Crítica: Borderlands – O Destino do Universo Está em Jogo

Se uma das coisas que o cinema tem como grande mérito como arte é nos surpreender! Um filme é para sempre. Para o bem ou para o mal, ao assistir um filme, ele fica pra nossa história. Uns marcam a nossa vida, outros agradam, a grande maioria vai passar batido. Mas tem aqueles que de tão pavorosos, vão marcar pra sempre negativamente na vida do espectador, no caso eu, obviamente. Borderlands – O Destino do Universo Está em Jogo (Borderlands, 2024), com a direção de Eli Roth, é um desses casos em que desperdiçamos mais de uma hora e meia de vida assistindo essa grande confusão chamada de filme, que estreia nos cinemas nesta quinta.

Tina é filha do cara mais poderoso do Universo, Atlas. O bambambam então recruta Lilith, uma caçadora de recompensas que é obrigada a voltar a seu planeta de origem, Pandora, onde não tem boas recordações do passado. Nessa jornada ela acaba se unindo a um esquadrão bem diferente entre si que une Tina Tyne, uma adolescente mala, Roland, um soldado de elite, Krieg, um psicopata mascarado e violento, Tannis, uma cientista que foi tutora de Lilith no passado e ClapTrap, um robô xarope que passa o tempo todo dando palpites e contando piadas sem graça. Juntos acabam enfrentando criaturas, exércitos de psicopatas, soldados sanguinários para culminar em encontrar uma tal arca que pode despertar um poder incrível  em quem for o escolhido.

Inspirado numa série de games homônimos, o filme de Eli Roth, com roteiro de Craig Mazin,  faz um mix de personagens, cenários e diversas referências da série de  jogos. Até aí tudo bem, mas o filme acaba errando em praticamente tudo. Com a possível denominação de um filme de ação cômica, peca em sonolentas e mal executadas cenas de aventura e praticamente não faz rir. São uma hora e quarenta minutos de uma confusão visual, em que se mistura Mad Max, Guardiões da Galáxia, Esquadrão Suicida, Star Wars, até pitadas de Duna, muito mal misturadas num filme sem pé nem cabeça que causa mais aborrecimento que entretenimento. 

E em filmes de equipes, por mais heterogêneos que sejam seus componentes, sempre vemos um componente de união entre os membros, um companheirismo meio forçado e um objetivo a ser alcançado. Em Borderlands a equipe é de uma falta de carisma incrível, um amontoado de personagens sem graça e sem um pingo de simpatia. Um roteiro fraco e um arremedo de história que surpreende, pois Eli Roth e Craig Mazin tem talento para muito mais que isso.

Falando em talento, o time de atores é um somatório deles, mas todos estão pouco se lixando para a trama e para o filme. Cate Blanchett, como Lilith, parece nem ao menos se divertir com o filme, Jamie Lee Curtis, fazendo o mesmo papel de sempre de suas últimas atuações nos últimos anos, Kevin Hart chega a dar sono como Hart e a menina Ariana Greenblatt é extremamente chata. Florian Munteanu passa o filme todo urrando de máscara e quebrando tudo que vê pela frente e o robô Claptrap, com a voz do Jack Black, até se esforça, tentando com suas tiradas trazer humor à trama, mas é um insuportável monte de lata tagarela e sem graça. Poucas vezes se viu tanto desperdício de talento em um filme tão ruim.

Nem a parte visual se salva. Cenários e tomadas pobres, explosões que parecem sair de filmes de ação dos anos 1980, tiros e mais tiros a esmo com pouca violência visual, além de paisagens apocalípticas que parecem feitas de isopor e papelão. Um desastre completo.

Nem usando aquele modo que gosto de dizer, desligue o cérebro e assista no cinema sem preocupações eu indicaria essa tragédia visual. Acho que nem os fãs da famosa franquia de games irão comprar a ideia, no que com certeza, pode ser considerado um dos piores filmes dos últimos anos e isso que a concorrência está bastante acirrada.

 

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