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Crítica: Emoji – O Filme (2017) | Uma ideia interessante, divertida e objetiva. Não há o que temer!

Crítica: Emoji – O Filme (2017) | Uma ideia interessante, divertida e objetiva. Não há o que temer!
  • Publicado em: agosto 30, 2017

Desde que o cinema foi criado, a existência dos desenhos tem sofrido altos e baixos. Com animações que volta e meia provam ser melhores do que parecem, todo cinéfilo às vezes se surpreende com o conteúdo que alguns estúdios apresentam em seus trabalhos. Exemplos célebres são Procurando Nemo, Up – Altas Aventuras, Meu Malvado Favorito, A Era do Gelo e Divertida Mente. E eis que em pleno fim de Agosto (de Deus) de 2017, nos é entregue uma surpresa que, pra variar, já chega dividindo opiniões: Emoji – O Filme. O longa, dirigido por Tony Leondis, conta com as vozes de Anna Faris, Patrick Stewart e Christina Aguilera e estreia amanhã em circuito brasileiro. Está preparado para uma visão cuja opinião é contrária ao boicote descarregado sobre o coitado do desenho? Então chegue mais e tenha uma boa leitura!

A trama se passa em Textopolis, a cidade onde os Emojis favoritos dos usuários de smartphones vivem e trabalham. Lá, todos eles vivem em função de um sonho: serem usados nos textos dos humanos. Todos estão acostumados a ter somente uma expressão facial – com exceção de Gene, que nasceu com um bug em seu sistema, que o permite trocar de rosto através de um filtro especial. Determinado a se tornar um emoji normal como todos os outros, eles vai encarar uma jornada fantástica através dos aplicativos de celulares mais populares desta geração, e no meio do caminho, claro, fazer novos amigos.

Primeiramente, creio que estamos diante de mais uma animação que não cativará apenas a plateia infantil, pois o filme não é cansativo, e apesar da história não ter sido 100% original (sim, ele lembra um pouco Detona Ralph, ainda que estes sejam de estúdios distintos), isso não quer dizer que não valha a pena curtir a experiência nas telonas. O roteiro é conveniente, e ao contrário do que muitos andam dizendo – de que o enredo é enxoto e não decola, porque os personagens são chatos –, a história não é pífia coisa nenhuma, e o filme há de ser melhor apreciado por quem assim o ver com outros olhos. Sendo assim, não temos aqui um desenho bobo, que chegue ao extremo de ser tosco. Muito pelo contrário, semelhante a obras como Divertida Mente e Hotel Transilvânia (cujo curta Puppy que antecede o início da fita é ótimo), a película se aproveita de um dilema deveras conhecido: se aproximar cada vez mais da nossa realidade.

Por conseguinte, não é à toa que os desenhos da Sony Pictures Animation (bem como os da Disney Pixar) têm avançado neste sentido, o que só indica o quão perto eles estão de atingir de fato o patamar do realismo a cada projeto anual elaborado. Do mesmo modo, o clima é embalado por uma trilha sonora maravilhosa, fazendo com que a animação pouco peque no que diz respeito à diversão, afinal, não estamos falando de feitos fracos, como por exemplo Festa da Salsicha (este é absurdo de vergonhoso) e O Reino Gelado. Aliás, pra complementar este aspecto, ouvimos a seguinte frase ser citada: “do que adianta seguir objetivos, se não vai ter amigos?”. Em meio a momentos engraçados, com poucas piadas tolas funcionando fora do tom, o que o telespectador mais absorve ao longo de sua 1 hora e meia é a utilização do humor de cunho moderno, que se aplica justamente aos tempos de hoje. Sem mencionar ainda a relevante lição de moral sobre temas como amizade, família, confiança e autoestima, baseada no conceito de que ser você é mesmo é tudo que importa nesse mundo.

Desta forma, o detalhe de cada um dos emojis expressar funções específicas é crucial para o que estamos falando (vide a cômica dança do “Emoji Pop”. Em outras palavras, o protagonista em questão se decepciona consigo mesmo ao perceber que possui várias emoções diferentes, mas com o tempo aprende a não se envergonhar disso, pois se ele pensa que o seu bug é uma falha decepcionante, tudo bem, pode até ser. Contudo, isso não é motivo pra se isolar, temendo que os outros o critiquem ou até o desprezem. Para tal situação, é preciso dar a volta por cima, seja sozinho ou acompanhado de novas amizades, sem medo de errar e/ou ficar insatisfeito com resultados posteriores. Deduzamos uma situação: imagine que você, caro leitor, está olhando para a tela do celular, até que a sua criança interior (sim, todos nós temos esse lado mais descontraído) resolve mandar uma mensagem no WhatsApp pra alguém usando aquele Emoji que, até então, era insignificante, mas depois reclama de ter mandado o emoticon errado. Quem nunca, né? 🙂

Em contrapartida, não pense que só porque ele há de encantar tanto adultos quanto crianças, ele também vá conquistar o coração de qualquer internauta, pois a ideia abordada é enfatizada em cima do público teen, da geração moderna, que está conectada 24 horas por dia e depende do celular pra praticamente tudo. Vale, por fim, ressaltar que, por enquanto, a nota no IMDB está 2,0/10. De primeira, isso parece espantoso. No entanto, diria que basta apenas algumas semanas até o jogo virar de lado, mesmo porque o polêmico Quatro Vidas de um Cachorro também começou assim, avaliado em 2/10, e hoje se encontra com 6,8/10. Inusitado? Por que o mesmo não poderia acontecer com The Emoji Movie? Não obstante, dizem que o que falta em Hollywood atualmente é criatividade. Concordo plenamente, mas fazer o que? Um aspecto inevitável é que novos longas continuarão saindo do papel e sendo lançados anualmente, ligue o público ou não; paciência.

Logo, sejamos sinceros: no sentido que envolve o tema da alienação, como num vício qualquer, o apego que muitos de nós adquirimos para com os aparelhos eletrônicos é tanto, que na muitas vezes nos enrolamos pra cumprir com os deveres da vida real, voltando nossos olhos para esses apps atrativos ou anseios da mente que no fim das contas são pura ilusão. Estou errado? Pois então, quantas vezes você já se pegou por horas com o foco lançado totalmente sobre o seu telefone? A menos que você consiga equilibrar a sua vida real com a virtual, te garanto que, pelo menos, uma vez sequer. Portanto, creio que Emoji – O Filme é realmente uma animação feita para amar ou odiar. No meu caso, fico com a 1ª opção, até por uma questão de bom senso. E quanto a você? Qual das opções decide escolher? Tenha uma boa sessão e expresse-se!

(Obs.: ponto positivo para a dublagem fantástica, acertaram!)

Título Original: The Emoji Movie
Direção: Tony Leondis
Duração: 86 minutos
Nota:

Confira o trailer:

Written By
Eduardo Ben Lima

Me considero alguém diferente. Claro que certas condições se aplicam a todos, mas existem exceções. Mas em suma, um jovem escorpiano que adora o mundo do Cinema, ama ler, meditar de vez em quando, e aprendeu Inglês praticamente com filmes e séries, devido à forte admiração que possui por ambos. Curto todos os gêneros, porém tenho um carinho em particular com ficções, aventuras e suspenses.

2 Comments

  • […] A trama se passa em Textopolis, a cidade onde os Emojis favoritos dos usuários de smartphones vivem e trabalham. Lá, todos eles vivem em função de um sonho: serem usados nos textos dos humanos. Todos estão acostumados a ter somente uma expressão facial – com exceção de Gene, que nasceu com um bug em seu sistema, que o permite trocar de rosto através de um filtro especial. Determinado a se tornar um emoji normal como todos os outros, eles vai encarar uma jornada fantástica através dos aplicativos de celulares mais populares desta geração, e no meio do caminho, claro…Continua a leitura […]

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    I made a fool of myself.

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