Crítica: Coisas do Amor (2023)| Comédia romântica alemã quase sem romance

Escrito e dirigido por Anika Decker, Coisas do Amor é uma comédia romântica quase ao estilo Um Lugar Chamado Nothing Hill (1999), só que repaginado para os tempos modernos e com uma formatação alemã. A principal diferença, está no fato de que os dois são atores, porém Marvin (Elyas M’Barek) é um superastro do cinema, extremamente famoso e repleto de fãs por onde passa.

Por outro lado, temos Frieda (Lucie Heinze), que apesar de ser atriz, não é alvo dos holofotes como Marvin. Pelo contrário, ela tem um teatro chamado Teatro 3000, onde constantemente apresenta peças com temática e assuntos feministas. O problema é que o local não anda muito bem financeiramente e corre o risco de ser fechado.

Enquanto isso, Marvin apesar de toda fama e sucesso, tanto profissional quanto financeiro, entra numa espécie de crise existencial. Muito por conta do assédio que sofre, tanto pela imprensa quanto pelo público. Sempre acatando a ordem de agentes e assessores a fim de se manter no papel de galã vendido pelos filmes que faz.

Em meio a essa crise, Marvin resolve quebrar o protocolo e foge de uma première de seu filme que está lançando. Pelo simples fato de não precisar lidar com imprensa, câmeras, produção, publico e então ele simplesmente sai andando pela cidade tentando ao menos por um dia ser uma pessoa normal. Mas, por ser muito popular, vira e mexe ele precisa se esquivar de algum fã.

No meio dessa jornada, ele chega até o Teatro 3000 entra e assiste o espetáculo em andamento. Quando Marvin vê profissionais como ele, fazendo algo completamente livre e espontâneo. Ele se vê super encantado, especialmente pela estrela do espetáculo Frieda. Após uma pequena algazarra no teatro, Marvin se vê num beco sem saída, sendo reconhecido por mais pessoas, mas diante do alvoroço Frieda acaba ajudando-o e assim os acabam adquirindo uma certa proximidade.

Coisas do Amor, é sobre perder-se de si e se encontrar no amor, se descobrir nas pequenas coisas da vida, na simplicidade e no quanto isso pode ser libertador. Embalados por uma trilha sonora envolvente, nas cenas em que estão juntos, Marvin e Frieda roubam a atenção do espectador e se o longa-metragem tivesse dado mais tempo de tela para os dois seria quase perfeito.

Entretanto, não é o que acontece, Anika escolheu conduzir a história mais da perspectiva de Martin. Focando na sua autodescoberta, nos conflitos que cada um deles tinha para resolver individualmente e menos no romance entre os dois. O que no final das contas é uma pena, pois os dois tinham uma química bacana, era bonito de se ver e foi pouco aproveitado.

Logo, o que temos é uma farofada de atores, cada um dentro das suas realidades, com seus conflitos e precisando solucioná-los. Tentam entregar comédia nos momentos individuais de cada um, mas não funciona, falta desenvoltura e o time da piada que não acontece. Já as doses românticas que foi o que de fato funcionou, foi gotejada ao longo de seus 99 minutos de duração.

Nota: 2,5/5

Trailer

Ficha Técnica

Título Original: Liebesdings

Direção: Anika Decker

Duração: 99 minutos

Elenco: Elyas M’Barek, Lucie Heinze, Peri Baumeister, Alexandra Maria Lara, Nico Stank, Arne-Carlos Bottcher

Sinopse: Uma campanha suja força o astro de cinema Marvin a fugir de repórteres e fãs. Coincidentemente, ele mergulha no cosmos feminista do teatro 3000. A gerente do local, Frieda, não está nada entusiasmada com a superestrela.

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