretação. Pois, ela já precisa encarar a dureza da vida em Cidadela, se passando por um dos operários, fingindo-se de muda a fim de dificultar que descubram sua verdadeira identidade. Resiliência é uma coisa que parece combinar com a atriz, pois é uma característica forte nela, ela transmite muito bem esse estado de espírito de quem espera pacientemente o momento certo de agir. 

Por outro lado, temos Chris Hemsworth como Dementus, que aqui é o grande vilão da vez, mas resolveram fazer dele uma piada, mesmo com toda a frieza ele tem uma veia cômica. Algo que parece estar atrelado ao ator também, pois já era possível ver o Chris dessa forma em Thor, principalmente, Thor: Amor e Trovão (2022) que chegou a ser considerado um fíasco tamanho eram o número de piadas. Porém, como Dementus o humor fica mais nas trapalhadas do vilão e na covardia. 

A escalação dos dois foi muito certeira, pois ficou muito funcional e sob medida. A forma como o roteiro se desenrola, ela de um lado se preparando para se vingar e fazer justiça e, ele por outro lado, querendo ser cada vez mais poderoso quando o caminho dos dois se cruzam novamente é no momento certo. 

George Miller agracia mais uma vez os fãs da franquia Mad Max

Falando em roteiro, que roteiro amarrado e agradável de se ver George Miller entrega a mesma energia dos seus outros filmes, mas evidenciando e fortalecendo mais o papel das mulheres através desse prelúdio. Seja na própria Furiosa, na mãe dela, até mesmo Dementus tem uma mulher que luta ao seu lado que é mais brava que muitos homens. 

Furiosa atende as expectativas, está, mais ou menos, no mesmo nível que Mad Max – Estrada da Fúria com o diferencial que traz mais história, enquanto que seu sucessor foca mais na ação.   Estrada da Fúria foi um enorme sucesso devido aos recursos usados, técnicas inovadoras em um projeto e ideia que já tinha dado muito certo no passado com a trilogia dos anos 80. 

Nota: 4/5

 

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