O que é preciso para mudarmos de vida? O novo filme do diretor Jean-Marc Vallée faz você refletir em analogias que te levam a descobrir semelhanças entre uma pessoa tão próxima que você nunca deu valor, que seria você mesmo. “O coração é como se fosse um motor de carro, basta você desmontar, olhar com calma e colocar as coisas no lugar”. Colocar tudo de volta e se possível “consertar”, melhorar ou refazer a sua vida, no trabalho, na família, com pessoas próximas, até com uma árvore caída, uma máquina de snack que não deixou seu doce ou salgadinho cair. Vamos ficar de braços cruzados? Ou correr atrás de algo melhor, ou alguém que lhe de valor, a atenção que você mereça ou quando você poderá dar atenção alguém que mereça a sua atenção.
São palavras pesadas, que magoam e ferem sem deixar cicatrizes. A vida é feita de mudanças e transposições, o fato de deixar as coisas para outro dia ou simplesmente fingir que esqueceu para não ser resolvida, tirar um problema de um lugar e “guardar” em outro lugar, e assim surgi um novo problema. No filme conta a história de Davis Mitchell (Jake Gyllenhaal), um investidor que perde a esposa em um trágico acidente de carro. A esposa Julia (Heather Lind), deixou de lado uma discussão com sua mãe, que talvez seria resolvido no jantar de domingo, “será que era por causa de toalhas de banho que sua mãe comprou e ela não gostou”? Refaça esta pergunta para você mesmo metaforicamente, e troque uma ou outra palavra. Será que vale a pena continuar sendo infeliz no atual emprego? Será que não estou perdendo tempo da minha vida fingindo ser uma pessoa, e por ter medo de represálias por demonstrar quem eu sou verdadeiramente? Infelizmente a resposta da briga entre a mãe e filha durante o filme, é dada somente no final.
O filme tem o roteiro de Bryan Sipe, que faz farias metáforas durante o enredo do longa. A direção é de Jean-Marc Vallée, diretor de excelentes filmes indicados ao Oscar Clube de Compras Dallas (2013), que levou dois Oscars de melhor ator para Matthew McConaughey e coadjuvante para Jared Leto, o belíssimo filme Livre (2014), que rendeu indicações ao Oscar para Reese Witherspoon e Laura Dern. Vallée vem querendo provar para aqueles que não conhecem seu trabalho, que em cada filme tem uma demolição é uma reconstrução para aqueles que duvidam de seu potencial, um diretor que até o momento não errou, só fez filmes belos, alguns cuts.
Jake Gyllenhaal é um ator espetacular, ele brilha no filme e não tem que provar nada, é incrível quando um ator compreende o que ele deve fazer naquele momento, em determinada cena ou filme, porem o diretor Jean-Marc Vallée costuma ter protagonistas fortes, com uma carga dramática pesada, e isto não acontece em Demolition, não pelo ator, talvez por pequenos erros no roteiro.
Naomi Watts (Karen Moreno), a responsável pelo SAC se comove e acaba se envolvendo com Davis, após receber as cartas de reclamações, devido M&M de Devis ficar preço na máquina de snack. Ela procura que sua vida seja demolida para ser reconstruída, mas nem ela sabe o que ela quer, ela não está apaixonada pelo atual namorado e muito menos tentar mudar a situação de seu namoro, ela tem medo de magoá-lo e demolir a vida dele. Karen tem um filho lindo, um garoto de 15 anos que aparenta ter 12, com mentalidade de adulto, vivido pelo ator Judah Lewis. Devis acaba se envolvendo não só com Karen, mas também com seu filho sendo um mentor.
Em qual determinado momento da sua vida, você andou para frente enquanto o resto do mundo andou para trás? Pareço está fora do contexto? Davis me explicou, compreendi que em determinados momentos da vida fico triste e outra pessoa feliz, fico feliz e outra pessoa triste, são coisas da vida que nos leva a tomar algumas decisões, basta saber se você está fazendo da maneira correta. E por que não ajudar ao próximo sem ter que receber por isto, por que não ajudar a reconstruir demolindo o que deixa a outra pessoa triste, algo que ela deixou de lado para uma mariposa gigante morder seu coração e que deixará marcas que vai lhe infernizar ao longo da sua vida. Às vezes demolimos para sermos reconstruído, ou reconstruímos para sermos demolidos, quando perdemos alguém é nossa vida que está sendo demolida para ser reconstruída e quando deixamos alguém, é nossa vida sendo reconstruída e a dela sendo demolida. Cuidado você pode estar demolindo alguma coisa neste momento.
Minha conclusão, o filme tem seus erros e seus acertos, talvez por detalhes no roteiro e por algumas cenas clichê, mas falo deste filme com muito carinho, qualquer filme que me faça refletir e pensar fora da caixa, vale apena assistir e comentar. Com este filme tive a noção real e a lucidez que precisamos disso para nossas vidas, uma metáfora triste por um lado, abrir mão de coisas boas para ser feliz, ou ser infeliz para fazer a felicidades dos outros. Às vezes falamos palavrões demais que acaba sendo ofensivo, mas se souber usá-lo da maneira certa e corretamente, o palavrão acaba sendo uma “puta” metáfora que fará sentido. E quem não tem mariposas gigantes que morderam seu coração e deixou marcas, marcas do passado, feridas, situações ou coisas que te demoliram e você deixou de canto e não quis resolver, porém sempre que ajudamos os outros esquecemos de nós mesmo, e isto é foda!
4 Comments
Você disse bem: “Pensar fora da caixa”, todos nós precisamos disso, nem que seja de vez em quando.
Pensar fora da caixa é sempre bom, acho que todos consegue se identificar com este filme!
Interessante artigo, obrigado pela revisão. Eu acho que filmes de Jake Gyllenhaaal, Demolition é apenas onde ele apresenta um grande personagem, o seu desempenho parece impecável, ações de crédito com Naomi Watts e Chris Cooper. A história parece muito bom, quando você não tem a única solução é demolir para construir novamente. Sem dúvida um grande drama com a história, bons atores e do diretor de compradores Dallay Club.
Olá Scarlat, Jake é excelente ator!