Coronavírus: tudo que precisamos saber sobre a pandemia e suas implicações.
Antes de mais nada, pergunto a você, leitor, se desconfia o motivo do nome “científico” do coronavírus – Covid-19. Vou deixar uma dica… COronaVIrus Disease (Doença de Coronavírus). Não reparou em nada? Bem, o numeral 19 serve para designar o novo coronavírus, pois há outros vírus parecidos (há um total de sete variações do corona). Aliás, o coronavírus foi identificado em 1937, tendo recebido a denominação atual por ter a aparência de uma “corôa” na microscopia.
Mas como é possível que um vírus se dissemine de forma tão assustadora e progressiva pelo mundo? Lembremos, antes, que os primeiros casos aconteceram na China, ainda no mês de dezembro de 2019. Para variar, o desconhecimento sobre os reais efeitos de uma nova doença fizeram os chineses manterem a guarda baixa e, infelizmente, descobrimos quais foram os resultados dessa “calma” diante de um inimigo poderoso e invisível.
Caso você tenha imaginado que esses eram os únicos fatores responsáveis pela propagação da doença, vamos somar o fato de que o coronavírus tem similaridades demais com a gripe comum, o que pode retardar a detecção dela e, por conseguinte, a contaminação para pessoas próximas ao contaminado ou que tenham tido o mínimo de contato com este. Quer mais? Os exames para comprovar se alguém é portador do vírus são caros e há poucos testes no país (situação que está mudando gradualmente). Mas se isso tudo ainda não foi suficiente para deixá-lo alerta sobre esse mal, pense sobre os casos mais graves que necessitam de respiradores individuais para manter o paciente vivo. Neste caso, a complicação está no fato de termos pouquíssimos leitos para uma disseminação como a italiana, assim como são poucas as unidades de UTI no país (poucas em função da pandemia, esclareço) e respiradores. Os esforços estão acontecendo em todo o país, mas mesmo assim não há garantias de que não teremos uma proliferação como acontece na Espanha, Itália, EUA e como ocorreu na China.
Aqui estão algumas das precauções para evitar a propagação mais acelerada da epidemia:
a) Lave as mãos com água e sabão ou use álcool em gel.
b) Cubra o nariz e boca ao espirrar ou tossir, preferencialmente com um lenço descartável.
c) Evite aglomerações se estiver doente.
d) Mantenha os ambientes bem ventilados.
e) Não compartilhe objetos pessoais.
O infográfico abaixo (fornecido pelo site do Ministério da Saúde) mostra o comparativo entre o Coronavírus, o resfriado e a gripe serve para que haja um melhor entendimento das diferenças e similaridades entre as doenças, o que pode facilitar na identificação das mesmas e – quando necessário – a ida ao serviço de saúde.
Prosseguindo, deixo claro que esse texto abordará não apenas o histórico da doença. Farei uma abordagem sobre os problemas que o “distanciamento/isolamento social” pode provocar, assim como analisarei algumas das implicações políticas, econômicas e sociais no Brasil.
Mudança de hábito.
Esse é um ponto fundamental para o menor contágio pela doença. O brasileiro é um povo com costumes voltados à receptividade, possui demonstrações de afeto que alguns povos evitam (abraços, beijos e apertos de mãos frequentes), além de seu bom humor e apreço pelos encontros familiares e/ou entre amigos.
Todas as atitudes acima são perfeitamente normais em tempos mais simples, porém diante de uma pandemia e frente a um vírus com alto poder de contágio, infelizmente essas atitudes e costumes podem significar uma maior e mais rápida propagação da doença. É preciso mudar hábitos para salvar vidas.
Isolamento.
A doença provocada pelo coronavírus não se resume a uma aparente gripe. Entretanto, a mortalidade é bem menor do que outras graves doenças que acometeram o mundo recentemente. Por exemplo: dengue, zika, chikungunya, febre amarela e sarampo (que voltou a ser notícia no Brasil, anos após sua erradicação). Outros exemplos são a AIDS, ebola, tuberculose, entre outros. Os cuidados existem e precisam ser tomadas, porém é aconselhável evitar o pânico.
Por ter um largo alcance em pessoas com baixa imunidade, doenças crônicas – como hipertensão, AIDS, diabetes – e idosos, o Covid-19 atinge todas as faixas etárias, porém se mostrou mais perigoso (e até letal) neste grupo. Isso, porém, não isenta crianças, jovens e adultos do risco de morte pelo vírus. Estes também não podem esquecer que a resistência ao vírus seja uma garantia de saúde para outros familiares. Ter uma criança saudável não é sinônimo de que o contato dela com um idoso seja seguro.
Com base nisso, alguns governos e prefeituras estão impondo o isolamento social para que a propagação do vírus aumente. Esta é uma boa iniciativa que está em fase de revisão por parte do governo federal (que pretende fazer o isolamento vertical), visto que ao impedir trabalhadores (autônomos, públicos ou com carteira assinada) de cumprir seus serviços, isso pode provocar o caos na economia, a falência de empresas, uma redução brutal na informalidade – cujo número se aproxima dos 38 milhões. Assim, a situação que hoje é ruim para o trabalhador assalariado e para o desempregado (cerca de 12 milhões) pode piorar, pois os mais humildes não têm as reservas financeiras ou o suporte emocional (atendimento de um psicólogo pelo Skype, só para citar) que os mais ricos possuem.
Lembremos, ainda, que as outras doenças que existiam antes do Covid-19 não deixaram de existir. Com a crise do coronavírus e a possibilidade de crises provocadas por problemas decorrentes do isolamento (depressão, falta de atividades físicas e até mesmo crises familiares – provocadas pela falta de costume desse convívio forte).
Máscaras.
O Ministério da Saúde recomenda o uso de máscara apenas segundos as orientações a seguir:
Use máscara se estiver tossindo ou espirrando para evitar transmitir vírus para outras pessoas.
![](https://noset.com.br/wp-content/uploads/2020/03/N95.jpg)
Para pessoas saudáveis, use máscara somente se estiver cuidando de uma pessoa com doenças respiratórias.
As máscaras são eficazes somente quando usadas em combinação com a limpeza frequente as mãos com água e sabão ou higienizadas com álcool em gel 70%.
Após usar a máscara, descarte-a em local adequado e lave as mãos.
Em todas as situações recomendadas, utilize a máscara do tipo cirúrgico. A máscara N95 é de uso dos profissionais de saúde e é fundamental para sua proteção. Há risco de faltar, caso a população compre também.
Resumidamente, o que está exposto acima é que o uso delas é recomendado quando a pessoa está doente ou teve contato com pessoas infectadas ou que tenham doenças respiratórias. O uso indiscriminado das máscaras, sobretudo a N95, acarretará na falta destas àqueles que mais necessitam, isto é, os médicos, enfermeiros e demais profissionais da saúde.
Não use máscaras improvidas com coador de café, pano comum, lenço umedecido, garrafas pet e outros improvisos que estão sendo disseminados de forma irresponsável pelas redes sociais (sobretudo WhatsApp e Facebook).
Vitaminas e água ajudam?
O uso de vitaminas e a ingestão de água só ajudam a reforçar o sistema imunológico e a hidratação.
Fora isso, não há nada comprovado que indique combate direto aos efeitos do coronavírus ou que impeçam o contágio pelo mesmo. Logo, não acredite em receitas milagrosas, vitaminas e outras “curas” apontadas por aproveitadores que só querem ganhar destaque em redes sociais ou, pior, promover a disseminação de mentiras com intuitos ruins.
Adicional de periculosidade.
Um problema quanto ao combate ao vírus é a similaridade dos sintomas deste com outras doenças. A própria falta de ar crônica – uma característica marcante do coronavírus – pode disfarçar um ataque cardíaco real. Algumas pessoas – mesmo sendo da área de saúde – podem confundir uma crise respiratória do vírus com um ataque cardíaco ou vice-versa, o que pode prejudicar até mesmo os primeiros socorros. O medo de estar próximo da morte é um fator que precisa ser levado em conta quando o assunto é uma epidemia/pandemia. A ignorância e o terror podem determinar se alguém permanece vivo ou morre.
Como se não bastasse, há várias categorias profissionais (médicos, frentistas, policiais, bombeiros, militares, etc) cujas carreiras e serviços os obrigam a permanecer trabalhando durante a pandemia. Estes, infelizmente, estão expostos de forma brutal ao problema e, em nome da manutenção do emprego, da carreira e das obrigações morais por trás daquilo que escolheram como profissão, podem ser contaminados e até morrer em prol da continuidade de seus serviços.
Relembro que há médicos idosos, frentistas idosos, entregadores com mais de 50 (principalmente por conta do desemprego e do trabalho informal no Brasil) cuja exposição coloca-os em risco extremo, assim como aos familiares destes.
Ignorância.
Não duvide do fato de que os profissionais de saúde são os mais expostos a essa pandemia. Mesmo com todas as proteções, a contaminação ainda é possível contrair o vírus. Logo, não é surpresa que haja médicos entre as vítimas.
Contudo, esses mesmos médicos, enfermeiras e outros envolvidos no trato da saúde podem ser alvos da ignorância de pessoas que podem acreditar que estes estejam contaminados ou possam passar a suposta contaminação adiante. Eles, os agentes de saúde, são nossos amigos e aliados para combater esse peste. Respeite-os!
Por fim, vale ressaltar que há outros profissionais que estão expostos ao contágio pelo Covid-19: bombeiros, entregadores, enfermeiros, policiais, motoristas do transporte público, porteiros, empregadas domésticas, os responsáveis pela continuidade da internet, jornalistas e toda sorte de pessoas cujos trabalhos não podem ser interrompidos. A estes, meu respeito e meu desejo de boa sorte.
Quanto aos trabalhadores informais, agora a situação estará menos difícil em função do auxílio financeiro que o governo oferecerá, ainda que não alcance todos. Mas é indispensável frisar que ao receber tal ajuda, o trabalhador se compromete a permanecer o máximo possível em casa. A ajuda no combate ao coronavírus tem que vir de ambas as partes, Governos e cidadãos.
Há um caso de coronavírus confirmado na minha casa. Como fazer o isolamento domiciliar?
Pessoas com diagnóstico confirmado de coronavírus precisam ficar em isolamento domiciliar. Veja como proteger sua família:
- A distância mínima entre o paciente e os demais moradores é de 1 metro.
- No quarto usado para o isolamento, mantenha as janelas abertas para circulação do ar, a porta fechada durante todo o isolamento e limpe a maçaneta frequentemente com álcool 70% ou água sanitária.
Atenção! Em casas com apenas um quarto, os demais moradores devem dormir na sala, longe do paciente infectado.
Itens que precisam ser separados:
- O lixo produzido pelo paciente contaminado precisa ser separado e descartado.
- Toalhas de banho, garfos, facas, colheres, copos e outros objetos usados pelo paciente.
- Sofás e cadeiras também não podem ser compartilhados.
- Os móveis da casa precisam ser limpos frequentemente com água sanitária ou álcool 70%.
Condutas para a pessoa contaminada:
- Utilize máscara o tempo todo.
- Se for preciso cozinhar, use máscara de proteção, cobrindo boca e nariz todo o tempo.
- Depois de usar o banheiro, nunca deixe de lavar as mãos com água e sabão e sempre limpe vaso, pia e demais superfícies com álcool ou água sanitária para desinfecção do ambiente.
Condutas de todos os moradores:
- Se uma pessoa da casa tiver diagnóstico positivo, todos os moradores ficam em isolamento por 14 dias também.
- Caso outro familiar da casa também inicie os sintomas leves, ele deve reiniciar o isolamento de 14 dias. Se os sintomas forem graves, como dificuldade para respirar, ele deve procurar orientação médica.
Mantenha a saúde mental.
O vídeo abaixo tem boas recomendações sobre como manter a mente saudável e ativa durante o período de isolamento próprio ou de algum familiar.
Mente sã em corpo são.
Esse é um lema antigo e vital para esses dias de enclausuramento. Não permita que o isolamento transforme seus dias em um caos onde não há hora para acordar ou dormir, onde nada está programado.
Ter uma rotina nestes tempos é primordial para manter a saúde física e mental. Acordar em horário apropriado, dormir bem, alimentar-se de forma correta e manter a saúde física (através de exercícios) e mental (diálogo, leitura, jogos, etc) são atitudes saudáveis e que manterão a harmonia familiar.
Sei que não existem livrarias abertas para comprar seu bom e velho livro físico, porém ainda existem opções para comprar seu e-book ou a revista digital. Claro que nem todos têm dinheiro para isso, onde fica a dica de usar o Google e buscar um site para baixar algumas obras. Lembre-se: esta é uma opção emergencial. Gostou do que leu e já passou esse período caótico? Adquira a obra do seu autor favorito e prestigie o trabalho dele.
Leia para seus filhos e permita que eles façam o mesmo por você. Essa será uma grata experiência.
Quanto à rotina física, recomendo que mantenham a casa organizada e limpa (varrer e passar pano são boas distrações também). Contudo, a prática efetiva de atividades físicas é indispensável. Comer e dormir são muito bons, porém em exagero haverá um preço a ser cobrado em breve. Assim, acesse sua loja de aplicativos e baixe alguns programas para se exercitar. Como estamos falando de locais com espaço reduzido, indico esses apps para manter o corpo saudável: 7 minutos e Treino de Prancha. Há outros para Android e iPhone, basta buscar.
Outra ótima opção de lazer e interação está nos jogos de tabuleiro, baralho, dominó, War, Magic – The Gathering e outros que estão acumulando poeira há meses. Dê preferência às brincadeiras onde todos possam participar.
Proteja seus idosos.
Manter os idosos em casa é uma obrigação dos filhos, sobrinhos, irmãos, netos e bisnetos. Não permita que seus idosos saiam de casa pelo simples prazer de sair ou como forma de mostrar destemor diante da crise. O coronavírus é muito perigoso para os mais velhos e a mortalidade comprova o que digo.
Sendo assim, não deixe que seu “velhinho” ou “velhinha” fique à parte da rotina da casa. Dê atenção e aproveite para ouvi-los. Eles também precisam de carinho e atenção.
Caso não more com seus idosos, procure manter contato através de vídeo chamadas, facebook, WhatsApp e todas as outras formas de comunicação. O pior isolamento para essas pessoas de mais idade é aquele que nós mesmos ofertamos. Não é incomum que os mais idosos sofram com depressão e outras doenças correlacionadas ao abandono. Não estar atento a eles pode ser uma triste forma de condená-los à morte.
Automedicação.
Atente para o seguinte: há indícios de que alguns medicamentos – entre eles a Cloroquina – têm ótimos resultados no combate ao Covid-19. Esses medicamentos foram recentemente liberados para testes pela Anvisa, porém não devem ser usados sem orientação médica ou em situações onde os mesmos sejam necessários. A automedicação pode matar. O desconhecimento sobre o medicamento em pauta é perigosíssimo, assim como o uso de substâncias equivocadas pode ser ainda mais letal. Basta citar que um casal nos EUA tomou “fosfato de cloroquina” (usado na limpeza de aquários) para combater o coronavírus, sem que eles sequer estivessem infectados. O homem morreu e a mulher ficou em estado grave. Nota: os dois eram idosos de 60 anos e moravam sozinhos (vide o tópico acima).
Fake news e imprensa irresponsável.
O caso do homem morto ao ingerir fosfato de cloroquina foi lançado em vários jornais e mídias – além das redes sociais – como o caso de ineficácia do medicamento proposto para teste pelo governo. Todas as manchetes chamavam a atenção pela morte por ingestão da Cloroquina, sem que jamais fosse citado ser, na verdade, o fosfato de cloroquina, uma substância diferente e jamais usada como medicamento.
Outras fakes espalhadas fazem alusão aos diversos tipos de máscaras caseiras, uso de álcool gel caseiro e muitas outras mentiras que ajudam a disseminar a pandemia com tanta força quanto o próprio vírus.
Fique atento e pesquise antes de disseminar qualquer “notícia”!
Isolamento ou manter a vida em um ritmo próximo do normal?
A questão acima precisa ser analisada e discutida com muita sabedoria.
Acompanhe as redes sociais e os noticiários e verá que há uma campanha para a permanência em casa. Sim, essa é uma medida válida, porém perigosa em vários aspectos. Muitas celebridades e pessoas que possuem reservas econômicas, cujas despensas estão lotadas de alimentos e com uma renda garantida, imploram por sua permanência em casa, desconsiderando um fato muito triste: temos milhões de pessoas desempregadas, cujas vidas se resumem à informalidade (quando trabalham para garantir o dia) ou que possuem poucas reservas que não aguentarão um regime de restrição, sem remuneração, por um longo período. O que fazer com essas pessoas? O que elas farão quando a fome e a falta do básico realmente bater à porta?
A economia é baseada na compra e venda, na movimentação do mercado, na produção de bens. Sem pessoas com renda para comprar alimentos, por que produzi-los? Sem trabalhadores para usar os transportes públicos, qual o sentido em mantê-los? Quais as sequelas psicológicas em pais, mães, filhos e toda sorte de pessoa que contemplará a escassez de comida e a perda gradual da esperança?
Há muitas questões que podem ser respondidas apenas com um olhar para a Venezuela. A crise se abateu por lá. Empregos são cada vez mais escassos, a inflação atingiu níveis absurdos, empresas quebraram, pequenos comércios ruíram, pais abandonam filhos e filhos abandonam seus velhos à própria sorte. Os ricos se isolaram ou fugiram do país, os pobres tentam o êxodo. Famílias são dissolvidas pelo desespero e a democracia é uma triste lembrança de tempos melhores.
Não estamos no mesmo nível da Venezuela. Entretanto, o total isolamento de cidades, trabalhadores e o pânico podem quebrar um Estado com mais facilidade do que imaginamos. Compreendam: um estado onde o acesso aéreo e terrestre está proibido, cuja ordem é manter o cidadão comum em casa, impedido de trabalhar, acuado pelo medo e refém desses governantes que buscam soluções (alguns até bem intencionados) pode ser o início de uma crise sem precedentes. Como empresas e o comércio em geral poderão sustentar o trabalhador que está em casa por ordem, mesmo sem apresentar sintomas? Certamente isso é possível por um curto prazo, mas caso a situação perdure, o desemprego será a resposta a essa iniciativa.
Não podemos usar a crise para fins políticos. É inaceitável ver uma cidade ter sua única via de acesso destruída pelo prefeito, sem que ninguém fosse questionado sobre tal atitude. O que acontecerá com quem precisar de atendimento emergencial fora dessa cidade? E como uma pessoa sairá para atender um parente necessitado que está em outro lugar?
Contudo, não podemos esquecer que há a necessidade de mantermos o distanciamento. A propagação do Covid-19 depende de reduzirmos ao máximo o contato social, algo que já sabemos. E o que fazer com aqueles que são obrigados a trabalhar? Como isolar o médico de seus familiares? Como manter a ordem no país se os garis, os trabalhadores dos transportes públicos, o padeiro, o farmacêutico, o dentista e todos os que prestam serviço ao público pararem de trabalhar? Como fazer para que doentes crônicos que precisam de cuidados não vão aos hospitais?
A decisão é difícil e será tomada, basicamente, por você, conforme sua necessidade, suas reservas financeiras e seu trabalho. Não é hora de politicagem, pois as decisões de hoje – grandes e pequenas – determinarão o futuro de nossa nação. O tempo é de união, inteligência e vontade de resolver esse e todos os demais problemas que existem e virão. É preciso, ainda, evitar a demagogia. O povo mais necessitado continua trabalhando, mesmo frente à pandemia. Os ricos e poderosos podem aguardar essa crise passar sem que saiam de casa. Em suma, os que precisam trabalhar merecem ter essa opção, enquanto outros ficarão de suas residências a observar o desenrolar dos fatos.
Não é fácil ficar trancado quando não há alimentos, diversão, higiene, saneamento e até mesmo água. Então, como já disse, fica a cada um de nós a escolha sobre o que realmente fazer, sempre respeitando o que temos de mais valioso: nossa vida e a de nossos entes queridos.