Crítica | A Jornada (2019)

Salve Nosetmaníacos, eu sou o Marcelo Moura e hoje vamos falar de mais um espetacular, impressionante e dramático filme sobre mulheres extraordinárias e agencias espaciais.

O longa retrata o dia a dia de esforço e superação da astronauta francesa Sarah (Eva Green), uma mãe solteira que se prepara para uma missão espacial. Ela luta para equilibrar o tempo que passa com sua filha pequena e o intenso treinamento para a viagem. Para confortar a astronauta, o seu colega de missão (Matt Dillon) confidencia: “Não existe um astronauta perfeito. Assim como não existe uma mãe perfeita”. Sob um novo olhar, mais realista e íntimo das viagens espaciais, a produção oferece um frescor diferente dos filmes espaciais recentes. “Para mim, o cerne deste filme será recontar as emoções, capturar as vidas e a intensidade vital dos personagens. À medida que o lançamento se aproxima, esse impulso de viver deve se tornar ainda mais urgente, ardente e consome a todos. Toda cena deve ser filmada para evocar velocidade, uma sensação de energia bruta”, revela Alice Winocour.

Direção e Roteiro: Alice Winocour, elenco: Eva Green, Matt Dillon, Lars Eidinger, Sandra Hüller, Jan Oliver Schroeder, Nancy Tate, Zélie Boulant

Sinopse: Sarah é uma astronauta francesa que está em treinamento na Agência Espacial Europeia, em Colônia. Ela é a única mulher no árduo programa. Ela mora sozinha com Stella, sua filha de oito anos. Sarah se sente culpada por não poder passar mais tempo com sua filha. Seu amor é avassalador, inquietante. Quando Sarah é escolhida para se juntar à tripulação de uma missão espacial de um ano chamada Proxima, isso abala o relacionamento mãe e filha.

Crítica: A Jornada retrata bravamente a luta de uma mãe que trabalha duro para ser astronauta, seus sacrifícios em relação a sua filha de dez anos, seu ex-marido e toda a equipe de trabalho, sua jornada para provar seu valor e não ser vista como o sexo frágil, ou mesmo ser tratada como diferente.

Quando fui assistir o trabalho da diretora Alice Winocour (Cinco Graças e Transtorno), me lembrei muito do filme O Primeiro Homem (2018) do diretor Damien Chazelle (Whiplash), ambos relatam a sua forma os sacrifícios e a trajetória dos personagens centrais para que possam serem lançados ao espaço. Aqui em A Jornada, a história se repete sobre a delicada lente feminina, e posso dizer que o sacrifício físico e mental é assustador em ambos, um ótimo trabalho tanto de Wincour quanto de Chazelli. .

Hollywood tem trabalhado bastante este assunto na última década, demonstrando de maneira justíssima a importância das mulher nas pesquisas espaciais, assim como em tudo na vida. Temos os ótimos Gravidade (2013) do mestre Afonso Cuarón, que é de tirar o fôlego, e o lindo ganhador do Oscar Estrelas Além do Tempo (2016) de Theodore Melfi, ambos imperdíveis se você gosta de um bom filme de ficção ou dramático.

Do elenco a incrível Eva Green (007, 300, Sin City, A Bussola de Ouro e Dumbo) rouba a cena dramaticamente mostrando uma versatilidade incrível entre o desejo de ser uma astronauta e o amor de ser mãe, um equilíbrio extremamente difícil que Green faz com uma invejável destreza, sendo fria quando precisava, mas desabando quando sozinha. Acho que foi a primeira vez que vi a atriz se arriscar em um papel este tipo, e tirando a cena do chuveiro na base, todas as outras me fizeram esquecer seu estilo de mulher fria para ver uma pessoa em vários momentos frágil, lutadora e mãe.

É bom ver o ator canastrão Matt Dilion (O Selvagem da Motocicleta, Quem vai Ficar com Mary, Vida de Solteiro e Crash) atuando de verdade ao invés de ser o estereótipo de péssimo ator que sempre faz em papéis iguais a ele mesmo. Dilion foi de uma geração de adolescentes em ascensão em Hollywood, como tantos outros vindos da cópia do estilo selvagem de James Jean, agora versão Seatle e Los Angeles, influenciados pelas bandas de rock Nirvana e Pearl Jam, no melhor estilo Grunge, que ficou parado no tempo por não ser mais do que isso, não conseguiu mais destaque em grandes filmes. Mesmo que limitado no papel como uma astronauta com tendências machistas e durão, Dilion consegue ao passar do filme uma evolução de seu personagem, mesmo que muito pouco, a demonstrar, passa uma compaixão e solidariedade a uma colega de trabalho. A cena em que diz, não existe astronauta perfeita assim como não existe mãe perfeita é linda, e tem mais a cara da diretora do que o ator, mas tem seu mérito na situação.

Para terminar não posso deixar de falar da pequena estrela Zélie Boulant-Lemesle como a personagem Shella. A novata atriz consegue ser cativante e irritante em ótima cenas que são difíceis de se tirar de uma criança, seu sorriso é adorável e ela conquista o público em várias cenas, uma ótima performance.

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