Crítica: Antes Que Eu Vá (2017) | Uma adaptação literária que conquistará o público certo!

Dramas juvenis parecem nunca sair de moda. Sejam eles de produtoras independentes ou não, a questão é que se um livro deste gênero dramático faz sucesso nos EUA, com certeza ganhará uma adaptação hollywoodiana. Entretanto, nem sempre o resultado de tais produções recebe o mesmo elogio que o manuscrito, pois o mesmo pode chover de comentários negativos, inferiorizando-o completamente. É neste amontoado de longas fiéis (ou nem tanto assim) que ‘Antes Que Eu Vá’ se encontra. A película, de Ry Russo-Young, é baseada no best-seller mundial, escrito por Lauren Oliver e acaba de chegar aos cinemas brasileiros. O que se pode dizer é que não é um filme que atingirá a todos os públicos. Mas, para quem é fã do livro e aprecia dramas, será um prato cheio.

Na trama, Samantha Kingston é uma jovem que tem tudo o que uma garota deseja: beleza, namorado, amigos. No entanto, essa vida perfeita chega a um final abrupto e repentino no dia 12 de fevereiro, um dia que seria um dia como outro qualquer se não fosse o dia de sua morte. Porém, segundos antes de realmente morrer, ela terá a oportunidade de mudar a sua última semana e, talvez, o seu destino. Com uma história pra lá de emocionante, o filme é puro clichê, mas sabe aquele clichê que não te incomoda de jeito nenhum? É o caso deste aqui, que opta não apenas pelos frequentes flashbacks, como também os ditos overlappings, que nada mais são do que cenas que se repetem várias vezes, onde as sequências sempre mudam um detalhe aqui e outro ali. Trazendo aquela velho conceito de “viva o hoje, pois o amanhã pode não chegar”, o longa é o que se define como tocante, porque é triste mesmo. Então por mais que a mensagem passada já tenha sido vista em filmes como ‘O Invisível’, ‘Se Eu Ficar’ e até ‘No Limite do Amanhã’, ela é muito emocionante. Não é à toa que o fato do diretor ter conseguido utilizar os chavões tão bem, garante que o público se deleite e por que não, acabe se colocando no lugar da protagonista.

Aliás, para àqueles que estiverem pensando em conferir, façam a seguinte pergunta: será que vale a pena de acordo com o meu gosto pessoal? Se sim, beleza, pague o ingresso e se surpreenda. Se não, pare e pense: não, esta obra tem grandes chances de não me agradar e por mais que trate de um tema chocante, uma vez que eu tenha visto o trailer e mesmo assim, não gostado, não verei no cinema e gastar meu suado dinheirinho em tempos de crise. No meu caso, a resposta foi sim, e não digo isso só por ser jovem, mas porque é um filme que te faz parar pra pensar na vida e como é importante viver cada dia como se fosse o último. De longe, me atrevo a dizer que é um dos melhores filmes voltados a adolescentes nos últimos anos.

Todavia, também é preciso entender que em meio a mais prós do que contras, a obra ainda poderá ser uma frustração para muitos, uma vez que não deixa de apresentar falhas. Sob outra perspectiva, achei interessante a delicadeza com que o bullying é tratado. De início, não esperava tanta coisa, só mais um dramalhão teen, porém no decorrer dos eventos, as coisas melhoram, e o que acontece ali não precisa de explicação lógica. Tudo é claramente explicado e o espectador fica envolvido com o enredo que, ora se aplica a nossa realidade, ora foge dela (como quase todo filme, brasileiro ou estrangeiro). Outro ponto positivo foi a trilha sonora – que sou suspeito em falar -, visto que curto o ritmo das faixas tocadas, onde a cada 15, 20 minutos, aquelas típicas músicas de festas americanas pairam em cena. Ademais, tenha em mente que a premissa principal é despertar na mente pessoas o seu lado sentimental mais profundo, refletindo em questões condizentes com o seu cotidiano. Já a sua duração, é curta (cerca de 1 hora e 40 minutos), o que graças à sutileza e procedência do roteiro, consegue esconder cuidadosamente os mistérios por trás da fatídica noite do acidente da personagem em cada ato que se sucede. Ou seja, é uma mistura de abalo e indignação feita para arregalar os nossos olhos!

Em síntese, ‘Antes Que Eu Vá’ foi uma grata surpresa, cujo princípio tem como objetivo alertar os jovens sobre a forma como têm levado suas amizades, tratado o seu próximo e sobretudo, passar uma lição de moral no que diz respeito a viver sabiamente. Contando inclusive com boas atuações, em particular para a bela Zoey Deutch, que atua de forma segura em cima de sua personagem e à medida que está conquistando o seu espaço no cinema, tem melhorado cada vez mais em seus papeis. Fiquei tão maravilhado com esta história que estou até interessado em ler o livro; não somente pra comparar, mas pra compreender ainda mais os detalhes que envolvem a trama e por que não, explorar ainda mais a sua concepção. Quando ao desfecho, é impossível negar: foi pesaroso. A cena final, assim como a narrativa da protagonista, possui a habilidade de comover no mínimo os mais sensíveis. Sendo assim, se você, querido leitor, é do tipo “chorão”, prepare os lenços e embarque nessa jornada que tem muito a nos ensinar.

Título Original: Before I Fall
Direção: Ry Russo-Young
Duração: 98 minutos
Nota:

Assista o trailer abaixo:

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