Crítica – Eu sou Celine Dion: a fragilidade não supera a força de vontade
Celine Dion é uma cantora canadense cujo sucesso é incontestável. lDona de uma voz poderosa e bela, ela acumulou incontáveis prêmios ao longo da carreira, assim como tem uma verdadeira legião de fãs.
Por sua carreira e sucessos, a cantora ascendeu socialmente e chegou a um patamar de conforto e riqueza suficientes para dar amparo à família e todos os que estão vinculados a ela.
Mas não estamos falando sobre uma pessoa fictícia. Celine é uma mulher cuja vida está sujeita a tudo que qualquer outra pessoa possa passar, mesmo sendo uma celebridade e rica.
Diante dessa fragilidade (comum a todos), ela chegou a um ponto inimaginável de suas vida e carreira: ela foi atingida por uma doença rara que, infelizmente, reduziu drasticamente sua capacidade de cantar. A doença se chama “Síndrome da pessoa rígida”.
Alguns dos leitores podem pensar: “Bem, mesmo diante da impossibilidade de cantar, ela ainda tem a família, a fama e a riqueza”. Em suma, muitos podem acreditar que essa síndrome não é motivo para desespero, porém o documentário “Eu sou Celine Dion“, disponível no Prime Video, mostrará exatamente o contrário. Há muitas nuances e problemas por trás dessa doença, coisas que atingem Celine com a força de um trem descontrolado.
Condutora da minha vida…
Com a frase acima, Celine Dion expressa o tamanho da perda pela qual está passando. Por meio de sua voz, a cantora galgou todos os degraus possíveis na carreira. Ganhou o Oscar, o Grammy, arrebatou milhões e milhões de espectadores pelo globo. É reconhecida mundialmente e tem seu talento reconhecido através de incontáveis programas, especiais e outras formas de mídia ao redor do mundo.
Esperança.
Mesmo frente a uma batalha tão brutal, Celine se mostra uma mulher de fibra, persistente e determinada. Durante todo o documentário nós acompanhamos os altos e baixos de uma recente fase de sua vida. É doloroso vê-la sofrer com a incapacidade de cantar, mas é ainda pior essa dor quando a vemos sofrer com as crises provocadas pela síndrome. Há cenas em que seu sofrimento é palpável.
Entretanto, graças a Deus, o futuro não é tão ruim quanto aparenta. Fruto de uma equipe competente de profissionais da área de saúde, de um staff que realmente a respeita e ama e, obviamente, apoiada por sua família e amigos, Celine voltou recentemente a demonstrar todo o potencial de sua voz, desta vez na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos na França.
Fiquei na dúvida sobre a canção ser uma gravação (dublagem de si mesma), mas o fato mais importante é que, mesmo em estúdio, ela conseguiu voltar a alcançar os tons que a consagraram. Além disso, devemos observar que essa superexposição poderia despertar nela um estado de nervosismo que, em condições extremas, despertaria todos os traumas que travariam seu corpo, algo que – felizmente – não ocorreu. Essas suposições são fruto daquilo que foi mostrado ao longo de todo o documentário do Prime, além do fato acerca da impossibilidade de cura da síndrome.
Playback ou não, o fato é que a gigantesca legião de fãs de Celine Dion pode voltar a nutrir a esperança de ver a cantora de volta aos palcos. Confesso que foi maravilhoso tê-la de novo no lugar em que aprendemos a amá-la, usando toda a potência de sua voz inconfundível.
Abaixo, deixo o trecho da apresentação da cantora nas Olimpíadas: