Darren Aronofsky. Um gênio. Um prodígio. Um diretor que é mestre naquilo que realiza, principalmente quando a intenção é fazer com que o espectador fique perturbado, mas, ao mesmo tempo, surpreendido ao sair da sessão de seus filmes. Após obras aclamadas como Réquiem Para um Sonho e Cisne Negro, Darren retorna às telas nos prestigiando com seu mais novo feito: Mãe!. Estrelado por Jennifer Lawrence e Javier Bardem, o longa ainda conta com Michelle Pfeiffer e Ed Harris, e está prestes a estrear nos cinemas de todo o Brasil. Mas o que será que um dos suspenses mais esperados do ano nos reserva? Fique comigo e saiba mais!
Na trama, acompanhamos a vida de um casal que se muda para uma casa nova. Até que um dia, visitantes não esperados chegam à sua casa e atrapalham a tranquilidade da família. Não demora muito pra que a relação dos dois seja testada e uma terrível verdade venha à tona. Um suspense psicológico sobre amor, devoção e sacrifício.
Loucura! Loucura! Loucura! Que filme nefasto, meus amigos! Do meu ponto de vista, achei a nova película do cineasta fantástica, com um roteiro bem trabalhado ao longo da trama e que não chega nem perto do clichê. É Aronofsky sendo Aronofsky, uma vez que o diretor crava a sua marca e cola o seu estilo em praticamente toda a parte artística da fita, com um 3º ato que com certeza vai dividir opiniões. Afinal, a sequência que se estende da metade até o último minuto tende a declinar ou causar estranhamento do público. Ele ainda aborda questões religiosas, um embate entre a ficção e a realidade, alegorias religiosas um tanto subjetivas, metáforas bíblicas (e deveras alternativas) e simbolismos malucos. Sem contar as atuações, que são um show à parte. Quem carrega o filme nas costas certamente é a Jennifer Lawrence, queridinha de Hollywood, que muitos dizem ser superestimada, mas isso é o de menos, não acham? Comparada com Kristen Stewart, por exemplo, Lawrence arrasou como protagonista da franquia Jogos Vorazes, e temo que seu futuro reserve muitas surpresas, rendendo bons frutos que só aperfeiçoem a sua carreira.
Ademais, todos sabem que quando se trata de um trabalho comandado pelo “Aronofsky”, que, aliás, também é seu marido na vida real (sim, eles começaram a namorar no início das filmagens do filme) a atriz logo tratou de superar seu desempenho em cada expressão facial vista. Já Javier Bardem tem uma performance monstra, que está o tempo inteiro na suspeita, à espreita. E quanto à Michelle Pfeiffer e Ed Harris, foram outros atores que a todo o momento deixam o telespectador com a pulga atrás da orelha, pois seus personagens além de duvidosos e bem desenvolvidos, contribuem com a macabra reviravolta que a trama sofre da metade pro final. Um aspecto interessante inclusive é que os personagens não têm nome próprio, contendo apenas substantivos como “a mãe”, “Ele”, a “mulher”, o “Homem”, “o filho mais velho” e “o filho mais novo”.
Em suma, é um filme tenso, ousado, perturbador, com ausência de trilha sonora (fico pensando se foi uma sagaz estratégia ou dita tolice) e uma fotografia incrível (impressionante como a câmera acompanha cada movimento de Jennifer, ainda que basicamente em um único cenário, onde ocorre uma guerra, literalmente). Todavia, em meio a 2 horas de projeção deste “pesadelo” propriamente dito, ele há de prender a atenção de muitos, como também dar sono em outros (mesmo que falemos de terror psicológico), o que o torna o tipo de filme que não faz o gosto de qualquer um. Logo, a fantasia é tanta que só mesmo assistindo pra saber do que estou falando. Então confira-o de mente aberta, sem acreditar no marketing enganoso (exceto a aguardada alusão à O Bebê de Rosemary, nada demais), que está vendendo Mother! como um terror sobrenatural; justo pelo contrário, o que nos é apresentado é outra coisa, totalmente diferente, bizarra, mas que ainda assim não envolve nada sinistramente explícito, apenas alguns elementos que subentendem tal conteúdo entregue em mãos. E infelizmente, não posso comentar mais nada a vocês, porque senão acabarei entregando detalhes cruciais da história. Sendo assim, fica realmente a seu critério, caro leitor. Só não se engane, pois a verdade sobre Mãe! está nas entrelinhas.
Título Original: Mother!
Direção: Darren Aronofsky
Duração: 121 minutos
Nota:
Confira o macabro trailer:
Participei do debate no Canal “Queimando Filme”, sobre o filme!